Sonhando acordada

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FALAAAAA delícias
Turu bom?
Non?
Sinhe?
Hehehe
Espero que gostem

Boa leitura babys 🌹

                              [...]

A garota nova em um lugar vazio na primeira fila,na Terra de Ninguém,em frente a mesa da Sra. English. Movimento errado. Todo mundo sabia que não se deve sentar ali. A Sra. English tinha um olho de vidro,e a péssima audição de alguém cuja família tem o único estande de tiro da região. Quem se sentava em qualquer lugar que não fosse em frente a mesa dela não era visto,portanto não era solicitado. Camila ia ter que responder perguntas pela turma inteira.
  Lucy pareceu contente e mudou o caminho para passar pelo lugar dela,chutando a bolsa de Camila e fazendo com que os livros dela se espalhassem pelo corredor entregas fileiras.

Ops. — Lucy se abaixou e pegou um caderno espiral surrado que estava quase perdendo a capa. Ela o segurou como se fosse um rato morto.

Camila Cabello? É esse seu nome?

Camila olhou para o alto lentamente.

Pode me dar meu caderno?

Lucy folheou as páginas como se não tivesse ouvido.

– É seu diário? Você é escritora? Isso é tão legal.

Camila esticou a mão.

– Por favor!

Lucy fechou o caderno e o afastou dela.

Posso pegar isso emprestado por um minuto? Eu adoraria ler algumas coisas que você escreveu.

– Eu queria de volta agora. Por favor.  — Camila ficou de  pé. As coisas iam ficar interessantes. A sobrinha do velho Alexander estava prestes a se enfiar num tipo de buraco do qual ninguém conseguia sair,a memória de Lucy era excelente.

Primeiro você teria que saber ler.  — Peguei o caderno da mão de Lucy e entreguei a Camila.

Depois sentei na carteira ao lado da dela,bem ali na Terra de Ninguém. O lado do olho bom. Lucy me encarou, incrédula. Eu não sabia por que tinha feito aquilo. Estava tão chocada quanto ela. Nunca tinha sentado na frente em nenhuma aula na minha vida. O sinal tocou antes que Lucy pudesse dizer alguma coisa,mas não importava ;. Eu sabia que pagaria por aquilo mais tarde. Camila abriu o caderno e ignorou nós dois.

Quando o sinal tocou anunciando o fim daquela aula,me virei para Camila. Não sei o que eu pensava em dizer. Talvez estivesse esperando ela me agradecer. Mas ela não disse nada enquanto enfiava os livros na bolsa.
156. Não era uma palavra que estava escrita em sua mão. Era um número.

Camila não falou comigo naquele dia,nem naquela semana. Mas isso não me impediu de pensar nela e nem de vê-la em praticamente todo lugar para onde eu tentava não olhar. Não era apenas ela que estava me incomodando,pra dizer a verdade. Não era sua aparência —Camila era bonita,apesar de ela sempre estar usando roupas erradas e aquele tênis surrado. Não eram as coisas que ela dizia na aula, normalmente coisa em que ninguém teria pensado,e que,se tivessem pensado,era algo que não ousariam dizer. Não era o fato de ela ser diferente de todas as outras garotas na Jackson. Isso era óbvio.

Era que ela me fez perceber o quanto eu era como os outros,mesmo quando eu queria fingir que não era.

Tinha chovido o dia todo, e eu estava sentada na aula de cerâmica, também conhecida como "AG", "A garantido", já que a nota dessa aula só dependia do esforço. Eu tinha me matriculado em cerâmica na primavera porque tinha que preencher a exigência de ter aulas de artes no currículo, e estava desesperada para ficar longe da banda,que praticava fazendo muito barulho no andar de baixo sob a liderança da enlouquecida magricela e empolgada ao extremo,Srta. Spider. Keana estava sentada ao meu lado.
Liguei o torno de oleiro e olhei para a argila enquanto ela começou a girar na minha frente. Suspirei. Isso era quase tão ruim quanto a banda. Então,quando a sala foi ficando em silêncio é o barulho dos fornos de oleiro se sobrepôs a falação das fileiras de trás,a música do andar de baixo mudou. Ouvi um violino,ou talvez um daqueles violinos maiores,acho que se chama viola. Um som bonito e triste ao mesmo tempo,e era desconcertante. Havia mais talento na voz crua da música do que a Srta. Spider jamais tivera o prazer de conduzir. Olhei a minha volta; ninguém parecia perceber a música. O som rastejava sob a minha pele.
Reconheci a melodia,e em poucos segundos minha mente conseguiu identificar a letra, tão claramente como se estivesse ouvindo meu iPod. Mas dessa vez,a letra tinha mudado.

16 Luas✝Onde histórias criam vida. Descubra agora