Capítulo 5

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ISABELLA

Sentia a pulsação do coração nos meus dedos agarrados com força ao volante do carro. Quase não conseguia respirar devido ao meu ritmo cardíaco às alturas, tampouco pensar! Perdi a conexão com a lógica de tudo.

Não pode ser ele, para com esta neura!

Tentava acreditar nesta frase, mas não dava. A sensação de estar sendo seguida permaneceu forte. Aquele esbarrão com aquele homem, que não consegui ver o rosto aumentou a impressão de que era um dos assaltantes. O assalto em si não me machucava tanto quanto os toques horripilantes. Sentia meu corpo sujo e precisava de uma higiene com urgência, a limpeza seria apenas corporal, porque a minha alma já foi tatuada.

Esquece, Isabella! Tem que agradecer por ter saído ilesa...poderia ter sido pior...

E para agravar o meu estado de espirito, ainda via a cidade nervosa com toda aquela poluição sonora, causada pelo trânsito anormal para o horário.

Seguia rumo ao endereço do meu ateliê, eu só conseguia pensar num banho demorado, pois precisaria de muitas horas mesmo para limpar a sujeira que aquele imbecil dos infernos deixou no meu corpo.

— Filho da puta! — gritava esmurrando o volante. Um desabafo dolorido, o que consegui com o descontrole foi apenas ferir minhas mãos. Eu mereço!

Não conseguia segurar as lágrimas de humilhação jorrando dos meus olhos. Eu só queria chorar, chutar para debaixo do tapete, porém não podia sozinha. Precisava de alguém imparcial com o intuito de desabafar.

Enfiei a mão dentro da bolsa no banco ao lado, peguei meu celular e liguei para minha prima, desistindo do meu ateliê, a minha primeira opção, tudo para evitar o confronto com o Renan. Ficou combinado dele me pegar lá para almoçarmos juntos. Eu não estava em condições de encará-lo, e nem ninguém.

— Fran! — falei com voz esganiçada, chorando. Ela sentiu minha aflição.

— Eu estou aqui, minha prima.... Vem para cá!

Desabei com aquele gesto de carinho. Ela sequer perguntou os motivos do meu desespero, apenas se ofereceu. Ela não era a pessoa imparcial como gostaria, no entanto, a nossa amizade e cumplicidade sempre foi intensa.

— Já estou a caminho.

— Estou te esperando.

Assenti e desliguei jogando o aparelho no console e agarrando novamente ao volante. Em menos de vinte minutos, parei em frente ao seu prédio de vinte andares, num bairro de classe média alta com uma suntuosa sacada de vidro. O porteiro já tinha ordens para me deixar entrar.

***

— Queria o seu abraço, seu afago, seu carinho, tudo o que estiver disposta a doar para sua prima — balbuciei soluçando quando ela abriu a porta. Seus olhos verdes, muito parecidos com os meus, estreitaram e seus lábios se abriram num sorriso intenso.

Um Sonho a Dois - Minha missão não acaba aqui  (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora