Capítulo 32

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Sara ON

Um tempo depois, acordei num lugar extremamente claro, aquela claridade toda chegava a incomodar; meus olhos focaram em Carla que estava em minha frente,com os olhos fechados porém mesmo assim, dava para notar o inchaço neles.

Tentei me levantar mas uma dor perfurante tomar conta de mim novamente

Gritei de dor

Carla levantou e veio imediatemente em minha direção, junto da enfermeira.

Na medida que a enfermeira injetava o remédio no soro e massageava o local da dor, ela foi diminuindo gradativamente até parar.

-Se sente melhor?- perguntou a enfermeira, assenti e deitei a cabeça no travesseiro sentindo a minha cabeça latejar e minha garganta completamente seca.

-O que aconteceu?- perguntei fraca a Carla

-Então mana... você perdeu o seu bebê.- disse ela rapidamente. Foi como um soco na boca do estômago, daqueles que doem demais e que você perde as forças, foi exatamente o que aconteceu comigo. Comecei a chorar desesperadamente

Porque comigo?

Eu estava tão feliz por formar uma família com Jessica, meus sonhos estavam se realizando rapidamente mas, tudo que é bom acaba e tudo de feliz se tornou uma reunião de tristeza, profunda e inconsolável. Era assim que me sentia, vazia e triste, sentia como se nada mais importasse, sentia vontade de morrer ou de ir embora e nunca mais voltar, mas não podia fazer isso, precisava lutar, tudo ficaria bem.

-C-Como assim?- gaguejei chorando

-Você teve um aborto espontâneo, eu não sei direito o que aconteceu a médica pode te explicar melhor.

-Tudo bem.

Depois de um tempo uma moça jovem com roupas sociais caras de baixo do jaleco entrou no meu quarto

-Boa Noite senhorita Ramirez, sou a Dra. Markle, obstétra, foi eu que realizei a sua operação,a senhora e devo dizer que infelizmente a senhora teve um aborto espontâneo por conta de alguns problemas genéticos que se dão no momento em que o embrião está se formando. Podem ocorrer falhas nesse processo e isso gera crianças com desbalanços cromossômicos, ou seja, provávelmente o espermatozoide depois de um tempo em contato com o seu útero desenvolveu uma deformidade, justamente por problemas que o gerador masculino deve obter. Além de que, houve muito estresse e emoções fortes que foram contribuintes.

-O meu bebê era tudo o que me restava. Eu sonhava em cuidar dele com o amor da minha vida mas ela está aqui, num hospital, repleta de tubos e com poucos porcento de probabilidade de vida. Toda a minha vida desmoronou de um dia para o outro e eu já não sei mais o que fazer, o que eu faço Carla? Eu não aguento mais essa dor!- disse com a voz totalmente tomada pelo choro, derrubei todas as barreiras que me rodeavam e desabei num choro inconsolável e depois, acabei dormindo.

Jessica ON

Dor. Dor. Dor. Uma dor interminável pairava sobre mim.

Uma luz radiante e extremamente forte incomodou os meus olhos.

Tentei falar mas algo me impediu. Meu corpo doía, minha cabeça doía, meu coração doía.

Fecho meus olhos brevemente e depois abro e vejo minha mãe, com os olhos vermelhos e abaixo deles uma grande e escura olheira.

-Jessica? Que bom que acordou minha filha!- Ela disse e me abraçou forte, me contorci de dor-Me desculpa!- disse secando as lágrimas

-Onde está Sara?- tentei dizer mais não consegui.

Forçei ainda mais as minhas cordas vocais

Não consegui

Me desesperei e comecei a me contorcer na cama até que alguém grita por mim e eu paro para escutar aquela voz que é como música para os meus ouvidos

-AI MEU DEUS JESS, AMOR, VOCÊ ACORDOU!

Comecei a chorar de alegria,pensei que nunca mais a veria novamente.

Ela veio até mim e me abraçou muito forte, quase gritei de dor, mas não conseguia e não me importei muito, eu queria e precisava dela naquele momento

Ela me beijou mas não conseguia corresponder muito bem, nossos movimentos estavam limitados então forçei o quanto eu podia os lábios para que ela soubesse que eu estava ali e que eu sentia toda vez que ela me beijava, escutava todas as suas declarações, principalmente o cordão, o selo do nosso amor.

-Só Deus sabe o quanto eu estou feliz- disse acariciando o meu rosto, não conseguia falar, nem fazer muitos movimentos mas conseguia sorrir, e foi isso que eu fiz

-Você continua tão linda!- deu um beijinho na minha testa e então eu percebi que ela estava numa cadeira de rodas

Ai meu Deus

O que aconteceu?

ela percebeu a minha preocupação

-Ei calma, depois que você se recuperar, conversamos sobre o que aconteceu comigo ok?

[...]

Duas semanas depois eu já havia conseguido recuperar metade dos meus movimentos, conseguia mover as pernas, os braços e levemente o pescoço. Houve uma lesão superficial na T6, não me permitindo fazer muita coisa mas, graças a Deus, hoje, eu recebo alta.

O nerurologista e a ortopedista disseram que teria que voltar duas vezes por semana para fazer fisoterapia e a cardiologista disse para não me esforçar e não ter emoções fortes, o que é quase impossível com uma mulher como a Sara ao meu lado, depois que ela me contou do que houve com ela, nós choramos juntas e tomamos a decisão de morar juntas.

Foi tudo muito rápido, eu sei, mas tudo com ela é enlouquecedor, eu quero ficar com ela o tempo todo e nunca mais desgrudar e só sei que... em pouco tempo Sara Elena Ramirez se tornou o meu mundo, e apesar de toda a dor, era só ela que importava para mim.
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HELLOOO PEOPLEEESS

ENTÃO LINDOS, não me matem pela demora,  me desculpem, mesmo, o meu bloqueio foi gigantesco e eu não tinha criatividade nenhuma para escrever, mas eu prometo que logo logo eu vou escrever o próximo, bjs espero que gostem e me perdoem pelos erros ortográficos

Maybe YouOnde histórias criam vida. Descubra agora