Capítulo 19

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Jess ON

Quando o delegado falou eu simplismente parei de respirar, entrei em pânico, estava tentando digerir que aquele maníaco estava por aí, nas ruas, e nós correndo muito perigo porque não sabemos do que ele é capaz.

Sara me abraçou, me protegendo, mas conseguia sentir o seu coração acelerando, suas mãos suando, e sentia todo seu desespero, mas, me senti confortável ali, apesar de que o mundo todo girava e eu não conseguia respirar direito e não conseguia falar, estava muito fraca para conseguir falar algo, então fiquei quieta no colo dela. Um tempo depois minha visão ficou turva, então Apaguei.

Acordei em um lugar claro, tentando me acostumar com a claridade, Sara estava no meu lado, seus cotovelos apoiados na maca, seus olhos vermelhos e inchados ela claramente havia chorado, seu rosto demonstrava irritação, preocupação e desespero, mas quando me viu acordada sorriu e suspirou.

-Que bom que você acordou! Estava tão preocupada!- beijou a minha testa, foi então que percebi que estava entubada, então entrei em desespero e ela me abrçou

-Calma, Calma eu tô aqui, preciso que fique quieta para eu chamar a enfermeira para tirar isso ok?

Assenti e ela foi chamar a enfermeira.
Tiraram aquilo da minha garganta, suspirei aliviada.

-O que aconteceu?

-Estavamos na delegacia e você desmaiou nos meus braços.

Me lembrei de tudo, e comecei a chorar de desespero, Sara me abraçou

-Calma amor, vai ficar tudo bem, vamos acha-lo e ele vai apodrecer na cadeia como ele merece!

-Não me diga para ficar calma quando o homem que me estuprou, que me traiu, que me usou, que me bateu até eu quase morrer está solto e ainda tem você que corre perigo junto comigo! Não me diz para ficar calma!

Ela segurou meu rosto com as mãos e olhou no fundo do meus olhos

-Ele nunca mais vai tocar um dedo em você, eu nunca mais vou deixar ele chegar perto de você, eu sempre vou estar aqui pare te proteger, para cuidar de você, e se tiver que fazer darei a vida por você, porque eu te amo, eu te amo tanto, mas tanto que as vezes fica até difícil de respirar longe de você, eu faço de tudo, tudo mesmo por você e te confirmo que eu nunca vou deixar nada acontecer com você, e sobre mim, eu me garanto!

Ela sorriu

Não aguentei, a beijei com toda a ternura e tudo o amor cabível no universo, nos beijamos profundamente, um beijo apaixonado, só desfizemos o beijo quando nossos pulmões imploraram por ar.

-Eu te amo mais que tudo nesse universo, sabia?

Ela sorriu

-Eu acho que não...

Fiz cara de ofendida

-Mas se diz, vai ter que provar isso- disse ela, e eu ri

-Com o maior prazer!

Tornei a beija-la, só que agora mais ferozmente

Como eu amo essa mulher, meu Deus!

Depois de um tempo se beijando e trocando carícias dentro da nossa bolha cor-de-rosa.

Alguém pigarreou na nossa frente

-Desculpe enterromper mas, preciso trocar o curativo e fazer um check-up, tudo bem?

Assentimos apesar de querer matar a dra Gordon por estourar nossa bolha mas é pela minha saúde, então, fazer o quê né?

-Dra posso te perguntar uma coisa?

-Claro!

-O que eu tive? porque eu me lembro de parar de respirar, de me sentir fraca, da visão ficar turva e de me sentir tonta e de mais nada.

-Então, na última cirurgia tivemos que fazer um encherto no seu coração para normaliza-lo, e ele, por conta das emoções fortes não conseguiu segurar, causando uma outra queda dos batimentos, se tivesse chegado um minuto depois não estaria mais entre nós.

Disse ela enquanto auscultava meu coração.

-Entendi, por quanto tempo vou ter que ficar aqui?

-Não por muito tempo, provavelmente daqui a dois, três dias!

-Que bom!

-Bom, esta tudo ok, você vai ter que tomar uma medicação 2x ao dia mas não é nada demais, é só para ajudar na cicatrização ok?

-Ok -Eu e Sara dissemos em coro, depois rimos e a dra saiu.

-Amor?- ela me olhou séria.

-Hum?

-A Shonda não me deu mais de três dias de folga, então terei que voltar a trabalhar- ela disse cabisbaixa

Ergui sua cabeça

-Não fica assim, eu sei me virar e tem um monte de médicos aqui para me ajudar, e enquanto você não vai...

Me aproximei dela

-Nós podemos aproveitar!

Sorri maliciosamente e ela correspondeu ao sorriso, mas logo depois seu rosto mudou de feição, de sexy para agoniada.

-O que foi?

Ela saiu correndo e eu escutei o barulho dela vomitando tudo que comeu no dia, mas pelo tempo que demorou tudo o que comeu no mês.

-SARA? TÁ TUDO BEM?

ela respondeu botando tudo para fora denovo. Apertei o botão para chamar a enfermeira e ela logo chegou

-O que houve?

-Minha namorada! No banheiro!

Ela foi lá ver, fiquei esperando elas aparecerem muito preocupada

-Está tudo bem?- gritei, e logo elas apareceram, Sara pálida, a boca provávelmente seca e logo que chegou no quarto sentou sem jeito na poltrona, provávelmente fraca.

Tentei me levantar mas a enfermeira e os fios me impediram

-Ela está bem, calma, vou pedir para alguém trazer água e alguma coisa para ela comer, parece que alguém cuidou demais dos outros e esqueceu de cudar dr si mesma.

Ela saiu

-Os enjoos tem estado frequentes?- Perguntei

-É a quarta vez só hoje.- ela disse quase num sussuro por conta da fraqueza.

-Ai amor, porque não me contou?- ela me olhou como se eu tivesse fazendo a pergunta mais idiota do mundo e depois parei para pensar, realmente era uma pergunta idiota

-Hum... deixa eu pensar... talvez porque você desmaiou nos meus braços, eu te trouxe correndo para o hospital, você ficou quase 5 horas numa cirurgia e só acordou uma hora depois, e eu mal tive tempo para respirar ou falar algo para alguém, isso tá me sufocando, talvez eu realmente tenha esquecido de comer e de te falar porque talvez você estivesse inconsciente!- ela falou tudo em um folêgo, e foi bem grossa.

-Nossa, desculpa se eu não tenho o melhor coração do mundo e te fiz passar por tudo isso, talvez eu seja um peso na sua vida.- falei seca, realmente fiquei magoada com aquilo, virei de lado,de costas para ela, logo depois a enfermeira trouxe a comida dela e verificou sua pressão.

-Não precisa ficar aqui, eu estou te  "sufocando", não precisa ficar com alguém que te sufoca.- Uma lágrima correu pelo me rosto.

O quarto ficou em silêncio, um silêncio mortal, pelo menos para mim, me matou por dentro estar brigada com ela, estar perto dela sem contato é simplismente horrível, mas os nossos orgulhos falaram mais alto e ficamos em silêncio sem falar uma com a outra

Maybe YouOnde histórias criam vida. Descubra agora