Capítulo quinze - O homem sem rosto

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Leonardo ainda estava parado na porta. Logo atrás, Olívia chegou correndo e também ficou perplexa com o que viu. Saulo saiu de cima de Helena e caminhou devagar para próximo da janela. Helena, permaneceu estirada no chão, com lágrimas nos olhos.

— Helena! Meu Deus! — Olívia pôs as mãos na boca e passou por Leonardo, quase o empurrando.

Dantas, que também chegou ao quarto, parou na porta, confuso.

Com dificuldade, Olívia tentou colocar a cabeça de Helena em seu colo, e acariciou-lhe os cabelos tentando acalmá-la. Saulo ainda permanecia andando de um lado pro outro, longe de todos.

— Monstro! — Olívia berrou.

Saulo ignorou e continuou a olhar para a parede, sem saber o que fazer.

— Dantas, ajude-as — Leonardo ordenou.

O gerente entrou no quarto com rapidez e amparou Olívia. Os dois carregaram Helena para fora do quarto.

— Então? O que pensa que está fazendo?

Leonardo balançou as mãos e franziu o cenho tentando encontrar alguma explicação para o que era inexplicável. Saulo continuou mudo.

— Eu estou falando com você!

— Perdi a cabeça — Saulo tentou um meio sorriso — Qual homem não perderia?

Leonardo o encarou por alguns segundos, mas foi direto quando comunicou sua decisão.

— Você deixa o hotel a partir de agora. Depois de hoje, não dá mais. Já estamos com problemas suficientes.

— Calma, calma — Saulo abanou as mãos — Amanhã eu e Helena vamos embora... Dessa espelunca!

Saulo soltou uma gargalhada irônica. Leonardo caminhou até ele.

— Eu quero que você saia agora, entendeu? Agora.

Leonardo soletrou.

— Preciso saber onde está a Helena.

Saulo tentou ir até a porta, mas Leonardo o segurou pelo braço, o fazendo cambalear.

— Ela fica!

Saulo o olhou incrédulo, mas Leonardo foi irredutível.

— A Helena fica. Eu seria irresponsável em deixar você se aproximar dela. E cá entre nós, ela não deve estar com vontade de ir com você. Não acha?

— Quem cuida da minha mulher sou eu. E se eu fosse você, fazia o mesmo com a Olívia.

Saulo tentou sair, mas foi encurralado.

— Como é? — Leonardo se aproximou ainda mais dele.

— É o boato que corre, parceiro! Eu boto a minha na linha pra não ser corno. Mas tem gente que não cuida...

Leonardo, então, o pegou pela gola da camisa e o jogou contra a parede, prendendo o pescoço de Saulo com o braço. Os pés dele saíram alguns centímetros do chão e o homem começou a se debater.

— Nunca mais pronuncie da Olívia. Nunca... Mais — Leonardo rosnou — Pega tuas coisas e some. Se eu te encontrar... Ah.... Se eu te encontrar...

O braço de Leonardo apertou mais forte a garganta de Saulo, que tentou encontrar ar.

— Se eu te encontrar... — Leonardo enfatizou.

Ele retirou o braço do pescoço de Saulo, que caiu no chão, tossindo.

***

Bernardo estava radiante naquela manhã.

— Veja o relatório preliminar da perícia.

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