Acompanhante de Luxo (CONCLUÍDO)

Capítulo Vinte e Sete

Estava saindo da galeria quando recebi uma ligação dele, ignorei e continuei caminhando pela calçada, mas não demorou para Ethan surgir de algum lugar.

- Quero te mostrar uma coisa! - ele vai direto ao ponto, não pergunta como estou e sinto uma pontada de decepção.

- Oi pra você também!

- Quer me acompanhar?

Ele aponta para o carro, relutante entro e seguimos para Deus sabe onde. Ficamos calados durante todo o caminho, mando uma mensagem para Tay avisando que chegarei um pouco tarde, mais antes do jantar estarei em casa.

Onde ele está me levando?

Sinto o carro parar, o encaro de braços cruzados. Saímos e vejo que estamos no que parece um condomínio, de frente há uma casa o encaro confusa.

- Que lugar é esse?

- Vamos entrar, te explico tudo depois de um tour.

Passo por ele, entramos e o lugar estava mobiliado, tinha cores bem vivas e iluminação boa. Senti um bom clima, andamos de cômodo em cômodo, ele explicava um pouco sobre a casa como se já estivesse vindo aqui antes.

Quando fomos ver o último quarto quase infartei. Um quarto de bebê. Me demorei naquele lugar, era tudo tão bonito, cheiroso e organizado. Os quadros na parede, as cores neutras deixando um ar de qual e o sexo do bebê.

O closet do bebê com apenas macacões branco e amarelo, uma cadeira de balanço e um berço.

- O quê achou? - Ethan se manifesta finalmente.

- Essa com certeza e a melhor parte da casa! - confesso encantada com tudo, meu bebê amaria ter tudo isso.

- Fico satisfeito em ouvir isso.

Ele se aproxima e apenas observo atenta, Ethan tira uma chave do bolso me entregando.

- O quê é isso?

- As chaves da sua casa.

Não escondo meu espanto me afastando dele, minha cabeça agora estava definitivamente fodida.

- Como é?

- Essa e uma das minhas propriedades, mandei mobiliarem e decorarem para deixar como um lar familiar. Mais pode dar o seu toque com o tempo, claro!

- Ethan, não espera, tem noção de como tudo isso é loucura?

- Por quê? Você terá um filho meu, acha que vou deixar que morem naquela espelunca que comprou e chama de casa?

Ele não estava falando sério, ou estava?

- Você consegue se ouvir? Isso é demais Ethan!

- Quero apenas o melhor para vocês.

- Nos dando uma casa? Tem noção que no momento não estou em condição financeira de bancar a hipoteca ou as compras?

- Com isso não tem com o que se preocupar.

- Não vou ser sustentada por você, está completamente maluco.

Entrego a chave passando por ele. Desço as escadas mais antes de alcançar a porta ele me grita, paro e me viro para ele.

- Qual o problema Selena?

- Tudo isso Ethan, será que não está vendo?

- O quê? - ele só pode estar se fazendo de idiota.

- Ethan, esse bebê e eu agradecemos sua boa vontade, apesar de exagerada. Mais sei me cuidar e tenho certeza que saberei cuidar do meu bebê!

- Você carrega sangue do meu sangue, querendo ou não, você não podera manter isso longe da mídia por mais tempo. Aqui é uma hora do centro e também...

- Chega! - grito cansada de ouvir ele falar.

Tomo um ar e levo uma mão na barriga, preciso me acalmar.

- Sangue do seu sangue, sangue do meu sangue. Meu bebê ouviu bem Ethan, você quer ajudar? Seja presente na vida dessa criaturinha que virá ao mundo, ame com todo seu coração e seja o melhor pai que puder ser.

- Selena!

- É tudo que precisamos de você, o resto teremos com meu suor e dedicação.

Saio da casa e vou para o carro, ele leva alguns minutos para entrar e depois seguirmos para casa. Assim que chego quase as lágrimas Taylor aparece vindo da cozinha.

- O quê aconteceu amiga?

- Eu estou apaixonada por ele, meu Deus!

O problema não e a casa...

(....)

No dia seguinte...

Estava saindo da consulta quando encontro com Rodrigo na saída, logo sinto uma sensação nada boa e minha sementinha parece sentir o mesmo.

- O quê faz aqui?

- Vim te buscar para almoçar querida.

- Não me toque! - digo quando ele vem me abraçar e o mesmo se afasta.

O deixo ali e vou até o carro de Tay, dirijo até a galeria de Helena onde encontro a tia do meu bebê limpando a câmera.

- Como está minha grávida mais linda? - ela vem me receber aos beijos e abraços.

- Vou bem, acabamos de voltar do médico. Ótimas notícias não é sementinha?

- Está perto da saber o sexo?

- Daqui um mês, disse o médico. - me sento vendo ela trabalhar.

- Estou pra morrer de ansiedade amiga, sempre que vejo um vestido tenho uma enorme vontade de comprar logo, mas tenho medo de não ser menina!

- Você e a Taylor querem mesmo uma menina?

- Claro, vamos mimar e enfeitar ela!

- Meu bebê não vai ser uma boneca, vocês duas não existem.

Rimos e vou dar uma volta antes das fotos. Recebo uma ligação de Vanesaa avisando que no próximo fim de semana virá me visitar, essa notícia me deixa tão feliz que mando uma mensagem para Taylor avisando.

As horas voaram.

Helena me deixou em casa, estava tudo escuro deduzi que minha amiga estava dormindo e subi direto para meu quarto.

Me troquei e fui ao banheiro escovar os dentes, escovei o cabelo e quando voltei para o quarto ouvi um barulho vindo do andar de baixo.

No impulso tranco a porta, pego meu celular dentro da bolsa e ligo para o número na discagem rápida, me arrependendo em seguida.

- Selena?

- Ai meu Deus, achei que Taylor estava na discagem rápida. - respondo baixo com o olhar fixo na porta do quarto trancada.

- Está tudo bem? Por quê está sussurrando?

- Tem alguém na casa. Estou trancada no quarto, mas...

Me calo ao lembrar de Taylor, aquela noite horrível me vêm na cabeça trazendo meus medos e pavores. Deixo o celular cair no chão, corro pra porta e destranco para em seguida ir na direção do quarto dela.

Mais quando entro ela não está lá. Com o coração acelerado, respiração ofegante eu me tranco novamente mais agora no quarto da minha melhor amiga.

Escuto passos subindo a escada, apesar de ser tarde o silêncio era enorme mais tenho certeza que seja quem for me ouviu entrando.

O quê eu vou fazer?

Deixei o celular no chão do quarto, procuro um jeito de sair dali ou me esconder.

Entro no closet, consigo me enfiar bem fundo num canto escuro fico imóvel apenas ouvindo o som da minha respiração. Não sei quanto tempo havia se passado, escuto um estrondo na porta.

Ele entrou!