P.O.V's Jessica
Pronto, era só o que me faltava. Minha mãe me recriminar por mais alguma coisa. Nem eu e nem a Sara merecemos essa falta de respeito que ela tem contra os LGBT's. Fiquei um tempo pensando no que responder, e acabei inventando qualquer coisa.
- Eu chamo todo mundo assim, mãe. Você que nunca percebeu! - A Sara me olhou meio apavorada e eu quase ri da cara dela.
- Não chama não. - Puta. Que. Pariu. Ela me conhece bem apesar de tudo, sabe que eu odeio quando as pessoas se chamam assim, acho uma completa falsidade.
- Você não sabe.
- Sei. Eu te conheço e sei que você odeia esse tipo de tratamento. - Merda.
- Passou muito tempo, minha maneira de ver o mundo mudou. Já disse que você não me conhece mais. - Falei duramente e com indiferença, ela me olhou triste e com raiva.
- Você acha que não vi, acha que eu não estou sentindo...
- Sentindo e vendo o que?
- VOCÊ ACHA QUE EU SOU BOBA?! VOCÊS ESTÃO NITIDAMENTE APAIXONADAS! VEJO NOS OLHARES QUE VOCÊS TROCAM, NO JEITO QUE VOCÊ FICA QUANDO ELA 'TÁ POR PERTO! EU NÃO ACREDITO QUE VOCÊ FOI CAPZ DISSO, JESSICA! NÃO ACREDITO QUE FOI CAPAZ DE TRAIR SEU MARIDO! - Ela diz berrando na minha cara.
- VOCÊ NÃO SABE DE NADA! VOCÊ NÃO TEM O DIREITO DE FALAR NADA DE MIM E DA SARA!
- É VOCÊ QUE NÃO TEM O DIREITO DE FALAR ASSIM COMIGO! EU SOU SUA MÃE!
- Para mim você não ocupa mais esse posto há muito tempo.
Desabei e vi minha mãe fazer o mesmo. Estou muito triste, por mim e por ela, mas ela não podia ter feito o que fez! Ela praticamente me baniu da família! Me excluiu! Me deserdou! Preciso ser dura com ela, pelo menos por agora, não irei dar meu braço a torcer.
Conheci seu verdadeiro lado assim que descobriu minha sexualidade. Ela sempre foi uma pessoa compreensiva, amiga, parceira, engraçada, ela era minha melhor amiga. Mas depois de descobrir minha sexualidade, eu simplesmente não soube mais quem ela era! Eu não acredito que fui criada por esse monstro. Que amei esse monstro. Que morei com esse monstro.
Depois que falei isso pra minha mãe, para minha incrível má sorte, Christopher entrou no quarto com um falso olhar preocupado. E foi aí que eu comecei a ouvir um " Pi, pi, pi...".
Rapidamente irradiando pelo quarto, ouve-se um som ensurdecedor. Logo associei com o som que sempre ouço nas gravações de Grey's. Olhei para o monitor ao lado do meu leito, mas não pude focar já que via tudo embaçado. O barulho parou. Olhei pra Sara e via sua boca se mexer, mas não conseguia ouvir o som de sua voz. Minhas cordas vocais falhavam como se tivesse um nó na minha garganta, interrompendo minha respiração e não me permitindo falar.Que agonia! Quero gritar! Respirar!
Aos poucos minha visão começou a escurecer e cansei de tentar respirar. Apaguei.
P.O.V's Sara
Nunca presenciei uma briga de mãe e filha tão intensa assim, A Jessica pega pesado com ela, mas pelo visto, ela faz isso porque Kate fez muito mal a ela. E essa atitude de Jessica está acabando com as duas. Preciso acabar com isso antes que...
- JESSICA! MEU AMOR, ACORDA! ACORDA! ENFERMEIRA! - O monitor disparou ritmicamente, ela simplesmente parou de falar e de respirar. Simplesmente parou, paralisou!
Olhei para trás para ver se a enfermeira tinha ouvido meu chamado e notei o porquê dessa reação da Jessica. Christopher tinha acabado de entrar no quarto. Vi um médico entrar atrás e gritar:
- BIPA A DRA. GORDON, ELA ESTÁ TENDO UM ENFARTO! - O médico gritou para a enfermeira. Alguns minutos depois vi Dra. Gordon entrar.
