CAPÍTULO NOVE
Ashton não apareceu para o café da manhã.
Não havia com o que se preocupar, disse Sebastian a si mesmo. Afinal, Ash já era bem grandinho.
Seu pai estava lendo o jornal e sua mãe tagarelava ao telefone.
Ele bocejou e deu uma olhada em sua correspondência, decidindo começar por um envelope delgado cor de marfim.
As letras pretas estavam escritas com tamanho capricho que poderiam ter sido impressas.
Você é o futuro rei de Cáspia.
Seus filhos governarão Cáspia um dia.
Não insulte a nossa nação escolhendo um companheiro estrangeiro.
Especialmente um que não nasceu em berço nobre.
Havia uma longa lacuna no papel seguida pelas palavras:
Como Ashton Banks.
O estômago vazio de Sebastian roncou, tanto de raiva quanto de fome. Quem ousava insultar Ashton daquela maneira?
Ele levou a folha amassada à chama que mantinha a cafeteira aquecida e ateou fogo à carta.
Estava acostumado a demonstrações triviais de ciúmes e escândalos forjados por jornalistas à procura de uma boa história.
A nota já havia se afastado de sua mente quando a brasa se extinguiu.
Enquanto isso, Ashton espalhava todas as notas e informações que havia conseguido reunir sobre a antiga mesa do escritório do palácio. Ia ligar para todos os convidados para a reunião, a fim de confirmar as suas presenças.
Tinha até mesmo vestido um terninho slim bege. Estava ali a trabalho e tinha a intenção de lembrar as pessoas desse fato. Havia notado ultimamente que os empregados estavam olhando de lado quando cruzavam com ele pelos corredores.
O que quer que estivessem pensando, provaria a eles que não estavam certos. Pelo menos, não completamente. Já era um pouco tarde para isso.
Ele afastou o cabelo dos olhos e suspirou.
Havia sucumbido aos encantos de Sebastian como tantas outras mulheres e homens antes dele.
Mas ele não havia tido escapatória. Tudo em Sebastian era inebriante. Sua energia e seu espírito, seu calor e sua paixão, sua bondade e...
Hei, você tem um trabalho a realizar, esqueceu?
Ashton estava prestes a fazer a primeira ligação quando hesitou, lembrando-se da maneira como Sebastian havia olhado para ele na noite anterior. Seus olhos grandes e escuros pareciam repletos de... amor. Impossível?
Sentindo um calor súbito, ele ergueu a franja insistente, deixando a testa à mostra. Estava sentindo muita dificuldade de raciocinar direito. As lembranças de Sebastian consumiam a sua mente e atormentavam o seu corpo.
Ele não conseguia se esquecer das mãos ásperas, porém suaves do maior sobre o seu corpo, dos seus beijos provocantes, nem do sexo que o havia deixado ofegante, tremendo de êxtase.
Depois viera aquela conversa íntima, seus sorrisos envolventes e suas carícias sedutoras.
Mas o chefe sempre fora caloroso e entusiasmado com todo mundo. Sebastian jamais conhecia uma pessoa ou um animal de quem não gostasse. O assistente já o havia visto dando um tapinha amigável e animador até mesmo numa oliveira.
Ashton não pôde deixar de sorrir ao sentir que seu peito se enchia de afeto por Sebastian.
A tela do seu celular ficou branca. Hei, você está aqui a trabalho. Ele se obrigou a recuperar o foco e apertou a tecla para fazer a primeira ligação. Seria muito embaraçoso se ninguém aparecesse para a reunião.
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O príncipe de Cáspia
RomancePríncipe herdeiro, empresário bilionário e solteiro. Sebastian Mikolos precisa de seu assistente Ashton Banks para manter sua vida em ordem. Mas quando Ash lhe dá o aviso prévio, ele recorre ao que sabe fazer de melhor: seduzir. Um tratamento de rea...