Cap. 6

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 São Paulo. Que cidade enorme, prédios altos, ruas movimentadas, um vai e vem de pessoas que parecem estar correndo sempre contra o tempo, maior metrópole do Brasil e ainda assim pode ser um lugar vazio para algumas pessoas. 

 Helena estava em seu quarto quando a imagem do que tivera acontecido mais cedo veio em sua mente, aquela angustia que parecia nunca acabar à atormentava de tal forma que parecia tomar conta do seu ser, o que a preocupava era que nunca havia tido uma crise na escola, e se outra pessoa além de Marie tivesse visto o que aconteceu? Como ela lidaria com isto? Seu segredo sendo exposto para pessoas que poderiam não entendê-la era algo que a deixava mal e mais uma vez, ansiosa.  Muita coisa passava pela sua mente e quando deu por si seu pensamento estava fixado em alguém...  

 Seu cabelo preto como a noite, seus olhos também pretos e instigantes, sua pele tão macia, sua voz que inundava meus ouvidos como uma canção, seu toque delicado porém firme... 

— HELENA!!! — gritou para si mesma. — Oh meu Deus o que esta acontecendo comigo? Por que estou pensando tanto nela? Ok, vamos pensar, pense, pense Helena. — caminhava pelo quarto como se fosse abrir um buraco no chão. — Nós conversamos na biblioteca quando ela meio que atrapalhou minha leitura. — um leve sorriso surgiu no seu rosto. — Foco! Depois nos encontramos na rua enquanto íamos para a escola e enfim ontem, quando tudo aconteceu. Talvez ela não saia do meu pensamento por isso, porque ela esteve lá e me ajudou em um momento muito difícil, é só isso, mais nada. — a última frase saiu como uma afirmação para si mesma. 

 Toda aquela situação mexeu com a mente da garota e mais uma vez seu pensamento a levou até Marie. Já cansada de tentar não pensar nela decidiu não se prender mais e nem tentar esconder o que quer que seja este sentimento, suas mãos suavam e a indecisão tomava conta de si. Mando ou não? E se ela me ignorar?  Helena agia como se as coisas já tivessem acontecido e tudo tivesse dado errado, sua mente tentava lhe sabotar. Enfim tomou uma decisão e mandou uma mensagem para a pessoa que não saia dos seus pensamentos. Marie. 

Marie.

Oi, quem é?

Helena, você pode vir aqui em casa?

Claro, me passa seu endereço. 

MARIE 

 Tudo aquilo que tinha acontecido mais cedo não saia da cabeça de Marie, sua mente fazia looping daquele exato momento em que encontrou Helena no banheiro da escola, sua face expressava medo, angustia, dor, e vê-la naquela situação despedaçou seu coração de tal forma que não se conteve e a abraçou tão forte como se aquele abraço pudesse protegê-la de tudo que  estava sentindo ali, e realmente teve um efeito positivo já que com a sua ajuda a garota se recompôs na medida do possível. Elas conversaram por uns instantes e então cada uma voltou para sua sala.  No final da aula Marie não encontrou Helena e então voltou para sua casa bastante preocupada com sua paixão. Aquela não foi uma simples crise pensou consigo mesma enquanto caminhava em direção a sua casa, o olhar da menina demonstrava algo mais profundo, algo que fez com que Marie pensasse tanto naquilo que chegou a se distrair com o transito de São Paulo e quase foi atropelada, mas isso não era nada, sua mente estava fervilhando, seus pensamentos iam e vinham sempre com a mesma indagação O que aconteceu com Helena que a deixou daquela maneira?  Hipóteses não faltavam, poderia ser fruto de uma briga com sua mãe, ou algo relacionado a escola, talvez suas notas a preocupassem, algum problema familiar, enfim foram tantas suposições que acabou sentindo dor de cabeça e ao chegar em sua casa — finalmente — deitou na cama e adormeceu. 

