Naquela tarde quando desci do carro caminhando em direção ao departamento de polícia de Chicago imaginei que a quase dois anos atrás naquela noite havia pensado em qual a probabilidade de ver Davis Litt outra vez e hoje chegado a conclusão que ele seria a única pessoa que poderia ajudar a sair dessa situação e proteger tudo de mais precioso que eu tinha.
- Boa tarde , o senhor Litt está me esperando. avisei a secretária com cara de poucos amigos.
- Eu sei , a senhora pode entrar.
- Então você veio... Ele não levantou pra me cumprimentar.
- Eu disse que estava disposta a contar.
- Então comece...
Sentei-me na poltrona em frente a sua mesa e tentei resumir todos aqueles meses em alguns minutos o que eu mais queria era que ele visse as coisas com meus olhos.
- Quando eu voei de volta pra Chicago as coisas continuaram como sempre foram, eu estava em busca de estabilidade e logo depois daquele processo em Boston me ofereceram a promoção de sócia sênior mais eu ainda não tinha o dinheiro pra investir na sociedade então eu trabalhei como uma louca pegando todos os casos que eu conseguia até conseguir juntar um dinheiro significativo que eu pudesse investir e não ficasse no vermelho e então um dia eu estava vindo da Filadélfia pra Chicago de carro e cochilei no volante foi só então que eu descobri quando me levaram pro hospital e fizeram todos exames por conta do acidente descobriram que eu estava grávida.
Naquele dia nada fazia sentido porque nós dois tínhamos sido cuidadosos eu era cuidadosa com relação a essas coisas e isso tinha acontecido.
- Você não pensou em abortar? dada as circunstancias não tinha muito espaço pra uma criança na sua vida não é? Eu não sei se havia entendido estranho mas por um momento ele soou meio irônico.
- Davis, você já ouviu o coração de um bebê? Quando o médico de plantão veio me ver naquela manhã ele não sabia que eu havia acabado de descobrir que estava grávida, ele veio me tranquilizar porque o meu bebê estava vivo era real demais pra qualquer aborto e eu jamais poderia pensar nisso quando senti aquela vida em min.
- Quando o Charlie descobriu?
- Muito antes que eu.
- Porque pensaram que ele era seu namorado? Ele me interrompeu.
- Não, porque ele trabalha no hospital e tem acesso aos exames por isso foi o primeiro também a me pressionar sobre o pai.
- O que fez ele aceitar?
- Davis, ele não tinha outra opção nós nos apoiamos desde sempre e ele sabia que não podia me deixar sozinha nessa.
- Charlie é um amante muito fiel.
-AH POR FAVOR NÃO SEJA RIDÍCULO, Charlie e eu somos irmãos Davis nós moramos naquela casa desde que mudamos pra Chicago; Ele a comprou porque o emprego dele no hospital central pagava muito bem e o meu ainda nem tanto mas quando ele se casou e foi embora pra Boston deixou a casa pra min e as crianças, a mulher dele na época noiva Ashley foi minha obstetra e eles casaram logo quando os gêmeos nasceram.
- Ele não se parece com você. Foi o máximo que ele disse.
- Quando o meu pai conheceu minha mãe Charlie já existia o pai dele morreu antes que os dois pudessem casar , era um fuzileiro.
- Então seu irmão acobertou essa situação esse tempo todo...
- Não, ele só não me pressionou pra que eu mudasse as coisas .
- Por uma fração de tempo você pensou em me avisar?
Não houve resposta, porque aquilo era verdade eu não tinha movido nada pra que as coisas fossem diferente e cada vez mais ele parecia irritado com isso porém ele não queria ouvir sobre o meu remorso e sim como as coisas aconteceram então eu continuei.
- Eu fui um pouco negligente e não fui ao pré natal no mês seguinte até começar e sentir completamente mais estranha que o normal e quando eu finalmente fui descobri o Alex. Pode imaginar? Como se as coisas já não estivessem loucas o suficiente.
- O que eu não consigo imaginar é como você ocultou uma coisa dessas Lilian eu poderia ajudar eu tenho dinheiro você não precisava estar só.
- Fui eu que insisti pra que você não me procurasse e de repente chegaria com duas crianças em seu colo?
- Percebe o quanto isso é egoísta? Não estamos falando de um relógio perdido e sim da vida de alguém. O que diria pra eles quando crescessem que não conheceram o pai porque você não quis falar com ele?
- Não, eu contaria sobre você para que eles mesmos pudessem te encontrar.
- E ai sim tudo estaria perdido porque se eu não consigo enxergar uma maneira de te perdoar agora eu nem pensaria na possibilidade se encontrasse Alex e Anna daqui a quinze ou vinte anos e pensasse em tudo que eu perdi por mero capricho seu.
- Eu fiquei doente Davis, eles queriam que eu abrisse mão do Alex e eu insisti então me perdoe realmente a última coisa que eu pensei foi em contar a você, eu ia e vinha pro hospital e ainda tinha que trabalhar apenas nutrindo a esperança que tudo ficaria bem no final então de que adiantaria de qualquer forma te contactar e depois perder os bebês?
- Não é você quem deveria escolher isso. Ele parecia estar se contendo.
- Quando eles nasceram passaram os dois primeiros meses no hospital e depois disso eu só queria curtir os meus filhos, havia dado tudo certo e nada os tomaria de min até Leonard aparecer com essas ameaças.
Davis permanecia me olhando de sua mesa como se pudessem sair chamas de fogo dos seus olhos. - Você vai ajudar não vai?
- É claro que eu vou cuidar dos meus filhos, eu não os deixaria em perigo mesmo que você tenha forjado uma imagem de negligente em cima de min.
- Eu não quis dizer isso. Gaguejei tentando me recompor sobre as palavras cortantes que me atingiram.- Você pode vê-los quando quiser, vou dizer a Brenda quem você e é bem vindo em minha casa.
- Se isso é tudo você pode ir, amanhã pela manhã vou passar por lá pra discutirmos o sistema de segurança e a contratação de uma equipe enquanto tentamos reunir provas melhores pra dar entrada em um processo.
- Tudo bem. Peguei minha bolsa quase me retirando quando ele me interrompeu.
- E Lilian...
- O que?
- Estava errada...
- Sobre o que?
- Leonard Bishop não era sua única ameaça.
- Do que e está falando?
- Espere pelos meus advogados, eu quero dar entrada em um processo pela guarda.
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Sobre a Última Noite
RomantizmQuando Davis a viu sentada no bar naquela noite não tinha dúvidas que era a mulher implacável a quem ele assistiu defender um criminoso a tarde toda no julgamento em que ambos eram parte fundamental . O único problema é que ela ganhou e ele...