- O que aconteceu, Dr.Smith?
- Cheguei e a paciente estava tendo um enfarto.
- Certo, vamos para a OR agora! - A Dra. Saiu correndo com Jessica pra fora do quarto e o médico que estava lá falou:
- Vamos pedir a alguém para que dê notícias de meia em meia hora sobre o estado da Sra. Capshaw. Mas até lá, vou ter que pedir que aguardem na sala de espera. – Acenamos para o que ele disse e ele saiu correndo.
Por que isso tinha que acontecer justo agora?! Jessica não pode morrer! Não pode me deixar!
Eu já me debulhava em lágrimas, ela tem sido a melhor coisa que já aconteceu na minha vida, ela não pode me deixar!
Eu fui até a capela do hospital e rezei com todas as minhas forças restantes para que ela saia em perfeito estado dessa. Eu necessito dela, de cada partícula existente em seu corpo, necessito saber se ela respira, se ela está bem. Eu necessito dela.
3 horas depois
Estamos aqui há três horas e nada dessa cirurgia acabar. Estou agoniada e desesperada por notícias. Ando de um lado para o outro e quando estou quase entrando dentro daquela sala, avisto a Dra. Gordon e o Dr. Smith entrando no grande salão. Meu coração parou naquele momento e espero os doutores chegarem na gente e falarem.
- A cirurgia foi um sucesso! Ela está inconsciente, mas já está tudo bem.
- GRAÇAS A DEUS! - Não me controlei apertei os dois em um abraço tão forte que quase quebrei suas costelas.
- Obrigada, obrigada, obrigada.
- Não tem o que agradecer, apenas fiz meu trabalho! Querem vê-la? - Só então me lembrei que Kate e Christopher também estavam ali.
- Sim!!!
A seguimos até o quarto, mas antes de entrar, a doutora nos parou e falou:
- Ela está entubada, mas é temporário. Só porque seu corpo está frágil e precisa de uma ajuda até normalizar. - Assentimos e entramos, ela está tão frágil e indefesa, e esse tubo atravessando a sua traquéia também não ajuda. É incrível que mesmo assim, ela consegue ser linda.
Uma lágrima escapou de meus olhos, mas não sei se é de felicidade ou de tristeza. Provavelmente os dois. Cheguei perto dela e acariciei seu rosto com uma mão enquanto a outra passava com os dedos por sua bela boca. Sentia saudade de seus lábios nos meus, mas não posso fazer isso. Não enquanto Christopher estiver aqui. Ele se aproximou dela e meu sangue ferveu. O impedi de chegar mais perto dela.
- Não ouse se aproximar mais dela. - Ele me olhou e consegui sentir a fúria em seu olhar.
- Quem você pensa que é pra me impedir de chegar perto da minha esposa?
- Sou a pessoa que não vai deixar você encostar um dedo nela, e ela não é mais sua! - Ele riu.
- Você acha que vai conseguir me impedir?
- Eu não, mas a polícia vai! - Ele olhou em volta.
- Eu não estou vendo polícia nenhuma aqui.
- Não? - Ele então olhou para trás.
- Christopher Gavigan, você está preso por violência doméstica, tentativa de homicídio, estupro e desrespeito contra mulher. Você tem o direito de permanecer calado. Tudo o que disser poderá ser usado contra você no tribunal.
- Estupro? Tentativa de homicídio? Violência doméstica? Do que estão falando? - Kate falou confusa.
- VOCÊ ME PAGA! VOCÊ E A JESSICA! EU VOU ACABAR COM A VIDA DE VOCÊS! VOCÊS VÃO VER!
Os policiais o levaram dali, para o meu alivio. Expliquei tudo para Kate, que ficou chocada. Mas no final de nossa conversa, uma pessoinha nos atrapalhou, para nossa felicidade.
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Maybe You
Fanfiction[Incompleta] Sara Ramirez é uma atriz famosa e está no pico de sua fama. Jessica Capshaw começa uma parceria inigualável com ela, onde elas fazem um papel de casal juntas em uma série. E isso pode mudar completamente a perspectiva de vida das duas.