- Ainda não entendo o que está fazendo aqui. Falei para o vazio quando estacionamos em frete a minha casa.
- É uma casa grande.
- O bairro é bom e Charlie já morava aqui.
Caminhamos em silêncio pra dentro uma vez que ele preferiu não estacionar na garagem pois não ficaria muito tempo.
- Oi Brenda . A cumprimentei quando entramos.
- Ahh Lilian que bom que chegou. Ela pareceu aliviada.
- Esse é Davis Litt. Gesticulei pra ele que cumprimentou-a brevemente.
- Pode me contar o que houve?
- Um homem esteve aqui, ele disse que era um amigo do trabalho e que a senhora havia pedido que ele entregasse umas petições aqui pois já tinha saído do escritório e também disse que tinha um presente pro Alex.
- Quando isso aconteceu? Davis perguntou e ela hesitou em responder.
- Pode falar Brenda.
- Foi logo depois do almoço, coloquei os meninos pra dormir e fui até a entrada checar o correio . Ela parou de falar parecendo culpada. - Eu confesso que por um momento eu quase o deixei entrar, ele parecia realmente alguém que a senhora conheceria mas quando ele se referiu a Anna como menino eu percebi que era um completo estranho.
- Como ele era?
- Alto, o cabelo escuro na altura dos ombros, tão forte que se quisesse poderia ter me alcançado e...
- Uma cicatriz no rosto?
- Sim. Ela assentiu com a cabeça e eu congelei com a afirmação.
- Bem, eu acho que já nos encontramos hoje. Eu olhei pra Davis. - Brenda você pode tirar uma hora de folga, eu e Davis temos uns assuntos pra resolver por aqui .
- Ok, eles estão na sala no andador. Ela pegou a bolsa e saiu ainda acuada pela presença dele ali.
Habitualmente tirei meus sapatos e andei em direção a sala de tv onde já podia ouvir um burburinho estranho e baixo totalmente ciente que estava sendo seguida por Davis os avistei brigando por um brinquedo qualquer.
- Ai Alex, sempre você! Eu o encarei por um longo segundo e ele me entregou um belo sorriso sem dentes que derreteu meu coração. Instantes depois Anna não estava contente por ter sido deixada de lado, me esforcei pra apoiá-la no meu canto esquerdo e logo a briga começou outra vez só que agora no meu colo. Demorou pra que eu voltasse a notar a presença de Davis ali.
- Parecem grandes pra idade. Foi a primeira coisa que ele disse.
- O doutor disse que eles estão no tamanho normal.
- Talvez seja porque só os estou vendo agora. E lá estava uma farpa amarga outra vez.
- Porque não vem até aqui? Ele caminhou pra mais perto fazendo com que Anna recuasse . - Esse é o Alex. Como de costume Alex foi completamente caloroso.
- E está Anna?
- Sim, ela é um pouco mais desconfiada mas quando você a ganha ...
- Será que ela deixaria eu carregar?
- Porque não tenta o Alex primeiro?
Foi o que ele fez e sem esforço algum o menino se esgueirou pra ele como se tivesse o hábito de estar em seus braços todos os dias, eu me sentei na poltrona com minha bebê e por um pequeno tempo eles pareciam apenas pai e filho.
- Ele é mesmo um garotão!
- É sim não se preocupe com a Anna ela só está fazendo uma triagem, já até enxergou seus olhos nela.
- Por favor Lilian eles só tem seis... Ele quase riu.
- Eu enxergo cada progresso Davis.
- Eu nunca vou conseguir te perdoar Lilian. O semblante sombrio estava lá outra vez.
- Davis eu quero te contar tudo.
- Ahhh sim, e você vai mas olhe pra isso... Ainda com Alex nos braços ele apontou pra as fotos os brinquedos espalhados. - Você fala dos progressos das peculiaridades mas pra min eles são completos estranhos assim como eu sou pra eles em pensar que você nunca me contaria...
- Eu não poderia fazer isso com sua vida...
- Não é você quem decide coisas assim! Alex se alterou no braço dele fazendo com que ele se acalmasse e então Anna começou a berrar no meu sinalizando que já estava com fome. - O que houve? Ele pareceu preocupado.
- Apenas chamando atenção pra comer.
Caminhei com ela pra cozinha e ele fez o mesmo trazendo Alex consigo.- Pode colocar ele ali também porque assim que ela estiver com a mamadeira na boca ele vai querer também.
- Eles vão dormir?
- Sim, provavelmente depois dessa mamadeira.
- Nós precisamos conversar.
- É o que eu mais quero.
- Finalmente encontrei você em casa ! Nós dois nos surpreendemos com a voz que ecoou a cozinha.
- Charlie o que faz aqui?
- Queria falar com você e como não estou conseguindo por telefone preciso saber o que está havendo. Ele pegou os dois bebês ao mesmo tempo denotando o tamanho da intimidade que ambos possuíam e como ficavam confortáveis com o mesmo pois em questão de segundos as gargalhadas já ecoavam pelo comodo .
Quando tentei decifrar a fisionomia de Davis havia uma mistura de raiva , incredulidade e frustração e toda aquela atmosfera de paz havia evaporado no ar.
- Eu vejo você as seis em meu escritório pra termos aquela conversa. Foi a última coisa que ele disse antes de sair em passos largos sem sequer se despedir dos meninos.
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Sobre a Última Noite
RomanceQuando Davis a viu sentada no bar naquela noite não tinha dúvidas que era a mulher implacável a quem ele assistiu defender um criminoso a tarde toda no julgamento em que ambos eram parte fundamental . O único problema é que ela ganhou e ele...