Capítulo 7

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PASSADO

Todos haviam recebido a notícia que eu me casaria com o príncipe, hoje o céu estava estranho, era lua vermelha, mas a sensação era que a própria noite parecia sangrenta.

Dante me acompanhou até chegar à casa das damas de companhia, elas quem iriam me preparar para o casamento.

Aquela que foi me receber sorriu ao me ver, dei um passo para frente para entrar em sua casa, mas Dante colocou sua espada em minha frente, impedindo que eu entrasse.

Olhei para ele, que continuava encarando a mulher em nossa frente, que já aparentava estar assustado com seu movimento.

— Dante? — o chamei.

— Me permita acompanha-la — pediu.

— Não podemos permitir cavalheiro, apenas mulheres deve se apresentar nesse aposento.

Dante olhou para uma árvore, encostada no muro que guardava a casa das damas e assim afastou sua espada, onde me permitiu continuar.

Entrei na casa, sem olhar para trás.

A dama que me acompanhava fechou o portão de madeira e então foi em minha frente, entrando de vez nos aposentos.

Pediu que eu aguardasse sozinha em um salão.

Cinco mulheres com vestidos vermelhas entraram nos aposentos, outras dez mulheres entraram no salão correndo e soltando uma risada enquanto apagavam as velas que deixavam o salão claro. Agora a luz vinha apenas das velas que essas cinco mulheres seguravam.

— É dessa forma que vocês pretendem me preparar para o casamento? — questionei já sabendo do que se tratava, essa casa estava cheia de bruxas que queriam a minha morte.

Seguraram-me pelos braços e fizeram com que me ajoelhasse ao chão. Palavras estranhas eram pronunciadas.

— Dante, por favor me salve — sussurrei para a escuridão.

— O que vocês pensam que estão fazendo? — Dante questionou, por sua voz podia perceber que estava enfurecido.

— Mate-a! — uma das mulheres ordenou.

Mas o barulho de gritos, e da espada afiada veio antes que encostassem em mim. Dante estava assustador com sua imagem fantasmagórica feita por apenas luzes de velas, que dançavam como ele, enquanto o mesmo matava aquelas bruxas, o sangue jorrado me fez abraçar a mim mesma com medo.

Uma delas jogou o sangue de umas das bruxas no rosto de Dante e então proferiu o que sinto como uma maldição.

— Você que ousou matar nossas irmãs, viverá como um demônio desejando puramente o sangue de sua amada, enquanto ela será caçada por seus novos irmãos, outros demônios.

— Defendera-la? Ou matara-la? — outra o questionou.

Senti uma dor imensa em meu coração. Alguém havia atingido meu peito. Dante gritava incansavelmente, parecia que seu corpo desfalecia como o meu.

O céu estava sangrando como esse aposento. Antes que meu corpo abraçasse a escuridão, vi de relance mais sangue surgindo. Dante havia se recuperado facilmente, mas seus olhos brilhavam no escuro como a cor de sangue. 

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