~☘️~As pessoas quando ouvem o nome Duende, imaginam logo um ser minúsculo, alguns até dizem que são meio traquinas, inteligentes e normalmente vestem-se de verde e castanho para possibilitar a sua camuflagem, habitam nos bosques e no quanto são responsáveis por guardar um ouro imenso, que segundo alguns encontra-se localizado no fim do arco-íris.
Muitos foram os que tentaram a sorte e não conseguiram encontrá-lo. Uns nem voltavam mais, pois assim que se entrava pra dentro do bosque, dificilmente saia-se de lá, tendo em mente que esse era o caminho mais perto para sair da cidade escondida, muitas famílias que ansiavam por novas vidas deixaram de ter uma.
A cidade escondida, mas conhecida como a Terra Escondida, localizava-se no extremo, onde muitos nem se atreviam a explorar por causas das muitas lendas que a maioria eram mentiras inventadas, — só que não — pelo conselho para afastar aqueles que lá iam com a intenção de roubar as várias minas secretas de ouro — mas só os que pertenciam à classe alta sabiam dessas minas e tiravam proveito das mesmas.
Apesar da aldeia estar bem distante das civilizações mais modernas e com um grande avanço na tecnologia, os habitantes não ficavam atrás... Bem, a maioria não tinha direito por não terem tantas condições financeiras.
— Aonde foi que encontraste isso?!
— Não te interessa — respondeu a rapariga do cabelo curto à altura do pescoço no qual todos à chamavam por Layla que significava noite, ou nascida durante à noite.
Foi-lhe dado esse nome porque a senhora que a criou, sua mãe adotiva, encontrou-a no meio do nada quando o véu azul-escuro reinava no alto e, por ela ter a pele escura que nem o chocolate preto.
— Então presumo que o roubaste — afirmou Kamal a ver mais uma vez a sua amiga com um objeto roubado.
— É, roubei-o. E agora? — indagou sem a maior importância e viu o seu reflexo no espelho.
Tinha na mão um objeto pequeno que o abriu de seguida.
Kamal cruzou os braços resignado com a atitude da amiga. Ele era totalmente contra o que a Layla andava a fazer. Roubar, um ato não digno e feio. Por mais que desse a conhecer isso a teimosa da sua amiga, Layla, dona do seu próprio nariz não queria saber. Ela era do tipo que fazia o que queria, quando queria e tudo tinha que ser como queria, ou seja, só às coisas que ela queria é que importavam no fim das contas.
— O que é isso? — semicerrou os olhos ao tentar decifrar o que a Layla tinha na mão.
Encostou-se mais um pouco.
— Não sabes o que é? — respondeu-lhe com outra pergunta. Kamal abanou a cabeça — Isso, é o que aquelas raparigas da qual uma anda de olho em ti metem nos lábios para ficarem mais bonitas — informou-lhe sendo desagradável com o amigo uma vez que ele já lhe tinha avisado pra não tocar mais nesse assunto.
— Ah, Batom vermelho — Kamal conseguiu ler.
— Isso mesmo! — disse Layla ao passá-lo sobre os lábios meio carnudos e pequenos — Como fica? — mostrou um sorriso largo ao virar-se para que o amigo desse a sua opinião. Não que ela fosse levar em conta. Fê-lo simplesmente por impulso.
Kamal arregalou os olhos, levantou as sobrancelhas surpreso assim que olhou para a amiga com aquela cor vermelha nos lábios que tornavam-no mais atraente, vistoso e acrescentava-lhe mais beleza. Simplesmente não tinha palavras.
— Então? — Disse rabugenta. Um dos vários defeitos que ela possuía — Estou mais bonita do que elas?
Kamal limpou a garganta e conseguiu dizer com uma voz roca:
— Ficou-te muito bem, pena que o roubaste.
— Vais mesmo começar de novo? — lançou-lhe um olhar feroz que logo Kamal fez questão de o desviar — Seja como for, a pessoa que na qual roubei tem uns vinte à mais. Não fará falta nenhuma ao contrário de mim. Eu também mereço coisas do gênero, sabias?
— Não disse o contrário. Só acho que devias ter essas coisas por merecê-las — encolheu os ombros.
— Vamos ser sinceros. Com o dinheiro que ganho nunca vou conseguir ter o suficiente pra comprar as coisas lindas que eles têm. Simplesmente não é justo — murmurou tristonha.
Layla trabalhava com flores e plantas. Dona da Floricultura que lhe foi dada por herança pela sua mãe adoptiva que já não se encontrava em vida a uns quatro anos. Ela realmente amava o que fazia, mas infelizmente isso não lhe dava dinheiro suficiente o que a deixava demasiado revoltada por isso, entrava nas casas dos ricos da aldeia para rouba-los porque segundo ela, eles não precisavam de tanto.
Kamal envolveu-a num abraço para a consolar. Era sempre assim que terminava conversas como aquela. Layla se desfez dele e dirigiu-se até o seu quarto, guardou o batom no seu baú, ou como ela mesma chamava: a caixa dos tesouros, que Kamal fazia sempre questão de aumentar no fim "roubados" por serem exatamente isso.
Saiu daquela divisão e voltou a entrar pra sala onde encontrou Kamal sentado no sofá a mexer na sua mochila que levava para todo o lado.
— Coscuvilhando o quê aí?
Kamal levantou o rosto e sorriu.
— Mochila rasgada — apontou para o grande buraco.
— É. — recebeu-lhe — Eu depois cozo ela.
— Posso te dar uma nova — comentou sorridente. Layla olhou pra ele desconfiada — Ou não posso? — contraiu os lábios e levantou-se do sofá.
Já Kamal trabalhava como pasteleiro e era incrível no que fazia, um verdadeiro chef. A sua família era dona da melhor pastelaria da aldeia e faziam os melhores pães e bolos de todo o tipo tornando-os a primeira escolha de toda a região.
— Se quiseres. — Layla encolheu os ombros, indiferente. — Seja como for, eu ia roubar uma nova e maior pra poder guardar todas as minhas coisas.
Kamal olhou-a confuso.
— Para quê?
— Sabes muito bem para o que é. — deu-lhe uma resposta seca.
— Ainda pensas em ir embora? — Kamal fitou a sua amiga do alto à espera de uma resposta sentindo-se traído pela mesma.
• n o t a d a a u t o r a •
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À PROCURA DA SORTE
Historia CortaLayla cresceu num lugar humilde mas ela nunca se conformou com o seu estado de vida sendo uma rapariga ambiciosa e mimada. Para conseguir o que quer ela muita das vezes age de maneira errada. Até que numa certa tarde surge a oportunidad...