Capítulo 11

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CAPITULO ONZE

Sebastian acordou e se viu novamente assolado por aquela sensação de perda e vazio.

Suas repetidas ligações para o escritório de Nova York não haviam dado em nada e o celular de Ashton estava desligado.

Sebastian havia deixado ordens para que o seu último contra cheque incluísse um bônus substancial. Queria provar a Ash que não estava levando aquilo pessoalmente.

E que o queria de volta.

O seu celular tocou sobre a penteadeira. Ele esfregou o rosto e então rolou para fora da cama, a fim de pegá-lo.

— Sebastian. — A voz do pai fez com que sentasse novamente. — Quero que venha até a sala de jantar imediatamente. Há um artigo nos jornais...

— Do que é que você está falando? — perguntou ele, angustiado.

— Venha logo.

Sebastian se vestiu apressadamente. Será que havia acontecido alguma coisa com Ashton?

Se Derick Brassard, aquele advogado sórdido, estivesse envolvido naquilo, ele arrancaria as suas pernas e...

— Qual é o problema? — perguntou Sebastian assim que chegou à sala.

A expressão aflita no rosto dos seus pais o deteve. Seu pai deu um tapa no jornal à sua frente.

— Os participantes da reunião comprometeram-se a guardar sigilo do que foi tratado ali, não é?

— Sim. Todos assinaram um termo de compromisso.

— Então como explica isto? — disse ele, apontando para um artigo quase no pé da página.

Sebastian tomou o jornal das mãos dele.

CaspiaDesigns Atolada em Dívidas e Má Administração.

Ele respirou fundo enquanto lia. O artigo era breve. Uma única coluna, colocando a descoberta da recente estagnação da empresa e os lucros instáveis de seus componentes. Mencionava ainda imensas dívidas recentemente contraídas pelas adegas da Château D'Arc, sendo que o parágrafo final ressaltava um problema que Sebastian jamais havia mencionado fora da reunião, nem mesmo a Reed: o fato de que a companhia estava com um rombo de mais de três milhões de dólares por causa de dívidas que já se arrastavam há décadas.

Ele mal conseguia manter o foco naquelas letrinhas minúsculas.

— Foi Ashton Banks quem descobriu todas essas dívidas, não foi? — perguntou a mãe de Sebastian.

— Não havia muito o que descobrir. Estava tudo ali, nos livros caixa. Deon Maridis passou anos sem cobrar algumas dívidas.

— Deon as considerava como dívidas de seus amigos pessoais. Pessoas de boa índole que acabariam por pagar o que lhe deviam — disse o seu pai.

— Mas isso não vai acontecer, não é? — perguntou a mãe de Sebastian.

— Alguns de nossos clientes mais antigos não são mais tão ricos quanto costumavam ser. — O rei suspirou e se recostou em sua cadeira. — Eles repousaram em seus louros por tempo demais, assim como a CaspiaDesigns. Mas isso não os impediu de comprar jóias e champanhe pelas quais eles não podiam pagar.

— O que aconteceria se você tentasse cobrar isso judicialmente? — perguntou a rainha.

Sebastian e seu pai olharam para ela horrorizados.

— E envergonhar os nossos amigos com ações judiciais e humilhação pública? Nunca. Eu seria capaz de pagar as dívidas do meu próprio bolso antes disso.

O príncipe de CáspiaOnde histórias criam vida. Descubra agora