Capitulo 4

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As ruas estavam vazias e o silêncio da noite só aumentava a sensação de solidão e desamparo. Cada passo que eu dava parecia ecoar como um trovão dentro da minha cabeça, enquanto o mundo ao meu redor desaparecia gradualmente em sombras e pensamentos confusos.

Meus pés me guiaram para longe de casa, em direção a um parque próximo que costumávamos frequentar na infância. As árvores altas e escuras pareciam me observar com olhos invisíveis, como se soubessem dos segredos perturbadores que eu carregava.

Tudo ao meu redor parecia distorcido, como se eu estivesse preso em um pesadelo sem fim. Cada árvore, arbusto e objeto inanimado adquiria uma aparência grotesca e ameaçadora. A escuridão me cercava, como se tentasse devorar minha alma, e o medo se tornava um companheiro constante, sempre presente em cada batida do meu coração acelerado.

Minha mente era um caos de pensamentos e sensações contraditórias. Eu tentava me agarrar à esperança de que tudo isso não passava de uma ilusão, mas a dúvida cruel insistia em me corroer por dentro.

Enquanto vagava pelas sombras do parque, percebi que não estava mais sozinho. Olhei ao meu redor, mas não vi nada além da escuridão opressora. No entanto, sentia uma presença sinistra e invisível que parecia me perseguir.

— Quem está aí? — Gritei, minha voz ecoando pelo vazio. Mas só o silêncio me respondeu.

Os pensamentos se confundiam em minha mente perturbada, e eu me via cercado por uma névoa de dúvidas e temores. As memórias se entrelaçavam com fantasias obscuras, e eu não conseguia mais distinguir a realidade da ficção.

A figura sombria que me atormentava voltou a aparecer diante de mim, emergindo da escuridão como uma criatura de pesadelos. Seus olhos negros me encaravam com uma intensidade gélida, como se pudessem ler minha alma e todos os segredos que escondia.

— Quem é você? O que você quer de mim? — Perguntei, lutando para encontrar minha voz em meio ao terror que me consumia.

A figura sombria não respondeu, mas sua mera presença era suficiente para enviar calafrios pela minha espinha. Ele se movia em silêncio, como uma sombra que dançava ao som dos meus medos mais profundos.

Minha mente estava em um turbilhão, e eu me sentia cada vez mais perdido e desesperado. As memórias de momentos felizes com Tyler e minha família eram obscurecidas por uma sensação sufocante de paranoia e desconfiança.

— Pare com isso! — Gritei, tentando afastar a figura sombria, mas ela continuava a se aproximar, como se quisesse me envolver em seu abraço sinistro.

Eu estava encurralado, sem escapatória, preso em um pesadelo terrível que não tinha fim. Cada pensamento, cada emoção parecia ser manipulado por essa entidade obscura, e eu me sentia cada vez mais impotente diante dela.

Em um último esforço desesperado, fechei os olhos e tentei encontrar a força para enfrentar meus medos. Uma voz suave e familiar ecoou em minha mente, como um farol em meio à escuridão.

— Edward, meu querido, você não está sozinho. Eu estou aqui com você. Enfrente seus medos e enfrente a escuridão. Você é mais forte do que pensa.

Era a voz de minha mãe, reconfortante e amorosa. Suas palavras me deram um lampejo de coragem, e eu decidi enfrentar a figura sombria de frente. Abri os olhos e encarei a escuridão, sem temer mais aquela presença.

— Você não pode me controlar! — Gritei, minha voz ecoando pelo parque. — Eu sou mais do que minhas sombras, e vou enfrentá-las!

Com cada palavra que eu proferia, a figura sombria parecia enfraquecer, como se minha determinação a dissipasse. Eu me sentia mais confiante e mais seguro, sabendo que não estava sozinho nessa batalha.

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