Capítulo 6

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POV Fernanda

  Espirro, espirro e mais espirros. Eu mal havia botado meus pés para fora da cama e já havia espirrado sei lá quantas vezes. Não acreditava que iria ficar doente já no meu terceiro dia no Brasil.
  Levantei da cama sentindo uma fraqueza no corpo e resmunguei sozinha. Eu odiava ficar doente, ainda mais quando era resfriado. Acabava com o meu dia ou semana.
Como eu estava com frio, fui direto pro guarda roupa, onde eu peguei uma blusa de moletom.
  Logo depois segui para o banheiro e vi meu reflexo no espelho. Eu estava péssima.
  Ouvi o choro de Pedro e estranhei, pois ele já quase não acordava chorando mais.
  Ah, só faltava ele estar doente também.
  Lavei meu rosto e escovei os dentes rapidamente, voltando ao quarto.

- Ei, calma, a mamãe tá aqui. - andei até a cama e o peguei no colo. Coloquei minha mão em sua testa e vi que sua temperatura estava normal. - Ainda bem. Está com fome? - ele resmungou inquieto. - Vou considerar isso um sim.
   Sai do quarto e fui para a sala, colocando Pedro no carrinho, pois eu estava me sentindo muito fraca para ficar segurando um bebê de 9 kg enquanto fazia alguma coisa.
Fui até a cozinha e em alguns minutos a mamadeira de Pedro estava feita.
  Retornei a sala e me sentei no sofá, segurando a mamadeira, para que Pedro tomasse seu leite.
  Max colocou a cabeça na minha perna e eu me lembrei que não havia lhe dado comida, pois eu não tinha. Então eu teria que levá-lo para o apartamento de Paulo, para que ele pudesse comer.
 
  A campainha começou a tocar e me cachorro correu animado para a porta. Imaginei então que seria Paulo, para pegar o Max, já que o porteiro não tinha interfonado para avisar da chegada de qualquer outra pessoa.

- Entra! - gritei. Torcendo para que realmente fosse Paulo.
  E era ele. De regata, short, fone de ouvido e uma coleira na mão. Ele conseguia ficar mais lindo ainda de regata, mostrando todas suas tatuagens.

- Oi, bom dia. - Paulo saudou enquanto era recebido por Max animado.
- Bom...atchim...dia. - sorri fraco envergonhada.
- Você tá bem? - Perguntou parecendo me avaliar.
- Mais ou menos.
- O que você tem?
- Nada de mais, só tô com gripe e me sentindo um pouco fraca. - disse e Paulo veio até mim, colocando a mão em minha testa.
- Você tá bem quente, com certeza está com febre. - falou preocupado.
- É só um resfriado, logo passa. - espirrei de novo.
- Você tomou remédio?
- Não, na verdade nem tenho. Não costumo ser prevenida.
- Eu vou pegar um lá no meu ap pra te dar e aproveito pra dar comida pro Max.
- Não precisa se inc... - ele me interrompeu.
- Estou indo. - falou e saiu do meu apartamento levando Max com ele.

   Voltei minha atenção para Pedro, que havia voltado a resmungar e a ficar inquieto. Suspirei e o Tirei do carrinho, começando a balançá-lo no colo.

- Pedro, colabora com a mamãe, só hoje. - pedi cansada.

Ouvi o barulho da porta ser fechada e logo vi Paulo novamente.

- Aqui.
   Ele veio até mim e me entregou o remédio. Pedro começou a esticar os braços para que Paulo o pegasse e praticamente se jogou nos braços dele. Paulo sem ter o que fazer o segurou em seu colo.

  Pedro, meu filho, assim você me complica.

- Desculpa, ele ta bem agitado hoje, não sei por que. - expliquei, meia sem jeito. -  Ah, Obrigado, pelo remédio.
- Tudo bem, não tem problema. - ele falou olhando para Pedro em seu colo. Que já havia se acalmado e agora sorria para ele. Os dois eram ainda mais parecidos lado a lado.- Toma o remédio, pra ficar melhor logo.

Assenti e fui até a cozinha, pegando um copo de água. Engoli o comprimido e voltei para a sala. Vendo meu filho brincando com Paulo. Nem parecia a criança inquieta de alguns minutos atrás.

  Caminhei até o sofá e me sentei no mesmo.

- Se você não melhorar eu te levo no médico.
- Magina, não vai precisar. Eu tô bem.
- Tá fazendo 26 graus e você tá de blusa de moletom. - argumentou.
- Eu estou com frio.
- Sinal de que sua febre deve estar alta. Por que não deita um pouco, pra descansar? - sugeriu.
- Não posso, tenho que cuidar do Pê.
- Eu cuido dele. Você sabe que eu sempre me dei bem com crianças.
  É, isso era verdade.
  Sem estar muito afim de contrária-lo eu acabei assentindo.
Talvez seria um bom momento para ele se aproximar do Pedro, para que quando ele soubesse que era pai dele, já estar acostumado com o filho.
- Você comeu alguma coisa hoje?
- Não, não estou com fome.
- Mas você precisa comer, se não vai ficar com o corpo mais fraco ainda.
- Você tem razão, depois eu como alguma coisa. -  disse e me arrumei no sofá, procurando uma posição confortável.

Depois Que Te ConheciOnde histórias criam vida. Descubra agora