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— Um duende — disse Layla andando de um lado para o outro quando esse já encontrava-se dentro da casota que era grande o suficiente e pertencia ao Falcão, seu gato — O que andavas a fazer no meu alpendre, ah? — perguntou.
— Isso lá te interessa! — respondeu com arrogância o duende cruzando os braços sem dar muita importância a pergunta que lhe foi feita. Estava indignado. Como é que eles ousaram em prendê-lo aí como se fosse um animal de estimação?
— Como?! — Layla olhou pra ele com a cabeça inclinada sentindo-se desafiada.
Kamal que se encontrava noutro lado da sala e conhecia bem a amiga meteu-se a gargalhar não conseguindo evitar o divertimento que estava a sentir presenciando a cena divertida.
— E não é que vocês os dois são parecidos — comentou e continuou a rir.
— Se não vais ajudar Kamal, não atrapalha! — fuzilou-lhe com os olhos e logo a seguir fixou o seu prisioneiro libertino — Olha aqui seu... — analisou-lhe bem antes de dizer algo — Anão — concluiu com os dentes cerrados.
— É melhor não voltares a chamar-me assim — ameaçou-a irritado.
— E o que vais fazer, ah? — Layla desafiou-o nem um pouco intimidada.
— Layla, é melhor ires com calma — aconselhou Kamal ainda no riso.
— Não me faças perder a paciência tu também! — gritou para o Kamal.
— Ok! — ergueu os braços em sentido de tréguas — É melhor colaborares agora, pequenote — avisou o Kamal ao duende.
Quando Layla perdia a paciência transformava-se completamente. Foi assim que o Fiji, seu vizinho, perdeu um dente da boca no verão passado.
O duende olhou de relance para o Kamal, sentou-se e deu um longo suspiro.
— Flynn. O meu nome é Flynn — deu um suspiro derrotado.
— Ora, ora pequeno Flynn! Já me vais dizer o que andavas a fazer no meu alpendre? — perguntou Layla um pouco mais calma.
E fez-se silêncio.
Kamal decidiu encostar mais de perto pra poder ver bem o Flynn. Era a primeira vez que vi-a um duende. Eram uma espécie curiosa. Lá bem no fundo, ele sempre achou que eles não existissem, mas agora, vê-lo com os seus próprios olhos metia em dúvida certas informações que lhes eram passadas.
— Ainda estou à espera — disse Layla pisoteando os pés com raiva.
— Calma Layla — Kamal afastando-a —Dá-lhe tempo, sim?!
— Não... Nãaaao! É claro que não! — abanou a cabeça decidida — Eu quero saber o que raio esse duende queria no meio das minhas flores — disse com as pupilas contraídas apontando para o prisioneiro com raiva e agressividade.
Realmente era uma curiosidade. O que andava um duende a fazer no alpendre da casa da Layla? E logo foi a vez de Kamal olhar para o Flynn desconfiado.
— Vá lá pequenote, responde à pergunta.
Flynn revirou os olhos e voltou a suspirar. Mesmo dizendo o seu nome eles continuavam a chamá-lo de pequenote.
Humanos!, abanou a cabeça decepcionado.
— Se eu dizer vão libertar-me? — perguntou tentando negociar a sua liberdade.
Layla deu um sorriso zombeteiro.
— Claro que não! Tenho outros planos pra ti. — informou.
— Então paciência. — disse indiferente e olhou para o lado.
Outro orgulhoso, pensou Kamal já não achando tanta graça como a pouco.
— Kamal me segura que eu mato alguém hoje! — Layla já não o aguentava. Quem ele achava que era para se sentir no direito de negociar seja lá o que fosse?, pensou.
— Por favor, Flynn, tenta colaborar. Está bem? — Kamal achou melhor meter-se no lugar de pacificador. Aquilo tudo já estava a lhe dar dor de cabeça.
Flynn olhou para o rapaz negro e então decidiu baixar a guarda. Dava para perceber que podia confiar nele.
— Simplesmente me pareceu ser um bom lugar pra roubar — respondeu e encolheu os ombros ainda fixando o olhar do Kamal.
— Só? — perguntou ele.
— Sim.
— Tu achas isso "só"? — Layla perguntou revoltada. — Ele quis roubar-me! — olhou para o Flynn com os punhos apertados cheia de raiva com vontade de apertar o pescoço do mesmo.
— Qual é Layla?! — gritou-lhe — Agora vais dar uma de boa conduta? Se bem me lembro é exatamente isso que fazes com os outros — disse impaciente.
Um pouco revoltada ela simplesmente cruzou os braços e fez beicinho. Realmente era isso que também fazia e agora já podia entender o lado das pessoas que eram roubadas por ela. Não era um bom lado para se estar e isso Layla tinha que admitir.
— Agora já vão me libertar?
— Não sem antes me mostrares onde fica o pote de ouro. — disse a Layla com malícia nos olhos. — É isso que vocês guardam, não é?! Então, guia-me até ele.
Todo mundo sabia muito bem o que duendes guardavam. Não era segredo pra ninguém e ela já tinha ouvido as histórias de pessoas que acreditavam em duendes e se aventuravam dentro do bosque para encontrar o pote de euro e poderem assim melhorar a suas condições de vida. Layla também sabia que essas pessoas não voltavam para contarem a história. Elas simplesmente desapareciam e não voltavam mais e ainda assim ela estava disposta em arriscar por essa ser a única forma de ganhar dinheiro suficiente e assim poder sair daí de uma vez por todas. Layla ia correr o risco seja lá o que isso realmente significasse.
— Aviso-lhe já que será perigoso. Existe criaturas piores que eu lá no bosque. — alertou com um sorriso torto no rosto.
— Como se isso fosse um problema —murmurou Kamal por muito difícil que fosse admitir aquilo. Sabia perfeitamente da ambição que habitava dentro das sua melhor amiga e não existia nada na face da terra que pudesse acabar com aquilo. Nem mesmo ele, infelizmente.
— Está bem — concordou o Flynn —Temos que sair antes do sol nascer.
— Pra mim não há problema —concordou Layla.
— Não contem comigo. — Kamal logo se excluiu daquele plano suicida. Não era ingénuo para saber muito bem que não adiantava em nada convencer a sua melhor amiga a desistir. Não havia volta a dar por mais que ele quisesse imenso que houvesse.
• n o t a d a a u t o r a •
Pra quem está acompanhar a história queria pedir desculpas pela demora em actualizar o capítulo.
Graças à Deus consegui um emprego e isso está a ocupar demais o meu tempo.
Se estiverem a gostar até aqui não deixe de votar ou comentar. Obrigada por ler 🙌🏾🙈
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À PROCURA DA SORTE
Short StoryLayla cresceu num lugar humilde mas ela nunca se conformou com o seu estado de vida sendo uma rapariga ambiciosa e mimada. Para conseguir o que quer ela muita das vezes age de maneira errada. Até que numa certa tarde surge a oportunidad...