~🍀~— Fecha os olhos. — mandou-lhe.
— Para?
— É surpresa! Vá, não sejas teimoso. — bateu com os pés no chão.
— Ok, já os fechei. — disse. — E agora?
— Agora abre.
— Já?! — Kamal levantou as sobrancelhas ainda com os olhos fechados.
— Vais abrir ou não?! — perguntou sem paciência.
— Que rabugenta que és! — resmungou e quando abriu viu um amuleto que Layla estendia pra ele — Pra mim? — perguntou espantado pelo presente e por dentro do mesmo encontrar-se um trevo de quatro folhas.
— Não gostaste? Se não eu levo ele.
— Claro que gostei! — assentiu, agarrou o amuleto com um sorriso largo e com um brilho nos olhos. — É lindo! — confessou entusiasmado.
Layla esboçou um sorriso.
— Eu sabia que ias... — tentou dizer, mas foi rapidamente interrompida pelo abraço inesperado de Kamal que a apertou ainda mais não querendo largá-la.
Layla hesitou por momentos, mas logo correspondeu o ato de ternura vinda do seu amigo. Sentiu-se segura e amada. Fizera bem de o ter escolhido e lá no fundo uma parte de si queria ficar na aldeia com Kamal. Pena que era só mesmo lá no fundo.
— Já tenho saudades — esse disse muito triste.
— Eu também — Layla admitiu evitando que as lágrimas saíssem dos seus olhos. Era forte e não podia permitir aquilo.
Esse momento foi quebrado pelo barulho irritante do comboio a avisar que ia partir.
— Tenho que ir — disse correndo para dentro do comboio que começara a andar juntamente com o Falcão ao seu lado.
— O que vais fazer assim que chegares lá? — gritou o Kamal assim que ela tirou a cabeça pra acenar um adeus.
— Não sei. De princípio vou fazer aquilo que mais tenho jeito: cuidar de flores e plantas. Mas se isso não der certo vou fazer o que sempre fiz — disse eufórica.
— O quê? — Kamal perguntou confuso.
— Tu sabes — piscou-lhe o olho já distante.
— Eu sei? — perguntou-se a si mesmo. — Eu não... Ah, pois sei — lembrou-se do que a sua amiga mais gostava de fazer e ele detestava vê-la a fazer. — Toma cuidado, Layla! — voltou a gritar. Layla simplesmente atirou um beijo para o ar em sua direção e voltou a acenar a mão.
Layla não mudaria nunca e Kamal não teve outra alternativa à não ser aceitar a realidade.
Depois do ocorrido na gruta, entre escolher o Kamal e as moedas de ouro, Layla reconheceu que afinal de contas o seu amigo era sim mais importante que qualquer ouro. Custou imenso quando viu que teria de deixar as moedas para trás, mas o alívio que sentiu ao salvar o Kamal e tê-lo são a salvo nos seus braços preencheu de tal forma o seu coração que foi uma surpresa até para ela mesma.
Ao voltarem para a aldeia, de mãos totalmente vazias, Flynn ofereceu-se para os acompanhar e guiou-os para um atalho que não demorariam mais que cinco horas a chegarem para casa. Claro que a Layla se impôs nessa decisão mas depois Kamal acalmou-a e prometeu-lhe que iam dar uma volta naquilo tudo. Eles juntos iam conseguir o dinheiro suficiente para ela poder fazer a sua viagem.
Quando chegaram na cidade perdida começaram logo a pensar numa forma de ganhar dinheiro. No princípio Layla começou a vender as suas lindas flores e as plantas que tanto ela gostava de cuidar na praça da cidade assim como todos os vendedores, mas isso não estava a dar dinheiro suficiente e foi assim que ao invés de vender ela ofereceu-se para cuidar do jardim das pessoas e isso rapidamente começou a render imenso.
Num desses dias enquanto ela cuidava mais uma vez do jardim de um dos habitantes, ela encontrou um trevo de quatro folhas bem escondido entre as ervas que iam ser amparadas. Arrancou-o com muito cuidado e ficou a contemplar ele entre os seus dedos. As folhas tinham a forma de corações pequenos.
"Encontra um trevo de quatros folhas e serás recompensada por isso", lembrou-se da sua mãe adotiva a ter dito.
• n o t a d a a u t o r a •
Esse foi um capítulo mais pequeno e também o penúltimo. Pra quem chegou até aqui quero agradecer por tirar um pouco do seu tempo para ler o meu conto. Obrigada ❤️🙌🏾
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À PROCURA DA SORTE
Short StoryLayla cresceu num lugar humilde mas ela nunca se conformou com o seu estado de vida sendo uma rapariga ambiciosa e mimada. Para conseguir o que quer ela muita das vezes age de maneira errada. Até que numa certa tarde surge a oportunidad...