Abri meus olhos e estava em meu quarto.
O mesmo de sempre, mas a pessoa sentada olhando-me curiosamente era Elisabeth.
— Elisabeth?
Ela sorriu e assentiu.
— Renascemos, alguns dias atrás tive essas memórias de você e sabia que era essa data, a data a qual você abriria seus olhos, e teria lembranças.
— Como? Você havia dito que apenas eu saberia.
— Acredito que por eu ter utilizado a magia, acabei adquirindo essas memórias.
Todas as memórias dessa vida desde o nascimento começaram a correr por minha mente.
— Vivemos tudo até chegar essa idade para ter essas memórias?
Elisabeth assentiu sorrindo.
— Sim, foi nesse período que eu a levei para o passado. Nossos destinos se cruzaram, pois estávamos destinadas a isso.
— Venham tomar um café meninas! — ouvi uma voz que de fato conhecia.
— Vó? — sussurrei. Levantei-me da cama correndo até encontra-la na cozinha. — Vó! — gritei a abraçando.
— O que foi? — ela perguntou retribuindo o abraço.
— Tive um sonho ruim, apenas isso.
— Tome logo o seu café, você está atrasada para o trabalho.
Olhei para onde vinha essa voz feminina. Uma mulher que eu não via há muito tempo mexia em sua bolsa.
— Ma... Mãe? — perguntei.
Seus olhos me fitaram.
— Diga? — incentivou.
— Você está viva — falei.
— Credo filha, o que está dizendo?
— Tive um sonho ruim — repeti olhando curiosamente para ela. Era estranho, sei que havia renascido, mas era extremamente estranho ver ela.
— Estou indo, seu pai está me esperando.
— Meu pai? — perguntei.
— O que foi dessa vez Jhulie?
—Meu pai mora com a gente?
— Divórcio Jhulie! Divórcio — ela gritou e saiu apressada.
Há coisas que de fato não podiam ser alteradas. Olhei novamente para minha vó e voltei a abraçar.
— Nunca me deixe.
— Não vou te deixar, agora tome logo seu café.
Sentei-me a mesa e Elisabeth me acompanhou.
— Minhas memórias antigas são as mais recentes, você sente o mesmo.
Elisabeth assentiu.
— É um pouco assustador como as coisas aconteceram, como as memórias vieram, mas estou feliz que deu certo. Toda nossa vida mudou, nossas memórias e acontecimentos foram alterados e no fim me parece que deu tudo certo.
Tudo havia realmente dado certo, mas havia algo que estava faltando.
— E Dante ou Demétri? Você o viu? Nós o conhecemos?
Elisabeth suspirou e balançou a cabeça em negativo.
— Infelizmente não Julie.
— Será que ele renasceu como nós?
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Talismã
FantasyDesde seu nascimento Julie se vê amedrontada por criaturas que ninguém mais via. Prometida antes mesmo de seu nascimento. Uma criança que carregava consigo o sangue a qual todos os demônios se veem tentados a possuir. A mulher que com a ajuda de sua...