13°- capítulo.

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Hoje como é domingo, meus pais quiseram sair. Eu achei bom para eles. Eles trabalham tanto, merecem se divertir um pouco. Eles até me convidaram, Mary e eu, mas nós duas sabemos os lugares que eles provavelmente vão ir e não vai ter nada legal para fazer.

Por isso, quisemos ficar em casa, vendo séries, e aproveitando o domingo. As pessoas provavelmente iriam sair para algum lugar, se divertir fazendo algo sensato, mas para mim, isso é perfeito. Eu diria que as minhas séries e os meus livros são as minhas preciosidades, sem eles eu seria ainda mais deprimente do que já sou, e eu provavelmente não teria nada de útil para fazer. Gosto desse mundinho que eu criei porque eu não sou atormentada nele, não me sinto desconfortável e posso fantasiar a vontade.

Mary está me fazendo companhia hoje no entanto. Estamos sentadas no sofá da sala, olhando um episódio de Criminal Minds. Ela é apaixonada nessa série e por isso, acabei gostando já que ela me obrigava a ver. Não é o meu tipo favorito de série no entanto, mas eu gostei, e agora estou um pouco viciada. Mary gosta desses tipos de séries e filmes. Ela ama ação, e isso não me surpreende porque ela não é muito romântica, não é aquela garota que fantasia as coisas e sonha com um príncipe encantado. Bem, príncipe encantado é de mais até para mim, mas eu gosto desse tipo de história.

Sim, eu sei o quanto patético isso às vezes chega a ser mas tem história realmente lindas. História que tocam na alma e mexem com a gente. Eu costumo ver algo mais basiado nos fatos reais mas ainda sim, um pouco fantasioso, ou romântico. Gosto dessa mistura de algo sensato com algo patético posso dizer. Não diria que o amor é patético, ele faz as pessoas ficarem.

Eu realmente só sei disso porque observo muito as coisas porque viver isso, nunca vivi e não pretendo viver. Uma das coisas mais reais que se pode dizer do amor é que ele machuca, ele dói às vezes, então, por que devo querer algo assim?

Não preciso realmente querer um amor se eu sei que no final ele pode me machucar e não dará certo. Podem me chamar de pessimista mas é apenas os fatos. Nada é para sempre, uma das coisas que eu aprendi e levo para vida. Então, por que se iludir com isso? Por que tentar acreditar nisso quando todos nós sabemos que não é verdade?

Eu quero dizer isso para mim mesma, porque eu ainda vejo esses filmes e séries Românticas, ainda tenho um pingo de esperança dentro de mim mas isso não quer dizer o mesmo que eu vá ter algo assim, como nessas história ficcionistas. Não acredito que eu possa ser uma pessoa sortuda para isso, eu não sou sortuda para nada.

É apenas ficção, essas coisas na vida real são tão raras, quase impossíveis. Não posso realmente me iludir tanto para acreditar que isso possa acontecer comigo.

Mary e eu já assistimos três episódios. A pipoca que fizemos mais cedo já acabou e eu posso dizer que estou quase dormindo aqui. Não que a série esteja ruim, mas eu apenas tenho sono de mais a tarde e hoje está um dia tão bom. Está fresco e agradável.

O barulho de toque me assusta e ergo o olhar para Mary que está na outra extremidade do sofá, ela pega seu celular e lê provavelmente alguma mensagem. Um sorriso cruza seus lábios enquanto ela escreve algo devolta no seu iPhone. Ela cuida desse celular como se fosse um filho, mas não posso julgar, isso custou muito caro e até hoje meus ouvidos doem do grito que ela deu quando abriu a caixa e se deparou com ele.

Quando eu ganhei o meu, apenas perguntei quanto pagaram e se tinham certeza que não iria dar muito prejuízos para os meus pais. Me lembro da Mary me xingando por perguntar isso e dos meus pais garantirem que tudo estava sobre controle. Naquela época as coisas não estavam tão bem como estão agora. Meu pai tinha muitos problemas na empresa onde ele trabalhava e os problemas financeiros aumentaram consecutivamente.

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