-"Muito obrigado Victor!".
-"Disponha".
Ela me olha, com seu olhar calmo, ficamos nos encarando, senti um alívio, todas as minhas preocupações haviam voado pelos ares, me senti bem como nunca. Senti-me com a alma totalmente alegre, mas algo acaba por interromper:
-"Esqueci de desligar a boca do fogão!".
-"Deixa comigo dessa vez".
Ela riu. Seu sorriso era mais belo que a lua. Ela é tão perfeita, tão bonita... Leonardo Da Vinci fez a Monalisa apenas para concorrer...
-"Obrigada Victor. Então, vamos aumoçar?".
-"Claro".
Aproveito a oportunidade, acelero o passo até a mesa no qual iríamos nos sentar. Puxo a cadeira, para que ela possa se sentar:
-"Muito obrigada!".
Rapidamente ela retribui com um sorriso que me desmonta por inteiro:
-"O cheiro está bom!".
-"Veja então se o sabor está tão bom quanto o cheiro".
Nossa! Esse arroz ficou muito bom, macio:
-"Então Victor, como vai a vida?".
-"Vai bem! A sua, como vai?".
-"Vai muito bem também".
-"A comida está ótima!".
-"Obrigada! Então, eu tava pensando aqui, você... Você está solteiro?".
-"Sempre livre, leve e solto".
-"Hmm... Não sei como alguém tão bonito e gentil como você, ainda não tenha um relacionamento desses".
-"Você acha?".
-"Sim... E muito!".
-"Obrigado!".
Ela está me olhando, com um brilho nos olhos, já faz um bom tempo:
-"Pati, não vai comer?".
-"Ah! É mesmo! Eu estava pensando umas coisas aqui... Hihi".
-"Que coisas? Coisas minhas, deixa quieto".
Ela parece ter ficado um pouco tímida, não parava de me observar, com esses olhos tão belos...
Ficamos lá, comendo e conversando um pouco sobre os estudos.
Terminada a refeição, levanto lentamente, com meu prato na mão:
-"Estou satisfeito, estava muito bom!".
-"Pode deixar que eu levo!".
-"Não precisa, eu levo".
-"Tudo bem".
-"Onde está a esponja?".
-"Esponja?".
-"Sim, pra lavar a louça".
-"Ah não! Pode deixar comigo!".
-"Oh! Vamos fazer assim, eu lavo, você seca".
-"Tudo bem então".
Em meio a tarefa, acabo por brincar com ela, deixando um pouco de espuma na ponta de seu nariz. Ela ri, mas me arrependo logo em seguida, pois ela descobre meu ponto fraco... Cócegas!
-"Hahaha, para Patrícia! Hahaha!".
-"Haha!".
Estamos nos divertindo, a risada dela é música para meus ouvidos, alguém que é tão bondosa como ela, estar feliz, por minha causa, me faz ainda mais alegre e realizado.
-"Terminamos, Victor!".
-"Toca aqui!".
Ela bate em minha mão, para comemorar:
-"Então Victor, você assiste alguma série?".
-"Não muitas".
-"Eu assisto quando tenho um tempinho livre. O que acha de assistirmos um pouco?".
-"Adoraria!".
-"Beleza, vou no meu quarto, já volto!".
-"Tudo bem!".
Patrícia vai rapidamente até seu quarto, e chama por mim:
-"Victor! Pode me ajudar aqui?".
-"Claro!".
Vou rapidamente até seu quarto. Ela está tentando alcançar um cobertor, no alto de seu armário, mas não alcança. Eu, como de costume, não perco a oportunidade de uma boa piada:
-"Não alcança? Minionzinho!".
-"Hahaha! Bobo, me ajuda aqui".
-"Deixa comigo!".
Chego até o guarda-roupas, estico meu braço... E nada, eu não alcancei. Fico na ponta dos pés, mas não consigo da mesma forma:
-"Agora quem é o 'minionzinho'? Hein, Victor?".
-"Er...".
-"Olha só, deu até vontade de morder as suas canelas!".
-"Hahaha! Cuidado, ela 'moide' ela!".
-"É! 'Moido' sim!".
-"Então, como que vamos fazer pra pegar o cobertor?".
-"Deixa eu pensar...".
Começo a pensar, junto à ela. Patrícia me surpreende com um plano:
-"Já sei, Victor!".
-"Me fala".
-"Você consegue me levantar, na altura dos seus ombros, talvez eu consiga alcançar".
-"Tem certeza?".
-"Não... Mas não temos nada à perder!".
-"É, vamos nessa então!".
Agacho para que que suba em mim, mas a perna dela é bem curta, sofreu um pouco para subir, então com as suas mãos, coloca sobre meu peito, usa de apoio para subir. A mão está indo cada vez mais para baixo. Está sobre minha barriga. Acaba por desequilibrar, e a mão vai um pouco mais para baixo:
-"...".
-"Desculpa, Victor! Juro que foi sem querer!".
Ela me olha, de forma estranha, como alguém que não sabe se da risadas, ou sente ainda mais vergonha:
-"Tudo bem!".
-"Vamos tentar de novo?".
-"Vai mais devagar da próxima vez".
-"Tá bom! Haha!".
-"Haha!".
Ela consegue subir em meus ombros:
-"Alcancei!".
-"Ótimo, agora puxe!".
Ela se inclina um pouco mais perto do armário, assim, me pressionando de uma forma estranha, para dentro do gurda-roupas.
Patrícia joga o cobertor para trás:
-"Conseguimos!".
-"Isso mesmo, conseguimos!".
Ela passa a mão em meu rosto, olho pra cima, vejo ela me olhando com o mesmo brilho nos olhos. Pati sorri, eu faço o mesmo.
-"Desca uma perna antes da outra!".
-"Okay!".
Me agacho um pouco, lentamente, para que ela possa descer em segurança. Patrícia chega ao chão, mas continua com os braços sobre meus ombros, fica na ponta dos pés. Estranhando o clima, olha para meu lado esquerdo, vejo ela com a cabeça escorada em seu próprio braço. Ela aproxima os lábios, lentamente dos meus, fecho meus olhos.
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Despertar de uma chama
RomanceEsta história conta sobre a vida de um jovem chamado Victor, difícil se entregar a algo que lhe fez muito mal, sofreu com desilusões amorosas no passado, que ocasionou em um pequeno medo de acreditar novamente na paixão.