Vampiros 04

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Edwin encarou o nada, pensando na sua vida e em seu reino.
- Morar em BloodHaven é normal.- falou.
Alexa o encarou, ela havia dado muitos detalhes a mais que ele. Sabia que estava mais exposta do que ele, apesar de que tudo o que havia sido dito não a afetaria em nada.
- Bom, não deve ser igual a MoonNight, então eu não sei o que é normal para você.
Edwin revirou os olhos, não queria contar de como era morar lá, porque isso faria com que tivesse lembranças do seu passado sombrio.
- Eu também corria com as crianças do reino, enquanto era menor e sem responsabilidade. - começou, sua falta de detalhes estava irritando Alexa. - Mas apesar de tudo, todo mundo lá era anti social, até mesmo as crianças.
- Você tem algum tipo de transformação ?
A curiosidade de Alexa sobre ele era engraçado, achava que todo mundo sabia como os vampiros viviam.
- Eu sobrevivo apenas se tomar 200ml de sangue por dia no mínimo.- continuou.- Bom, isso é desde que eu me conheço por gente, então não devo ter alguma certa época de transformação como vocês.
Alexa queria saber muito mais sobre ele, mais Edwin não era tão aberto quanto ela se demonstrou ser.
- o que você mais gostava de fazer ?
- Acompanhar meu pai nas caçadas.- explicou.- Mas essa tradição se perdeu quando ele morreu.
- Vocês caçavam algo pra beber o sangue ?- Alexa falou deitando no chão e encarando as estrelas no céu.
-Isso.- Edwin respondeu.
-Como vocês sobrevivem agora?
-Cuidamos de um rebanho pra isso...- seu pensamento foi pra longe.-Pegar sangue de humano está cada vez mais difícil, mas é o de melhor qualidade, um pouco do sangue humano e podemos ficar até uma semana sem comer ou sem beber mais sangue, por isso é muito valioso para nós.
Alexa se estremeceu, tinha o instinto de caçadora também, apesar de nunca ter colocado em pratica isso, porque havia muitos outros lobos que podia fazer isso para abastecer o reino todo, assim, colocando menos pessoas em risco.
Mas ao imaginar Edwin e os vampiros caçando humanos e pegando seu sangue brutalmente, a deixava desconfortada.
-Bom, pelo o que eu sei ainda existe vampiros caçando humanos.- Alexa respondeu.
- São poucos os vampiros que ainda podem se controlar, sentimos o cheiro de um humano a quilômetros, é isso arrepia todo nosso corpo, é uma sensação prazerosa apenas no cheiro, imagina na caça.
-Deve ser ruim ter que se controlar, mas se está nas regras definidas no tratado, acho justo não se meterem na minha terra.-Alexa sempre dava um jeito de ser justa e de defender seu reino.
-Eu não sabia da rebelião até você me falar...- Edwin se deixou levar pelos pensamentos.- E ao que tudo indica a única pessoa em que eu confio, a Mãe mortal, esta consentindo isso.
- Mãe mortal?- Alexa perguntou curiosa, enquanto se sentava.
- Morgana Vladi II, ela é a mãe mortal, assumiu esse posto quando Dala saiu do reino em busca de completar a missão de Lucius.
-Ela quem criou você ? Ela é sua mãe ?
- Eu a considero, minha mãe morreu no meu parto. Os vampiros tendem a ter laços afetivos com a maioria dos vampiros, então é fácil deixar de lado uma perda.- Respondeu.
Edwin não se abalava mesmo com nenhuma perda, quando seu pai avisou que ele se sacrificaria, Edwin o apoiou, porque sabia que apesar de seu pai pensar nele sabia que estava pensando num bem maior, que ajudaria todo mundo.
- Isso chega a ser desumano.- Alexa falou desacreditada.- Não ter seus momentos de luto, isso é estranho.
Edwin abriu um sorriso de canto, e desviou o olhar das estrelas para encarar ela.
-Desumano?-ele riu.-Bom no fundo, não somos uma espécie humana. Nós os caçamos.
Alexa se encolheu, havia colocado uma palavra sem sentido na conversa, mas não sabia que outra coisa faria sentido para expressar o que ela sentiu.
- É, me desculpa. Não sei como expressar...
- Eu sei que é estranho visto de fora.- ele a interrompeu.
-Mas se vocês criam laços afetos...- Edwin ergueu a mão em direção a Alexa a fazendo parar.
Logo em seguida fez sinal de silêncio. Os batimentos de Alexa estavam aumentando por conta da tensão.
Edwin respirou fundo o ar, as correntes de ventos trazia muitos odores, eles haviam se posicionado de uma forma com que ele sempre soubesse o que estava por perto, mas que não deixasse seus rastro no ar.
-Sinto alguém vindo para cá...-ele parou, respirou fundo novamente para entender quem era.-Nunca senti isso.- ele completou assustado.- Parece que não existe apenas humanos, vampiros e lobisomens. Essa raça mística eu desconheço.
-O que faremos? Não sabemos quem pode ser nosso inimigo, como lutaremos?- sussurrou.
-Quieta, me deixe pensar.- Edwin sussurrou de volta.-O suor escorrendo no seu corpo é como os de um humano.- começou a falar de olhos fechados, tentando pegar Ainda mais a sensação.- Mas a respiração é mais forte que a de um lobisomem.
Alexa ficou impressionada com o dom de Edwin, e ao mesmo tempo impressionada de haver uma criatura que fosse tão diferente assim.
Fechou os olhos e respirou fundo. Seu faro nunca falhava, era tão bom quanto o de um vampiro.
Um galho se quebrou a uma certa distância deles, o cavalo se assustou e se levantou fazendo barulho.
- Acalme ele.- pediu.
Alexa tentava de todas as formas acalmar seu bicho, mas ele estava até mesmo suando de medo, provavelmente ele sabia que o perigo estava por perto.
-Acalme ele, senão teremos que acabar com ele.- rosnou novamente.
Passos apressados começou a seguir em direção a eles.
O cavalo não parava quieto, Edwin puxou a espada de Alexa, e põs em direção ao cavalo. Alexa se assustou, e implorou a ele em seu olhar. Edwin balançou a cabeça e então cortou a corda que amarrava o cavalo na árvore, e logo em seguida deu um pata em sua traseira, fazendo com que ele corresse por entre a floresta sumindo.
-Jax.- Alexa o chamou.
Edwin tampou sua boca, e a segurou pela cintura, em um impulso, ele conseguir subir a árvore até o topo.
Minutos de silêncio, até que uma criatura verde apareceu em seu campo de visão.
Usava uma capa preta, e andava de maneira estranha.
Era aproximadamente 2 deles. Edwin ficou abismado, não sabia que tipo de coisa era aquela.
A criatura, parou e sentiu o ar, logo em seguida começaram a correr, eles se comunicavam em uma língua desconhecida.
-São...-Alexa Ainda não acreditava no que acabava de ver.- Soldados da noite.

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