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Ao entrar na sala de aula, o cheiro de papel e tinta ainda estava fresco no ar. As folhas de exame nas mãos da professora de história eram como um presságio que fazia a maioria dos alunos se remexer nervosamente em seus lugares. Cada um se acomodou em sua carteira, tentando esconder o nervosismo atrás de sorrisos forçados ou olhares distantes.

A professora, com sua expressão séria e olhos implacáveis, começou a distribuir as provas. Eu peguei a minha e a observei com um misto de apreensão e resignação. As questões objetivas pareciam simples à primeira vista, mas a dúvida começava a se instalar. Se eu escolhesse qualquer alternativa aleatoriamente, talvez tivesse sorte, mas a sorte parecia estar em greve naquela quarta-feira.

O som das batidas dos dedos nas mesas e os pés inquietos dos colegas de classe se misturavam em uma sinfonia desconcertante de ansiedade. As olheiras profundas de alguns eram um testemunho silencioso de noites sem sono e preocupações constantes. A sala estava carregada de um nervosismo palpável, um contágio emocional que se espalhava de aluno para aluno. A pressão parecia uma nuvem densa que pairava sobre todos nós, e o peso das expectativas parecia quase insuportável.

Eu olhei ao redor e vi rostos que expressavam uma gama de emoções — frustração, medo, desespero. O fardo da escola não parecia aliviar as nossas preocupações; pelo contrário, parecia ampliá-las. A sensação de que nunca alcançaríamos nossos objetivos se instalava em nossos corações, e a sala de aula, com seus bancos frios e luzes fluorescentes, parecia apenas intensificar esse medo.

Enquanto tentava focar nas questões da prova, a mente vagava, lembrando-se das noites em claro revisando matérias, das conversas com amigos tentando descontrair e das horas intermináveis de estudo. A sensação de que tudo isso poderia não ser suficiente para passar na prova era esmagadora. Éramos jovens, carregados de esperanças e sonhos, mas também de uma pressão imensa que ameaçava nos afundar. O futuro parecia uma montanha cada vez mais íngreme e intransponível.

Lembro-me de um dia em que um trabalho em grupo estava sendo apresentado, e a atmosfera na sala de aula era carregada de nervosismo e expectativa. Os membros do grupo, que mal se conheciam, estavam se esforçando para apresentar seu projeto, mas a verdadeira tensão estava com uma garota que tinha que falar sozinha diante da turma.

Ela estava visivelmente nervosa, suas mãos tremiam ligeiramente enquanto segurava os papéis que preparara. O professor de biologia, conhecido por sua postura rígida e inflexível, não oferecia nenhum suporte ou encorajamento. Ao contrário, sua presença era mais uma ameaça do que um apoio. Ele tinha deixado claro que descontaria pontos se a apresentação não fosse feita de maneira adequada, e suas palavras ainda ecoavam como um eco ameaçador na mente da garota.

Quando chegou a vez dela, os olhares curiosos dos colegas e a expectativa silenciosa da sala a fizeram sentir-se ainda mais paralisada. Sua voz começou a falhar, e as palavras que tentava articular pareciam se perder em uma espiral de ansiedade crescente. Ela tentou respirar fundo e começar novamente, mas o pânico tomou conta de seu corpo. A sensação de todos os olhares fixos nela, a pressão para se sair bem e o medo de falhar se tornaram esmagadores.

No entanto, a parte mais desoladora do episódio foi a reação do professor. Sem se importar com o estado de saúde da aluna, ele simplesmente anotou a nota baixa e descontou pontos da apresentação. Sua atitude fria e indiferente em relação ao sofrimento dela destacou o quão pouco a escola parecia se importar com o bem-estar emocional dos alunos. A sensação de injustiça e a frustração de ver a situação ser tratada com tanta insensibilidade era palpável. Momentos como aquele reforçavam a percepção de que, em vez de oferecer um suporte real, a escola muitas vezes contribuía para acirrar as ansiedades e inseguranças dos alunos.

DevilGirl vs DevilHunter: Bad Romance (EM ANDAMENTO)Onde histórias criam vida. Descubra agora