Texto (II): Sobre Você

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Não sei ao certo quando isso começou ou, até mesmo, o porquê. Mas sei que, quando dei por mim, já estava completamente apaixonada por você.

Talvez seja essa sua mania irritante de sempre saber quando eu não estou bem.
Ou o jeito que seus olhos se fecham quando sorri. 
Quem sabe seja a maneira que esses óculos roxo lhe caiam tão bem.
Mas pode ser o som da sua risada e os péssimos trocadilhos. 
Também tem esse seu positivismo exagerado, essa mania de enxergar o lado bom em tudo.

Pode ser que seja tudo isso e mais um pouco, mas também há grandes possibilidades de não ser nada disso e eu ser apenas mais uma tola, cujo Eros decidiu sacanear.
E é tão frustrante para mim, porque eu simplesmente não posso.

Não posso te beijar.
Não posso sentir ciúmes. 
Não posso te abraçar como amante.
Não posso te ter para mim.

E é tão difícil não te olhar e sentir o crescente e ardente desejo de fazer todas essas coisas.

E me irrita o fato de você saber desses meus anseios impossíveis de se conquistar e ser tão compreensiva, me falando um doce: "Não se preocupe, não estou brava."

Me irrita mais ainda, eu te olhar todo dia,  conversar contigo todos os dias, e não passar do amigável.

Porque, para você, é isso o que eu sou, uma amiga.

Uma simples amiga.

Amiga que não tem o direito de tomar-lhe os lábios. 
Amiga que não tem o direito de abraçar-lhe amorosamente. 
Amiga que não tem o direito de sentir ciúmes quando seu sorriso e atenção é direcionado a outra pessoa.

E eu juro que já tentei deixar sentir isso, mas é tão difícil quando se trata de você.

De você e o seu riso frouxo. 
De você e a sua doçura inexplicável. 
De você e o seu bom-humor independente.
De você e de suas bochechas tão apertáveis.
De você e o seu poder de fazer tudo melhorar.
De você e a sua apaixonante personalidade.

Porque, merda!, eu 'tô tão perdidamente apaixonada por você e todas esses detalhes que ninguém percebe.

Eu juro que não queria. Eu, realmente, não queria. Mas estamos falando sobre você.

Sinto muito por ser essa tola apaixonada teimosa e insistente, que, mesmo não tendo chances algumas, continua a se derreter por qualquer sorriso que você me direcione.

E, talvez, você nunca vá ler isso, porque, certamente, eu nunca lhe mostrarei esse texto esdrúxulo e redundante. Mas, por mais que você já saiba e não corresponda, eu só queria que você soubesse que eu sou completa e perdidamente apaixonada por você.

(Texto Autoral)

Words Aren't Always Like Cotton.Onde histórias criam vida. Descubra agora