15°- capítulo.

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O fim da aula veio como uma benção. Já estava exausta de ouvir a professora de geografia falar e o pior é que nem é sobre a matéria e sim sobre a vida dela. Que é um tédio só aliais. Não querendo julgar, porque a minha ainda é pior mas eu apenas estava exausta de ouvi-la falar. Ela passou vinte perguntas para nós copiarmos do livro e fazermos hoje. Mas não deu para terminar, infelizmente.

Ela nos interrompia a todo o momento e também vamos admitir que vinte questões em menos de uma hora não é uma coisa tão fácil, sem contar no quanto as perguntas eram difíceis. Meu braço já está melhor, ainda bem que foi o esquerdo, se não ficaria difícil de eu escrever já que sou destra e mal conseguia mexer a mão.

Não me lembrei muito da Stacy durante as aulas. Para mim ela nem existia mesmo que eu tenha reparado os olhares frios que ela trocou com Mary. Tive que segurar Mary para ela não começar uma briga por motivo infantil. Tive que pedir para ela esquecer e parar de arrumar problemas. Não precisamos disso agora, que recém chegamos.

Ela me ouviu, felizmente.

Guardei meu material calmamente enquanto todos saiam. Mary ainda parece irritada e posso dizer que essa aula não a ajudou muito. Eu fiquei aliviada quando soube que teríamos ensino religioso logo após a educação física mas logo meu desânimo voltou quando me lembrei dessa aula. Eu gosto de ensino religioso. É como se eu pudesse contar tudo sobre mim e me faz ficar aliviada. É bom. Espero que o Sr. Woody não se importe tanto com os meus problemas.

Quando finalmente saímos da escola, me despedi de Emma e Ally, e caminhei de volta para casa. Mary está quieta e ainda emburrada durante os primeiros passos e eu não posso deixar de achar engraçado o jeito que ela parece uma criança emburrada quando não ganha doce.

- Para de rir. - ela xinga quando eu começo a rir sozinha. Seus braços cruzam contra o peito e ela fica ainda mais emburrada, me ocasionando a rir um pouco mais. - Isabella, eu vou te bater.

Quando estava pronta para dizer algo, ou apenas retrucar, alguém a chama. Nos viramos vendo Shawn e mais dois amigos. Luke e Michael. Sim, hoje não é o dia da Mary.

- Você já vai? - Shawn se aproxima dela com seus amigos.

Cruzo os braços e me encolho no lugar já que a conversa não é comigo. Desvio o olhar para duas garotas rindo como malucas na outra calçada enquanto vêm algo no celular. Eu realmente não faço ideia do que possa ser, e não faço questão de saber.

- Vou para casa agora. - ela responde ignorando a presença de Michael. Eu sei que ela está se irritando e sei que é pelo jeito que Michael está a encarando.

- Nós íamos ir naquela pracinha atrás da escola. Não quer ir com a gente? Vamos ficar-

- Fumando? - Mary arqueia a sombrancelha para ele, que dá de ombros.

- Também. - ela revira os olhos. - Ah vamos lá, Mary. Não é como se nunca tivesse feito isso.

Eu rapidamente olho para ela, aguardando pelo o que ela pode dizer.

- Não. Nunca fiz isso. Não preciso ficar me drogando. - ela dá de ombros.

- Também não é assim. - Shawn murmura, contrariado. Michael solta um riso seco.

- Deixa, cara. As pessoas gostam de julgar mas só quando não envolvem elas. Não é mesmo, Mary?- Michael encara Mary e mexe as sombrancelhas em provocação.

- Eu não acho que eu estava falando com você. Então faz o favor de cuidar da sua vida e não se meter no que não foi chamado. Obrigada.

Desvio o olhar enquanto Shawn e Luke riem baixinho.

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