Despertar de uma chama

Capítulo 2 - Isso não pode estar acontecendo comigo.

   Quando estávamos andando no corredor, comecei a ouvir vozes, mas quando olhava para o lado, ninguém estava lá. Isso é muito assustador, poderia eu estar delirando?

   Sinto alguém tocando minhas costas, quando olho pra trás, vejo uma garota, que eu nunca havia visto antes, mas estava com o mesmo uniforme que o meu, então seria uma estudante?

   Olhava ao redor, mas o corredor estava vazio, como todos sumiram, assim, tão de repente?

-"Victor".

-"...".

-"Acalme-se, não há o que temer, estou aqui pra fazer da sua vida um mar de rosas, porque eu te...".

   Começo a me arranhar, até dar um tapa em meu próprio rosto, pois se eu estou dormindo, acordarei, mas foi algo inesperado. Todos do corredor estão me olhando, confusos. Como eles estão aqui novamente? Como eles haviam sumido?

-"Victor, você está bem? O que tem que você tanto reparou lá atrás? E esse tapa em você mesmo? Hahaha".

-"F-foi... Foi um mosquito. É, foi um mosquito!".

-"Cara, você não é normal mesmo, aliás, como um zoeiro mestre de plantão, não tem vergonha de nada no momento de zoar".

-"S-sim, claro! Vamos logo até o portão".

   Em direção ao portão, acabo por ser surpreendido novamente, foram poucos passos a mais e alguém esbarra em mim. É aquela garota que falou comigo!

-"Ah! Desculpa Victor, não te vi aí".

-"Eu que devo desculpas, andei com mente longe. Me permita te ajudar a ajuntar seus cadernos, acabou caindo".

   Ajuntando os cadernos caídos, quase terminando, vou pegar o último restante, no mesmo instante que ela, acabo por pegar em sua mão. Segurando-a, olhei em seus olhos, muito lindos por sinal. Meu coração começou a bater mais forte e rápido, uma dose de adrenalina a mais liberada, começou a ficar mais calor, senti coisas muito estranhas, mas boas. Me senti feliz como nunca, sem explicação plausível.

   Fico imaginando coisas, pensando no futuro, eu e... Pera? Eu e ela? Não, como assim? Vejo minha mão sobre a mão dela, tiro e digo:

-"Ah! Desculpe, não a intensão, é que...".

   Me interrompe dizendo:

-"Tudo bem! Não precisa se desculpar de nada, aliás, me ajudou. Sinto-me muito grata, obrigada".

   Nunca gostei tanto de ouvir um singelo agradecimento.

-"Disponha!".

   Me levanto, vejo que ela se levanta um pouco tímida. Ficamos um tempo em uma troca de olhares, foi ótimo... Não... Aff... Tenho que confessar, gamei. Um tempo depois, acabamos sorrindo um para o outro. Confesso que fiquei meio tímido. Ela segue seu rumo, com passos levemente apressados.

   Viro para o lado, Kevin não está acreditando no que viu:

-"Oloco Victor! Pintou um climão entre vocês! Ela está te dando mole, eu pegaria se fosse você!".

-"K-Kevin, o q-que você está falando? Só fiz o favor de ajuntar os livros que eu acabei derrubando, nada de relevante".

-"Não foi só isso que vi, quando você pegou na mão dela, me explique isso garanhão".

-"N-não foi minha intensão, eu e ela iríamos pegar o mesmo livro, na mesma hora, foi só isso".

-"Tudo isso no exato momento um do outro... Vocês estão interligados, *shippo* muito!".

-"Ah não, cara, para que tá feio!".

-"Vocês foram feitos um para o outro".

-"Você só pode estar ficando maluco Kevin".

-"É O AMOOOOOR, QUE MECHE COM A CABEÇA DO VICTOR E DEIXA ELE ASSIIIIM!".

-"Para cara! Hahahaha (rindo de nervoso)".

   Convenço ele de manter silêncio, nem que seja por alguns minutos.