Capítulo 10

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CAPÍTULO DEZ

Sebastian seguiu assobiando pelo corredor, apesar de sua desconfortável ereção. Ela ia acabar desaparecendo.

Assim que voltasse do jantar dos veteranos, ele iria até o quarto de Ashton e faria amor com ele a noite toda.

Amor, pensou Sebastian, saboreando silenciosamente a palavra.

Sim. Aquilo lhe agradava. O que ele sentia por Ash era completamente diferente de tudo o que ele já havia vivido antes. Seu coração começou a criar magníficas asas de águia dentro do seu peito e ele teve vontade de anunciar o seu sentimento para o mundo todo, ali mesmo, do parapeito da janela. Estava completamente dominado por Ashton.

O assistente não era apenas lindo, mas também inteligente, prático e determinado. Ativo e entusiasmado. Ele adorava quando os olhos verdes do menor brilhavam de malícia. Era extrovertido e divertido.

E ainda por cima era responsável.

O tipo de pessoa que compreenderia que estava se casando tanto com um homem quanto com um país. Com ele ao seu lado, Sebastian finalmente conquistaria o equilíbrio que lhe permitiria governar o seu povo. E ser o seu marido.

- Sebastian!

Uma voz feminina ecoou no corredor de pedra. Faris.

Sua ereção murchou. Ele mal conseguiu grunhir uma saudação. O pai dela era o mais antigo e querido parceiro de gamão e de pescaria do seu próprio pai.

Era uma pena que tivesse sido também o responsável por deixar a CaspiaDesigns deslizar morro abaixo, na última década.

- Olá, meu querido - disse Faris, tomando o rosto dele em suas horríveis mãos macias e pressionando os seus lábios borrachudos contra a sua bochecha.

- O que faz por aqui?

- Meu pai está jogando boules com o seu. Vim fazer companhia a ele. Estou muito feliz por tê-lo encontrado. Você bem que podia me levar para passear no Mirabella. Estou ansiosa por sentir a brisa marinha.

- Há brisa marinha de sobra aqui na sacada - disse ele apontando na direção do porto.

- Oh, não seja assim tão resmungão. Mas eu não o culpo por estar nervoso depois da maneira como o seu assistente se comportou ontem à noite.

- Do que é que você está falando? - rosnou ele.

- Bolinando você como um tiete, na frente de todos. Aquilo foi muito vulgar e embaraçoso. Mas, também, o que se poderia esperar? Os jovens americanos não têm mesmo o menor senso de decência.

O sangue de Sebastian pulsou com força dentro das veias. Se Faris Maridis fosse um homem, ela já estaria estendida sobre a pedra.

- Nunca mais... - disse ele numa voz tão baixa que ela mal pôde ouvi-lo - em hipótese alguma... fale de Ashton Banks dessa maneira outra vez. - Ele olhou bem no fundo dos olhos insensíveis e meticulosamente delineados de Faris. - Eu estou encantado por ser o feliz merecedor dos afetos dele. Quem não tem o mínimo sentido de decência é você, que ousou insultar um convidado meu em minha própria casa.

O longo pescoço de Faris enrijeceu.

- Então é assim. Bem, eu tenho certeza de que você vai acabar recuperando o seu juízo mais cedo ou mais tarde.

Sebastian teve vontade de insultá-la e expulsá-la de sua propriedade, mas era muito bem treinado nas artes da diplomacia para tanto.

Todo o seu corpo ansiava por fazer amor com Ashton, mas ele lhe provaria que era capaz de respeitar a sua vontade e manter as mãos longe do mais novo.

O príncipe de CáspiaOnde histórias criam vida. Descubra agora