Garota nova (parte 1)

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Oieeee
Desculpa
Eu sei que prometi att dupla na segunda e ontem na publiquei...
Aconteceu umas coisas e não pude postar

Enfim.....

Tá aqui mais um capítulo

Boa leitura 🌹

                               [...]

Seguimos no Lata-Velha até o estacionamento da escola com a marcha em ponto morto,na esperança de passar pela secretaria despercebidas. Mas ainda chovia muito, então na hora que entramos no prédio,estávamos ensopadas e nossos tênis faziam um barulho tão alto que daria na mesma se estivéssemos entrando voluntariamente.

Lauren Jauregui!!! Dinah Jane!!!!!

Ficamos de pé pingando na secretaria, esperando os bilhetes de detenção que levariamos para casa.

Atrasadas para o primeiro dia de aula. Sua mãe vai usar algumas palavras bem escolhidas com você,srta Jane. E não faça essa cara de superiora ,srta Jauregui. Amma vai te dar uma surra.

A Srta. Heather estava certa. Amma saberia que cheguei transada em uns cinco minutos,isso se já não soubesse. As coisas eram assim por aqui. Minha mãe dizia que Caleb Eaton,o diretor de agência de correio,lia qualquer carta que aprecia ser importante. Ele nem se dava mais ao trabalho de colocar no envelope de novo. Não é como se alguma novidade de verdade pudesse existir. Cada casa tinha seus segredos,mas todos na rua sabiam quais eram. Até isso não era segredo.

– Srta. Heather,eu só vim dirigindo devagar por causa da chuva. –Dinah tentou ser encantadora. A Srta. Heather puxou um pouco os óculos e olhou para Dinah,nada encantada. A correntinha que prendia os óculos dela ao redor do pescoço balançou para frente e para trás.

– Já viu como está chovendo muito? Podíamos bater o carro,sofrer um grave acidente! Segurança em primeiro lugar sempre! – Falei,tentando segurar o riso ao olhar a expressão da Srta Heather.

Não tenho tempo para bater papo com vocês agora,Estou ocupada preenchimento seus bilhetes de detenção,que é onde vocês passarão a tarde de hoje. –ela disse enquanto nós entregava o folheto azul para cada um.
Ela estava ocupada,sei. Deu pra sentir o cheiro do esmalte antes mesmo de dobrar o corredor. Bem vindas de volta.

Em Gatlin,o primeiro dia de aula nunca muda. Os professores,que conhecem a gente da igreja,decidiram se éramos burras ou inteligentes quando estávamos no jardim de infância. Eu era inteligente porque meus pais eram professores universitários. Dinah era burra porque amassou as páginas do livro sagrado durante a Caça as escrituras e porque vomitou uma vez durante o desfile de Natal. Como eu era inteligente,recebia boas notas nos meus trabalhos; Como Dinah era burra,recebia notas ruins. Acho que ninguém se dava o trabalho de lê-los. As vezes eu escrevia uma coisa qualquer no meio da redação só pra ver se meus professores diriam alguma coisa.
Nenhum nunca disse nada.
    Infelizmente,o mesmo princípio não se aplicava as provas de múltipla escolha. No primeiro tempo,na aula de inglês,descobri que minha professora de 700 anos de idade,cujo verdadeiro nome era srta. English,tinha mandado a gente ler "O sol é para todos" durante o verão,então me dei mal na primeira prova. Ótimo. Eu tinha lido o livro a dois anos atrás. Era um dos favoritos da minha mãe,mas fazia tempo e eu tinha esquecido os detalhes.
    Uma informação pouco conhecida sobre mim: leio o tempo todo. Livros são a única coisa que me tira de Gatlin,mesmo que por pouco tempo. Eu tinha um mapa na parede,e toda vez que eu lia sobre algum lugar que queria conhecer,eu fazia uma marcação nele. Nova York estava marcada por causa de "O apanhador no Campo de Centeio. Na natureza selvagem"  . Me levou a marcado Alasca. Quando li "Pé na estrada" , marquei Chicago,Denver,Los Angeles e cidade do México. Kerouac pode nos levar praticamente a todos os lugares. De tempos em tempos,eu fazia uma linha para ligar os lugares marcados. Uma linha verde fina que eu seguiria numa viagem de carro no verão antes de ir pra faculdade,isso se conseguisse sair da cidade. O mapa e o lance de leitura era um segredo só meu. Livros e basquete não se misturavam por aqui,sim faço parte do time de basquete feminino da escola. E sim existe aqui depois de meses tentando convencer a diretoria.
   A aula de química não foi muito melhor. O Sr. Hollenback me amaldiçoou escolhendo Lucy Odeio-Lauren para minha parceira de laboratório. Também conhecida como Lucy Vives,que me despreza desde o baile do ano passado,quando cometi perto de usar ALL star com o vestido é deixasse que meu pai nos levasse no Volvo enferrujado. A janela quebrada que não fechava tinha desarrumado seu cabelo louro perfeitamente cacheado para o baile,e na hora que chegamos ao ginásio ela parecia Mari Antonieta ao acordar. Lucy não falou comigo o resto da noite e mandou Keana Inssartel me dar o fora por ela a três passos da mesa de ponche. E esse foi o fim da história.
   Era uma fonte de diversão sem fim para as meninas,que viviam na expectativa de que íamos ficar juntas de novo.( Pois é sou lésbica assumida,e Lucy minha ex.) O que elas não sabiam era que eu não curtia garotas com Lucy. Ela era bonita,mas era só isso. E olhar para ela não compensava ter que ouvir o que saia de sua boca. Eu queria alguém diferente,alguém com quem eu pudesse conversar sobre outras coisas além de festas e coroações no baile de inverno. Uma garota que fosse inteligente ou engraçada,ou pelo menos uma parceira de laboratório razoável.
  
