Capítulo 3 - Kevin fofoqueiro.

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    Chegando ao portão, Kevin não perde a oportunidade de espalhar o fato recém ocorrido, sobre eu e a garota.

-"João, se eu te contar você não acredita!".

-"Fala aí Kevin!".

-"Uma garota deu mole pro Victor, mano, foi muito louco!".

   Antes que ele inventasse qualquer fato sobre o ocorrido, falei:

-"Kevin, você nem sabe o nome dela, nem começa a falar pra geral".

-"Hmm. Verdade, não sei mesmo, você sabe?".

-"N-não sei".

-"Então Victor, eu vou pedir pra ela, você precisa saber!".

-"Não vai cara, pode deixar comigo, eu mesmo faço isso".

-"Eu te conheço cara! Você vai enrolar uma vida toda, eu vou lá, duvido que me inpeça!".

-"P-pera cara!".

   João me segura pelo braço, ele é pesado, não consegui parar Kevin:

-"Me solta João!".

-"Se acalma cara, do jeito que ele é, vai nem lembrar como ela é".

-"Verdade cara. Ele vai dar mais uns 4 passos e vai esquecer o porque dele estar correndo".

-"Exatamente!".

   Mal havia passado cinco minutos, mas o suficiente para Kevin voltar o portão, para nossa surpresa, com a garota do seu lado:

-"Olha só quem eu achei, Victor!".

   Estou sem reação, simplesmente com vontade de me esconder, com a cabeça em um buraco, minha garganta dá um nó, não consigo falar muita coisa, deve ser vergonha:

-"Oi... Victor, como vai?".

-"Bem...".

-"Que bom!".

   A voz dela é muito fofa, ela é muito linda e pequena, ai que tudo! Não pera, o que estou me tornando? Porque estou agindo de tal forma? Não posso gostar novamente de uma garota, não tão cedo!

-"Victor, o nome dela é Patrícia!".

-"Ata... Que nome bonito!".

-"Obrigado! O seu também é, me lembra a Russia, gosto muito do país. Nunca visitei, mas gosto de ler sobre".

-"Obrigado! Gosto dessa país também!".

   Ai meu Deus, o que eu estou fazendo aqui? Bom, ao menos eu vou deixar uma boa impressão, agir normalmente, tratá-la bem como qualquer pessoa... Ou melhor dizendo, com um pouquinho de vergonha, sabe?

-"(cof cof) O Victor gosta de você! (cof cof)".

-"Kevin, cala a boca!".

   Patrícia riu:

-"Patrícia, desculpe pelo meu amigo, ele sempre interpreta de formas variadas os fatos".

-"Não se preocupe querido! Aliás, também gosto de você... Quer dizer, pode me chamar de Pati, é para os mais íntimos... Quer dizer, para abreviar".

-"Entendo, me chame como quiser, não tenho um bom apelido".

-"Tudo bem".

   Ficamos um intervalo de tampo encarando um o outro, como uma troca de olhares, mesmo contra minha vontade, senti um alívio enorme, sentia a segurança que ela me passava, não queria dizer, mas gosto dela. Lembrei de quando ela disse sem querer que gosta de mim, foi de coração essa fala? Ai que fofa! ... Não, não posso ligar muito para isso, não posso me apaixonar, até hoje isso só me trouxe tristeza e corte nos pulsos. Foi duro de superar, mas consegui sair dessa.

-"Victor! Eu e o João já vamos pra sala, logo vai bater o sinal, tchau para vocês!".

-"Tchau!".

-"Até mais!".

"Até!".

   Então cá estou eu, sozinho com ela, sem ninguém nos olhando, resolvo puxar assunto:

-"E-então, você come... Arroz?".

-"Como sim! Hihi".

   Não... me diz que eu não falei isso!

-"Você parece tímido, Victor".

-"T-talvez. Assim, não é comum eu agir de tal forma".

-"Concordo, lembro de você puxando a torcida em um jogo de vôlei ainda este ano".

-"Pois é, naquele dia eu estava beeeeem alterado. Mas assim, não bebo nem fumo nada!".

-"Ah bom! Hahaha".

-"Hahaha".

Despertar de uma chamaWhere stories live. Discover now