DevilGirl vs DevilHunter: Bad Romance (EM ANDAMENTO)

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ETHAN

No fundo, eu não queria matar Celine. Não era pelo fato de ela ser uma garota, mas pela injustiça de sua situação. Ela não tinha culpa de estar possuída por um Yatu. Quando ela me acusou de ser um dos homens envolvidos no tráfico sexual, a acusação me atingiu como um golpe inesperado. Comecei a refletir sobre as vítimas de suas ações: todos os homens que ela havia matado eram criminosos sexuais, abusadores de mulheres e menores. De certa forma, Celine estava buscando justiça de um jeito cruel e implacável.

Nos encontramos no corredor do colégio, e a tensão era palpável. A briga foi intensa e brutal, um confronto de forças e vontades. Cada golpe que trocávamos ressoava não apenas em nossos corpos, mas em nossas almas. Eu sentia a energia do Yatu dentro de Celine – Seiko era incrivelmente forte, mais forte do que qualquer outro demônio que eu já havia enfrentado. A ferocidade da luta me fazia questionar se sairíamos vivos dali.

Ela me atacou com uma precisão e uma fúria que só alguém possuído por um Yatu poderia exibir. Seus olhos, que eu sabia serem os de Celine, estiveram tingidos de uma malevolência que não era dela. Em um momento de fraqueza, meu pensamento divagou para os rostos das pessoas que ela havia matado – homens que mereciam punição, mas não pelas mãos dela, e certamente não dessa maneira.

Havia um ponto importante que eu estava esquecendo: a Noite Azul. O Instituto estava prestes a passar por uma grande mudança, um evento em que muitos iriam subir de nível. Não podia perder essa chance. Contudo, isso era o de menos em comparação ao que estava em jogo. Se eu não voltasse a tempo, as criaturas invadiriam o território, e talvez o Yatu dentro de Celine fugisse. Se isso acontecesse, Jennie jamais acordaria, o que também era o de menos, mas eu ainda tinha tempo até lá.

Enquanto eu e Celine fechávamos o acordo, a mãe dela apareceu. Foi um momento difícil para Celine. No início, não entendi por que, mas logo percebi que o relacionamento delas era complicado. A presença da mãe trouxe à tona uma vulnerabilidade em Celine que eu não esperava ver.

Ver Celine naquele estado tão frágil, tremendo de medo e ansiedade, trouxe de volta memórias dolorosas. Lembrei-me das vezes em que estive na mesma situação, quando ninguém estava por perto para me ajudar ou me segurar. Seria egoísmo não estender uma mão a alguém que estava claramente lutando contra demônios internos e externos.

Após aquele momento, Celine conseguiu respirar melhor. Seu coração, antes agitado e ansioso, agora pulsava calmamente sem a presença da mãe por perto. Era fácil admitir que ela era uma mulher bonita, com um rosto humano e delicado como o de uma princesa. No entanto, as aparências enganam. Para um humano comum, era difícil ver o lobo por baixo da pele de cordeiro.

Combinamos de nos encontrar em sua residência. Eu cheguei primeiro e, enquanto esperava, aproveitei para observar o ambiente ao meu redor. A casa de Celine era simples, mas acolhedora. O quarto dela estava arrumado, refletindo uma personalidade organizada e meticulosa. Havia uma boa coleção de itens cor-de-rosa dentro do armário, incluindo suas roupas, que adicionavam um toque de suavidade ao espaço.

O quarto de seu pai, por outro lado, estava quase vazio. Era evidente que ela havia se livrado de muitas coisas que lembravam ele, talvez numa tentativa de apagar memórias dolorosas. Contudo, havia algo que ela ainda desejava: encontrar o assassino de seu pai.

A porta da frente havia sido aberta. Celine entendeu que eu queria encontrá-la o mais cedo possível em sua casa, mas eu queria testar seus reflexos. Lançando um canivete em sua direção, ela desviou rapidamente, mantendo-se parada na porta. O canivete passou de raspão, ferindo levemente seu rosto. Fiquei impressionado com a rapidez de sua reação.

Seus olhos assustados me deram uma nova impressão sobre ela. Celine não parecia uma ameaça diante de mim; pelo contrário, ela ficava ainda mais bonita vista do meu ângulo. Estávamos bem próximos naquele momento. Ela olhava para cima para me encarar, e admito que seu olhar e rosto eram lindos. Mas, estando ali, eu sabia que ela poderia arrancar meu coração, ou algo pior.