 Já se passava das duas da tarde quando Marie acordou, percebeu que tinha recebido algumas mensagens e ao olhar notou que aquele era um número desconhecido e para sua surpresa Helena quem havia lhe mandado aquelas mensagens. Não pensou duas vezes, levantou da cama e foi direto tomar um banho e se trocar para encontrar sua paixão. O caminho até a casa de Helena não era longo e podia ser feito a pé, durante o trajeto a menina só conseguia pensar no nervosismo que a dominava, sua boca estava seca e sentia como se correntes elétricas passeassem por cada centímetro do seu corpo. Quando deu por si já estava na porta da casa da moça que fazia seu coração palpitar tão forte que parecia saltar pela boca, ela estava lá parada enfrente a porta e seu corpo havia congelado, não realizou nenhum movimento sequer. Demorou alguns segundos até que finalmente tocou a campainha. Momentos depois a porta se abre, seus olhares se encontraram e qualquer um poderia sentir que havia uma conexão ali. 

Olá. —  Helena falou. 

  E ai, tudo bem? —  respondeu Marie, o clima estava um pouco tenso. 

  Entre. Queria conversar com você... 

  Pode falar. —  ambas estavam tensas, nervosas. 

  Bom, primeiro queria te agradecer por ter me ajudado hoje mais cedo, sem sua ajuda não teria sequer saído daquele banheiro. Segundo, eu sei que você esta com muitas dúvidas, eu não falo muito sobre isso e hoje foi a primeira vez que eu tive uma crise na escola, ainda bem que foi você quem me encontrou e não outra pessoa. Eu estou tentando criar confiança nas pessoas e senti que você pode ser uma delas, sei que esse não é o melhor começo de amizade mas eu quero tentar, quero poder compartilhar meus sentimentos com alguém. — Marie estava parada, mais uma vez congelada, não conseguiu se expressar. — Oh, me desculpa, eu sei que é muita informação de uma vez. 

  Não, é que as vezes tenho dificuldade de me expressar. —  um sorriso meio constrangedor surgiu. —  É que fiquei muito preocupada com você, até te procurei no final da aula mas não te encontrei, minha mente não parou um segundo sequer de pensar no que houve mais cedo, e sim eu quero ser a pessoa com que você pode contar sempre!  

— Olha, não sei como explicar mas sinto que há uma conexão entre nós. 

— Sinto a mesma coisa. 

 Um silêncio se instaurou pela casa. Ambas estavam constrangidas e não sabiam o que dizer. Até que Helena quebrou a quietude do ambiente. 

— E então, como vamos fazer isso? Ah, já sei. Você deve ter muitas duvidas acerca do que aconteceu na escola, vamos começar por ai, pode perguntar o que quiser. — estava apreensiva. 

—  Ok. Me deixa pensar um pouco... Ah, isso! — Marie levantou do sofá e andou para um lado e para o outro da sala. 

—  Vamos, estou ficando ansiosa já. 

—  Ta bom, ta bom. Me diz ai, qual seu signo? 

  O QUE? —  helena não sabia como reagir, e então começou a rir, as duas riram durante um tempo parecia uma crise de risos, era só olhar para a outra que começavam a rir. 

— Ok, ok, agora é sério. Preciso dessa resposta urgentemente! 

— Ta bom. Eu sou virginiana. 

— Uau! Organizada, perfeccionista, racional, adora rotina, detalhista, porém pode ser instável as vezes. — Helena a olhava abismada

— O que você é? Astróloga?  — Marie mais uma caiu na gargalhada 

— Não mulher, você encontra tudo isso na internet fácil fácil. 

— É que não sou muito ligadas em signos, mas agora fiquei curiosa, qual o seu? 

— Sagitário. 

— Hum, desculpe volte duas casas e me explique sobre essas coisas. — outro sorriso surgiu no rosto de Marie. 

— Então tá. 

 As duas conversaram por horas, os assuntos simplesmente fluíram e aquela tensão do começo sumiu totalmente, estavam totalmente a vontade. Quando deram por si já era noite e Marie tinha que voltar para sua casa. 

— É, me manda mensagem quando chegar viu? — disse Helena

— Ta bem, mando sim. 

 E mais uma vez seus olhares se encontraram e o clima mudou e quando Marie foi se despedir seus lábios tocaram os de Helena por um segundo, as duas ficaram constrangidas e se desculpando até que a garota foi embora.  

É isso amores, faz muuito tempo que eu publiquei aqui, estou tentando voltar e ser mais frequente. Toda critica é bem vinda! <3 


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⏰ Última atualização: Dec 16, 2019 ⏰

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