Uma vida após a traição

Cedric Clarke

Como começar em uma escola nova, em um estado novo. Com pessoas novas e não passar vergonha ??
Não sei, mas eu não sou bom em aturar esse povo, me perguntando quem eu sou, de onde eu vim, na maioria das vezes ou eles não se importam ou se importam demais.
Já foi ruim demais ter que mudar, meus pais se separaram a torno de um ano, isso já estava na cara que iria acontecer mas o pior foi meu pai arrumar outra mulher e eu ser "expulso" da família nova dele. Tudo bem que com a metade das tatuagens que eu tenho e a metade dos problemas que eu causo, se fosse eu no lugar dele, já teria o feito a muito tempo.Até durou bastante.
Minha mãe depois da separação quis ter auto conhecimento, o que rendeu viagens e mais viagens, até não ter mais lugares a qual conhecer, até que ela achou no Japão uma nova oportunidade e por lá,ficou. O que gerou, eu, sozinho no Texas.
Eu ainda me pergunto porque escolhi aqui, é tão rural e selvagem. De longe, não é meu estilo. Mas algo me dizia que aqui tudo ia mudar,eu iria mudar algo, loucura? Sim.
Agora estou eu, sentado na cama, pensando em que droga eu estou fazendo da minha vida, sempre morei com meus pais, ao 19 anos ainda era criados por ele, me julgue mas gostava da vida boa, mas a liberdade tem me cativado cada vez mais, fazendo com que eu não sinta nem um pouco de saudades da mordomia.
Cheguei a um dia, tenho uma tia que mora aqui e estou morando com ela, até encontrar um emprego e arrumar minha própria casa.
Joana é um doce, e quando eu liguei para ela, ela foi a pessoa mais adorável do mundo
- Oi tia, aqui é o Cedric.- disse meio insegura, mas eu sabia que o máximo que levaria era um não, e então eu estava ferrado, e sem lugar pra ir.
- Ooh meu filho,quanto tempo. Como anda a cidade grande ?
- Bem, nem tanto.
-O que foi meu menino?
- Meu pai me colocou pra fora de casa tia, estou sem lugar pra ir... Eu pens- ela me interrompe
- Não precisa nem perguntar, venha pra cá, sei que é um lugar pequeno mas você será muito bem vindo
E na manhã que cheguei, encontrei ela na rodoviária me esperando, me abraçou forte e não disse nada, nada dos meus pais ou das tatuagens ou muito menos dos problemas. Ela só me abraçou.
Quando cheguei na casa dela, encontrei a mesa cheia de coisas deliciosas. Nunca comi tanta coisa caseira e feita na hora. Patrícia a esposa do meu pai não cozinhava e meu pai, piorou.
Acordo pra realidade, não podia ficar nessa cama, hoje começavam as aulas e eu iria me atrasar se ficasse sentado aqui pensando no tempo.
Tomo um banho, coloco a primeira roupa que eu tiro da mala, uma calça preta e um blusa cinza de manga curta, um tênis preto, pego a mochila e desço.
- Bom dia menino.
- Bom dia tia.
Comi um pão e um suco e saio.Como eu não conhecia muito a cidade minha tia me ensinou o caminho e eu rezo a Deus que eu o tenha decorado.
Chego a escola e ouço o sinal bater, boa Cedric, atrasado no primeiro dia de aula. Corro pra diretoria, sou do 3C e a primeiras aulas são Matemática.
Apresso o passo pra chegar logo, procurando a sala. Sem prestar muito atenção esparro em alguém.
E essa pessoa cai e seus livros também, pego esses e olho pra garota ruiva, mas o que mais me chocou foi seus olhos. Um azul acinzentado e o outro violeta. Ela era linda. Seu nariz sangrava, aparentemente ela bateu o nariz quando caiu.
- Olha por onde anda- ela nem olhou na minha cara, só tentava,falhamente, limpar o sangue do nariz.
- Você que deveria sair do meio ruivinha.
Quando digo isso,ela me olha, me analisá e quando eu penso que ela vai dar em cima de mim, como todas.
-Vai se foder- e sai andando, me deixando ali.
Corro pra aula, me certificando de olhar bem pra onde vou, não posso machucar mais ninguém.
A aula passa normal, faço um amigo Lucius- cabelos rosas e algumas tatuagens também- ele foi legal comigo e pronto, eu gostei dele e viramos amigos.
As aulas acabam eu corro pra casa.