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             Lívia narrando:

Hoje é sábado, estava fazendo meu café quando escuto alguém bater na porta como se fosse derrubar.

— Calma! — Fui até a porta.—  Tinha que ser você sua louca. — disse dando espaço pra Brenda entrar.

— Bom dia pra você também amiga.

— Não sabia que você acordava cedo.

— Acordei hoje só pra vim aqui te buscar, vou te levar pra conhecer o morro.

Sei não, não sei se quero ficar andando por aí.

— Por favor Lívia, eu quero desfilar com você pelo morro. 

Explodo numa gargalhada, essa minha amiga é uma louca mesmo.

Saímos de casa e fomos andando pelos becos Brenda não parava de tagarelar eu só sabia rir de tudo que ela falava.

Sabe Lívia, estou tão feliz de ter você aqui. 

— Eu também flor. Quem são aqueles caras ali olhando a gente?

— São os soldados, na ordem estão Bruno, Menor e WM, eles são gente boa .

—  Claro! Eu imagino como devem ser legais. — Falei com ironia, os homens ali estavam armados, óbvio que eram bandidos.

É sério amiga, quer que eu te apresente eles?

—  Não! Brenda,  eu não quero ficar no meio de pessoas desse tipo, me desculpe, e acho que você devia fazer o mesmo.

—  Eu te entendo amiga, mas eles não são má pessoa.

Resolvi me calar, a Brenda tem cada ideia. Continuamos caminhando até um garoto chamar a Brenda e falar algo com ela.

Lívia, vou ter que te deixar em casa nosso passeio vai ter que acabar, minha mãe precisa de mim, eu te deixo em casa.

— Não amiga, eu sei voltar sozinha, pode ir tranquila.

— Tem certeza Livinha ?

Claro, pode ir.

Vejo Brenda subir apressada e sumir do meu campo de visão, passo as mãos na testa tentando entender porque fui tão burra de dizer que posso voltar sozinha .
Tomo coragem e volto a descer as escadas passo em frente a uma casa onde está cheio de caras armados me olhando dos pés a cabeça, ignoro e finalmente avisto minha casinha, entro na mesma e me jogo no sofá aliviada.


                                                                          Cauã narrando:

Estava desmontando meu fuzil pra passar o tempo quando os soldados invadem minha sala.

— Vi a Brendinha agora pouco subindo o morro,  gata pra caralho. 

—  Tira o olho da minha irmã Bruno, te dou um tiro bem no meio da sua testa.

—  Gata mesmo é a amiga dela, Lívia. — Menor respondeu. 

Até que ela é gostosinha. — WM disse sorrindo. 

— Mais são um bando de gado mesmo. — Disse saindo pra fora da boca e me sentando na calçada.

Vai falar que você não achou ela bonita Cauã?

— Eu ainda nem vi a garota Menor.

— Tua chance agora Cacá, olha ela vindo ali. — WM disse acenando com cabeça em direção a garota. 

Me virei para olhar a menina que descia o morro apressada, ela nem olhou pra gente sentado ali na boca,  mas os meninos estavam certos ela era linda, toda arrumada de  calça jeans e  cabelo de lado. 

Uma princesa, estou apaixonado. — Menor falou alto pra ela, mas parece que ela não ouviu. 

Menor, se enxerga criança, ainda nem saiu das fraldas. — WM debochou. 

Não perde a oportunidade né, respeita as mina otário, fica gritando com as garotas no meio  da rua. — Bruno disse batendo na cabeça de Menor.

Já tenho dezesseis anos, respeita minha história. — Menor respondeu bolado. 

Eu vou pra casa, cuida de tudo Bruno, qualquer coisa chama no rádio.

— Beleza Cauã, fica tranquilo. 

Cheguei em casa e fui tomar um banho pra relaxar, quando saí Brenda estava sentada na cama mexendo onde não deve.

O que está procurando na minha carteira?

— Chegou cedo Cacá, tudo isso é ansiedade pra conhecer a Lívia? — Falou com deboche.

— Você ainda não respondeu minha pergunta. 

— Vim pegar mais dinheiro pra comprar o que está faltando para o jantar.

— Pega logo e sai do meu quarto que eu preciso dormir.

— Grosso! — Ela saiu irritada. 

Brenda estava empolgada demais com essa amiga, isso já estava me irritando, deitei na cama e apaguei. 


Nossa LeiOnde histórias criam vida. Descubra agora