Capítulo 2

4.4K 284 27
                                    

CAPITULO DOIS

Um alívio tomou conta de Sebastian ao tomar a mão de seu velho amigo na sua num caloroso cumprimento. Reed Wellington era o tipo de homem que qualquer um gostaria de ter ao seu lado ao atravessar uma crise. Seus olhos azuis-claros nunca refletiam sequer uma ponta de preocupação.

— Sinto muito por não ter podido acompanhá-lo na viagem de snowboard a Kilimanjaro, Sebastian, Elizabeth achou aquilo... bem, ela achou que aquilo era loucura.

Sebastian riu.

— Acho que esse é o problema do casamento. Você acaba preso a alguém que realmente gosta de você.

— Sim, e não pode mais se lançar do alto das montanhas — disse Reed com um sorriso. — Quando é que você vai se casar, hein?

— Nunca. Ou quando eu encontrar a pessoa certa. O que vier primeiro.

— Ninguém pode acusá-lo de não dar o melhor de si na tentativa de levar todas os possíveis candidatos para a cama.

— Só estou cumprindo o meu dever real.

— Você não sofre muita pressão para gerar o próximo herdeiro ao trono de Cáspia?

— Tento não pensar muito sobre isso. Além do mais, nós cáspios vivemos freqüentemente mais de cem anos, e meu pai mal chegou aos sessenta.

— Também, com todo aquele iogurte de leite de cabras, não é?

— É um manjar dos deuses...

Eles caíram na gargalhada, mas Sebastian não pôde deixar de notar que o riso de Reed pareceu um pouco forçado. Por que todas as pessoas casadas cismavam em convencê-lo a assumir um compromisso de servidão eterna com alguém?

— Está aqui devido à CaspiaDesigns? — perguntou Reed, fazendo um gesto para que Sebastian se sentasse numa das poltronas à frente de sua mesa.

— Sim. Estou precisando muito da sua habilidade nos negócios. Temo que a empresa esteja numa situação financeira bem pior do que eu havia imaginado.

Reed pareceu preocupado.

— Como assim?

— Antes de eu assumir a empresa, há um ano, a CaspiaDesigns era supervisionada por Deon Maridis, um velho amigo bastante próximo de meu pai. Ele é um bom homem, mas parece que os lucros da empresa foram declinando lentamente sob o seu comando.

Sebastian conteve um desejo de afrouxar o colarinho.

— No ano passado, a empresa chegou efetivamente a perder dinheiro.

— O quê? — Reed endireitou-se em seu assento. — A CaspiaDesigns possui algumas das marcas de luxo mais famosas de todo o mundo. Eu mesmo comprei uma bolsa dessas para a minha mulher no Natal passado, e quase fui à falência. — Ele riu por um segundo e então franziu as sobrancelhas.— Como é que eles podem estar perdendo dinheiro?

Sebastian se debruçou sobre a mesa.

— Nossas marcas são conhecidas como o que há de melhor desde a década de vinte, quando a empresa foi criada, mas muitas delas quase não mudaram desde então. Seus métodos de produção estão desatualizados e ineficientes e muito pouco foi investido para atrair novos clientes. Existe atualmente um grande número de joalheiras de luxo, comerciantes de vinhos e similares, e a maioria deles faz uma distribuição e um trabalho de marketing muito mais eficientes que a CaspiaDesigns. Quero fazer com que essas companhias se transformem num negócio de verdade. Também estou planejando oferecer os produtos para um público mais jovem.

O príncipe de CáspiaOnde histórias criam vida. Descubra agora