26°- capítulo.

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Na manhã seguinte, todos estavam terminando de desmontar as barracas, deixando tudo ao redor limpo e livre de sujeiras que nós mesmos acabamos fazendo no decorrer dos dias; Latinhas de coca cola, embalagens de salgadinhos, tocos de cigarros, tudo na intenção de preservar a floresta bem cuidada.

Foi uma tarefa fácil para Mary e eu, já que ao redor da nossa barraca, não havia realmente lixos desnecessários. Combinamos de usar o bom senso e não jogar as coisas em qualquer canto, colocando assim em uma sacola plástica todo lixo que descartamos.

Sendo assim, fomos uma das primeiras a entrar no ônibus depois de tudo pronto e uma breve reunião de despedida. O fato de eu tê-la acordada um pouco mais cedo justamente para acabar tudo mais rápido que a maioria, justifica isso.

Vejam, eu estava perdida e assustada. Mesmo ao despertar e imaginar que tudo não passou de um sonho, um sonho extremamente satisfatório, recobrei o juízo e enxerguei que tudo foi real. Agora, eu tinha que encara-lo. Obrigatoriamente teria que mirar seus olhos verdes e irritantemente sempre tão intensos e lidar com o fato de que realmente o beijei de volta.

Eu o beijei de volta.

Beijei e gostei.

E agora queria que um buraco aparecesse sob meus pés e me engolisse. Porque lidar com isso, era o que menos sabia.

Obviamente sentia seus olhos em mim, sentia sua presença apesar de tentar não me demonstrar o quão desconcertada aquilo me fazia. E com isso, agradeci por tudo ser tão rápido e por Mary e eu já estarmos dentro do ônibus, na última fileira de bancos. Para o azar de Mary, ao lado de Michael Clifford e seus amigos.

- Bella, pelo amor de Deus, troca de lugar comigo. - ouvi quando Mary murmurou para mim. 

Ao virar o rosto, logo percebi do que se tratava, não deixando de dar um sorriso lateral e pequeno. Sabia que o fato de ter Michael ao seu lado, deixando-a entre ele e eu, não a agradava nenhum pouco. Em sua maioria, era porque o rapaz de cabelos medianos e multicolor não parava que importuna-la com suas piadas infames ou olhares sugestivos.

- Michael, se você não quiser levar um chute, para de ser tão grudento. - grunhiu ela, tentando empurra-lo pelos ombros para mais longe dela.

Ele apenas sorriu, um sorriso divertido e atrevido. Ela desistiu, revirando os olhos e bufando. Então ao me encarar, eu sabia do que se referia.

- Mary, eu gosto de ficar na janela. - franzi os lábios. Seus olhos me fuzilaram.

- Pare de ser mimada, Bradley. É tão frágil assim à minha presença? - Michael alfinetou.

- Do que você me chamou? - perguntou de volta, ligeiramente ofendida.

Revirei os olhos àquela cena, sabendo onde terminaria.

- É ou não? - repetiu.

- Frágil com a porra da tua presença? Ah, Clifford, não me faça ter uma crise de riso aqui. - se ajeitou, virando o rosto pra longe dele. O sorriso do mesmo no entanto só pareceu crescer.

Acabei suspirando exasperadamente, optando por colocar os fones de ouvidos e me ausentar daquilo, contente por ter bateria no celular o suficiente para a viajem de volta inteira. Eu iria me fechar no meu mundinho, onde Mary e suas implicâncias com meninos desaparecesse, onde qualquer situação ao redor fosse irrelevante e eu pudesse finalmente divagar nos meus pensamentos, talvez não tão melhores que isso.

No entanto, foi só erguer o olhar para frente que tudo voltou a desmoronar. Engoli em seco, paralisada. Não sabia o que era suposto fazer agora.

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