Talvez uma garota assim fosse um sonho,mas um sonho ainda era melhor do que um pesadelo. Mesmo se o pesadelo usasse saia de líder de torcida.
  Sobrevivi a aula de química,mas meu dia só piorou. Pelo visto,eu ia ter aula de História americana de novo esse ano,que era a única História ensinada na Jackson,tornando o nome redundante. Eu passaria o segundo ano consecutivo estudando a " GUERRA DA AGRESSÃO NORTE" com o Sr. Lee,cujo nome era só coincidência. Mas como todos nós sabíamos,em espírito,o Sr. Lee e o famoso general da Confederação eram a mesma pessoa.
O Sr. Lee era um dos poucos professores que realmente me odiavam. No ano anterior,por causa de um desafio de Dinah,eu tinha feito uma redação chamada "GUERRA DA AGRESSÃO SUL", e o sr. Lee me deu um D. Acho que os professores liam sim as redações as vezes,afinal.
      Achei um lugar atrás ao lado de Dinah,que estava ocupada copiando as anotações da aula na qual ela dormiu antes dessa. Mas ela parou de escrever assim que sentei.

Jauregui, você soube?

Soube de que?

– Tem uma garota nova na Jackson.

–Tem um monte de garotas novas, uma turma de 1° Ano, imbecil.

– Não estou falando das garotas do 1° ano. Tem uma garota nova no nosso ano.

Em qualquer outra escola,uma garota nova no 2° ano não seria novidade. Mas estávamos na Jackson. E não tínhamos uma garota nova no nosso ano desde o 3° Ano fundamental,quando Karin veio morar com seus avós depois que o pai foi preso por gerenciar um esquema de jogatina no porão da casa dele em Lake city.

– Quem é ela?

– Não sei. Tive uma aula cívica no segundo tempo com todos os nerds da banda,e eles não sabiam nada além de que ela toca violino ou algum instrumento assim. Queria saber se ela é gata.

Dinah tinha a mente limitada,como a maioria dos caras da escola apesar de ser uma garota. A diferença era que a mente limitada dela estava ligada a boca. Ou ao fogo que ela tinha entre as pernas.

– Então ela é uma merda de banda?

– Não. É musicista. Talvez tenha o mesmo amor que eu por músicas clássicas.

–Musica clássica?

Dinah só tinha ouvido musica clássica no consultório do dentista.

– você sabe,os clássicos. Pink Floyd, Black Sabbath, Os Stones.

Comecei a rir.

- Srta. Jane, Srta. Jauregui. Lamento interromper a conversa de vocês,mas eu gostaria de começar,se vocês concordarem.

O tom do Sr. Lee era tão sarcástico quanto do ano passado,e o cabelo oleoso penteado de forma a tentar cobrir a careca e as marcas de suor nas axilas continuavam horríveis. Ele distribuiu cópias do mesmo planejamento que provavelmente usava há 10 anos. Participar de uma encenação da Guerra Civil era obrigatório. Claro que era. Eu podia pegar emprestado o uniforme de um dos meus parentes que participaram de encenações por diversão nos finais de semana. Que sorte a minha.

                                 [...]

                                 [...]

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