Capítulo 15 - FINAL

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Abri meus olhos e estava em meu quarto.

O mesmo de sempre, mas a pessoa sentada olhando-me curiosamente era Elisabeth.

— Elisabeth?

Ela sorriu e assentiu.

— Renascemos, alguns dias atrás tive essas memórias de você e sabia que era essa data, a data a qual você abriria seus olhos, e teria lembranças.

— Como? Você havia dito que apenas eu saberia.

— Acredito que por eu ter utilizado a magia, acabei adquirindo essas memórias.

Todas as memórias dessa vida desde o nascimento começaram a correr por minha mente.

— Vivemos tudo até chegar essa idade para ter essas memórias?

Elisabeth assentiu sorrindo.

— Sim, foi nesse período que eu a levei para o passado. Nossos destinos se cruzaram, pois estávamos destinadas a isso.

— Venham tomar um café meninas! — ouvi uma voz que de fato conhecia.

— Vó? — sussurrei. Levantei-me da cama correndo até encontra-la na cozinha. — Vó! — gritei a abraçando.

— O que foi? — ela perguntou retribuindo o abraço.

— Tive um sonho ruim, apenas isso.

— Tome logo o seu café, você está atrasada para o trabalho.

Olhei para onde vinha essa voz feminina. Uma mulher que eu não via há muito tempo mexia em sua bolsa.

— Ma... Mãe? — perguntei.

Seus olhos me fitaram.

— Diga? — incentivou.

— Você está viva — falei.

— Credo filha, o que está dizendo?

— Tive um sonho ruim — repeti olhando curiosamente para ela. Era estranho, sei que havia renascido, mas era extremamente estranho ver ela.

— Estou indo, seu pai está me esperando.

— Meu pai? — perguntei.

— O que foi dessa vez Jhulie?

—Meu pai mora com a gente?

— Divórcio Jhulie! Divórcio — ela gritou e saiu apressada.

Há coisas que de fato não podiam ser alteradas. Olhei novamente para minha vó e voltei a abraçar.

— Nunca me deixe.

— Não vou te deixar, agora tome logo seu café.

Sentei-me a mesa e Elisabeth me acompanhou.

— Minhas memórias antigas são as mais recentes, você sente o mesmo.

Elisabeth assentiu.

— É um pouco assustador como as coisas aconteceram, como as memórias vieram, mas estou feliz que deu certo. Toda nossa vida mudou, nossas memórias e acontecimentos foram alterados e no fim me parece que deu tudo certo.

Tudo havia realmente dado certo, mas havia algo que estava faltando.

— E Dante ou Demétri? Você o viu? Nós o conhecemos?

Elisabeth suspirou e balançou a cabeça em negativo.

— Infelizmente não Julie.

— Será que ele renasceu como nós?

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