Capítulo 7 - Tudo esquentando.

6 1 0
                                    

   Quanto mais perto seus lábios chegavam perto dos meus, mais entrava no clima... Até que...

   A campainha toca!

   Nos assustamos, então surge a dúvida, quem seria?

-"Devem ser seus pais, Pati".

-"Acho que eles não chegam tão cedo".

-"...".

-"Se forem eles, não vai ser uma boa ideia assistirmos séries".

-"Por quê?".

-"Er... Sei lá!".

-"Quer que eu vá ver quem veio?".

-"Deixa que eu vou, Victor".

-"Okay".

   Vou atrás dela, em direção à porto principal. A visita era quem menos esperávamos... Um homem alto, de óculos escuros, vendendo panos de prato.

-"Olá senhora, gostaria de comprar um pano de prato?".

-"Não, obrigada".

-"Mas eu posso fazer um belo desconto, vai adorar. Veja como são macios".

-"Obrigada mesmo, moço!".

-"Aquele rapaz ali atrás, é seu namorado?".

   Ela fica me olhando de forma estranha. Patrícia olha pra mim, eu olho pra ela, antes de alguém falar algo a mais, digo:

-"Estamos muito apressados, senhor, precisamos ir!".

-"Tudo bem então".

-"Tenha um bom dia!".

-"Igualmente! Desejo felicidades ao casal!".

   Patrícia fecha a porta, então me olha, com vergonha estampada em seu rosto:

-"O que foi Pati? Parece estar com vergonha".

-"N-não, nada não".

-"Nos tempos de hoje, qualquer homem que fica perto de uma garota, acham que tem uma relação mais especial do que amizade, logo de cara".

-"Bom, eu poderia jurar se eu tivesse visto um garoto e uma garota, sozinhos em casa, com um cobertor".

-"É...".

   Ficamos nos olhando por um tempo, até que ela me olha com um olhar, que não havia feito antes.

   Caminhou devagar em minha direção, levanta sua mão lentamente, coloca sobre meus ombros, chegando cada vez mais perto, então me faz uma pergunta, cochichando em meu ouvido:

-"Onde estávamos mesmo?".

-"No quarto, mas agora na sala".

-"Não isso! O que estávamos fazendo antes da campaínha?".

-"Pegando o cobertor".

-"Um pouco depois disso...".

-"A campaínha tocou".

   Ela me olha com seu rosto fofo, em uma mistura maluca de fofura, beleza, raiva e vontade incontrolável de rir:

-"Hahaha!".

-"O que foi".

-"Até parece que esqueceu".

   Me lembro do momento que ela aproximava seus lábios de mim, então falo em tom baixo para ela:

-"Acho que sei o que iríamos fazer... Vamos continuar?".

-"Claro!".

   Não esperava essa resposta, senti um arrepio enorme. Fui chegando mais perto dela, Patrícia fez o mesmo, fechei os olhos, então escutei ela falar:

-"Vamos assistir que série?".

    Com essa quebra de expectativa, vou para trás, um nó na garganta não me deixa falar.

-"Vem, vamos sentar aqui. Ou deitar".

   Vou para o sofá, sem dizer se quer uma palavra. Ela liga a televisão e vem ao meu lado.

   Quando se sentou, percebi que ela usaria um console para assistir. Eu particularmente amo jogos, então logo pergunto:

-"Você joga algum jogo?".

-"Sim! Amo jogos de corrida, luta e mundo livre. Você joga?".

-"Gosto muito também!".

-"Nossa! Após alguns episódios, vamos duelar".

-"Claro!".

-"No meu quarto, na cama".

   Fico sem qualquer reação, nunca fui pego de surpresa tantas vezes. Ela estaria se oferecendo para mim, com esse nível de intimidade, tão cedo? Achei estranho, então com sarcasmo respondi:

-"Desde de que não seja luta de espadas".

-"No que tenho, é na mão. Não gosta de luta de espadas?".

   Parece até um duplo sentido, fiquei como quem não entende algo:

-"Sei lá! Talvez uma corrida".

-"Mundo livre?".

    Ela me olha com uma cara de safada, entendendo exatamente o que minha mente poluída e confusa tinha dentro de si. Fico quase a suar frio. Até que...

-"Ops!".

   Patrícia derruba o controle em meio as minhas pernas. Sem que eu possa pensar, foi pegar com a mão:

-"(Ugh)".

-"Desculpe, Victor! De novo acertei em cheio, até parece futebol, em busca da bola!".

   Foi o trocadilho mais bem utilizado que ouvi em minha vida! Me engasgava de tanto rir!

-"Hahahahahaha!".

-"Hahaha, não sei bem o que estava pensando, mas eu quis dizer que vou levar o console pra cima".

-"Haha... Ah! Ata!".

-"Hahaha".

   Ela sabia o que eu estava pensando, esses trocadilhos não seriam apenas coincidência:

-"Então Victor, me aforece um ombro pra chorar?".

-"Claro! Aceita como brinde uma boca pra beijar?".

Despertar de uma chamaWhere stories live. Discover now