Capítulo 5

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Elisabeth me mandou seu endereço, quando supliquei para que ela me contasse.

Havia se passado três dias, após meu último encontro com Elisabeth, eu ainda estava exausta pela descida da montanha entre as árvores, apenas não me perdi, pois alguns espíritos me ajudaram a achar o caminho de volta.

A casa de Elisabeth ficava ainda mais afastada que aquela cafeteria, onde me encontrei com ela pela primeira vez.

Recebeu-me com um sorriso no rosto. Após eu entrar, Elisabeth deixou a porta aberta.

— Não se preocupe, ninguém mais vai entrar. Será apenas eu você — falou.

— Por favor, me conte por quê meu sangue é prometido?

— Gostaria de saber com seus próprios olhos?

Assenti, sem entender bem em que sentido.

— Julie! Saia dessa casa! — acompanhei a voz de Demétri que vinha da entrada.

Elisabeth sorriu.

— Eu disse que mais ninguém entraria aqui.

— Saia agora! — Demétri gritou batendo seu punho com força na parede de entrada.

Levantei-me assustada com sua raiva.

— O que você está fazendo aqui Demétri? Esse não é um assunto que lhe diz respeito.

— Você não percebe? Eu não posso entrar na casa dessa bruxa. Como poderei te proteger!?

Dei um passo em sua direção, mas Elisabeth segurou minhas mãos.

— Essa será sua última chance de descobrir a verdade sobre seu sangue.

— Me mostre — pedi, então ouvi o grito de raiva vindo de fora, mas ignorei.

Deitei no chão, como Elisabeth havia me orientado, fechei meus olhos e por um momento senti como se estivesse em um sonho.

PASSADO

— Se desejar mudar de ideia, estarei aqui para leva-la onde quiser — Dante falou, enquanto se aproximava de mim, segurando consigo uma espada.

— Dante, eu não tenho escolha, fui prometida a esse príncipe desde que nasci. Não posso simplesmente abandonar minhas responsabilidades, apenas por que meu coração deseja um cavalheiro.

— Não é apenas por mim, se você se casar com ele, você será amaldiçoada.

— Por que fugir Dante? Por que supostamente há uma família muito nobre de bruxos que quer que sua filha se case com o príncipe?

— Foi o que eu ouvi.

— Que culpa tenho se o rei escolheu minha família?

— Não entende, a família Withers jurou matar qualquer pessoa que entrar no palácio no lugar de sua filha, Emily.

— Eu não tenho escolhas Dante, não posso simplesmente dizer que não quero me juntar ao príncipe. Isso é uma questão política.

— Eu estou te dando uma escolha, a escolha de fugir comigo.

— E eu estou te dando uma escolha de me acompanhar até o palácio e de continuar sendo apenas meu cavalheiro.

Suas mãos apertaram ainda mais o cabo de sua espada. Dante tinha um olhar furioso.

— Eu vou acompanha-la até o palácio, já que ser um cavalheiro é a única coisa que posso ser seu.

Respirei profundamente.

— Você sabia que tentar um relacionamento com alguém da nobreza, apenas iria te magoar e me magoar, mas você insistiu, insistiu em algo que não daria certo.

Dante virou as costas para mim e então sussurrou.

— Como poderei te proteger?

PRESENTE

Abri meus olhos no mesmo lugar que Demétri havia me deixado da última vez. No Ápice da montanha, mas dessa vez ele me encarava, estava furioso, se não fosse pelo vermelho de seus olhos, e pelo seu cabelo curto, diria que ele parecia o garoto de meus sonhos.

Sente-me e respirei profundamente.

— Não era para eu estar aqui.

— Encontrarei o colar que sua avó havia feito.

— O que?

— O colar que não te permitia ver criaturas, e não permitia me ver.

— Por que está falando sobre o colar?

— Porque nunca foi tão difícil te proteger quando usava aquele colar.

— Amaldiçoada por uma família nobre de bruxos — sussurrei, relembrando o que havia visto. —Por que se meteu? — gritei. — Estava para descobrir mais coisas.

— O que você descobriu?

Levantei-me e então pedi.

— Leve-me de volta até Elisabeth.

— Peça outra coisa.

— Leve-me de volta até Elisabeth — repeti.

— Vai ser um pouco difícil — Demétri sussurrou.

— O que você fez? Na verdade... Como você conseguiu me tirar de lá?

— Como devo explicar isso? — se perguntou. — Tem magias que estão apenas na casa, se você tira uma parte dessa casa, a magia é quebrada.

— Demétri... Você está me dizendo que destruiu a casa de Elisabeth?

— Talvez ela tenha ficado um pouco assustada por eu estar um pouco irritado, então a levei para outro país para acalma-la — falou apressado.

— Você fez o que?

— Na verdade eu não devo explicação para você, então te desejo novamente uma boa descida! — Demétri acenou com uma de suas mãos e então desapareceu.

Não era possível, que ele novamente havia me deixado aqui. Bem, será que com o dinheiro que tenho consigo construir um bondinho para descer?

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