"DOENTE..."

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Nunca me esquecerei do momento em que mergulhei naquele lago atrás de Claus... O cansaço tomando conta do meu corpo enquanto arrastava Claus para a margem... O desespero quando ele não abria os olhos e seu peito não subia... O pânico se estabelecendo em mim enquanto a vida deixava de fazer sentido. Mas tudo isso foi embora quando Claus suspirou o meu nome, quando seus olhos se abriram... Quando seu coração voltou a bater.

Tive que achar um jeito de levá-lo de volta para a cidade... Ele não consegue andar, seu corpo está muito fraco. Depois de 3 dias arrastando Claus pelo caminho, chegamos à cidade. Anjos me encaravam enquanto eu arrastava o corpo fraco de Claus pelas ruas. Ninguém, simplesmente ninguém parou para me ajudar. Agora estamos na casa de Léo... Ou melhor, na antiga casa do antigo Léo.

Acabei de fazer um chá de ervas para Claus, ele está de repouso. Entro no quarto em silêncio, ele está deitado na cama... Suas asas estão quebradas, com várias penas secas... Seus olhos, que antes eram brancos, agora estão vermelho sangue... Seu corpo esbelto, agora está debilitado. Coloco a bandeja na cabeceira e me sento na cadeira ao lado da cama.

   - Claus... - Sussurro.

   - O quê... Foi? - Sua voz está rouca e fraca.

   - Fiz chá com biscoitos pra você.

   - Não estou com fome...

   - Precisa se alimentar. - Pouso a mão em sua testa para checar sua temperatura. - Você está quente... Está com febre. Precisa comer.

   - Eu estou... Com sono... E não com fome... - Sangue volta a escorrer de seus olhos.

Pego a toalha na penteadeira e limpo gentilmente o canto dos seus olhos.

   - Está se sentindo melhor?

   - Não... - Ele se ajeita na cama. - Meu estômago dói...

   - É falta de alimento. - Pego a bandeja e a coloco em meu colo. Coloco um biscoito em sua boca, ele mastiga devagar. - Está bom?

   - Está... Obrigado. - Ele sorri.


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Deixo Claus dormindo e vou até o mercado comprar ingredientes para fazer uma sopa pra ele... Assim que entro na loja, toda a atenção é voltada para mim. Passo pelos corredores pegando os ingredientes e mais Anjos me encaram.

Quando chego em casa, quase caio dura no chão... Claus está caído na porta da cozinha com uma poça de sangue ao redor de sua cabeça. Largo as sacolas e corro até ele.

   - Claus... - Coloco sua cabeça em meu colo, o sangue escorrendo dos seus olhos. - Amor...

   - Ally...

   - O que aconteceu? Como veio parar aqui?

   - Acordei e te chamei... Mas você não apareceu. Desci pra te... Encontrar...

   - Eu fui ao mercado...

   - Fiquei preocupado com... Você...

   - Fique aqui, vou pegar uma toalha para limpar o seu rosto... - Corro até o banheiro e pego uma toalha e volto para Claus. - Está sentindo dor? - Limpo seu rosto.

   - Meu... Corpo inteiro... Dói...

   - Vou te levar de volta para o quarto. - Começo a levantá-lo devagar. - Se apoie em mim... Vamos devagar, ok?

   - Está bem...

Devagar levo Claus de volta para o quarto.


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   - Vou perguntar só mais uma vez... Onde ele está?

   - Eu não sei...

   - Mate-o. - Saio e deixo Caleby tomar conta da situação.

Volto para Ele.

   - Ele disse alguma coisa? - Ele pergunta.

   - Não. Mandei Caleby dar um jeito nele. - Sorrio.

   - Mandou matá-lo? - Ele grita.

   - Sim. Por que a raiva?

   - Como espera que o encontremos se mata cada um de seus informantes?

   - Mas o prisioneiro não disse nada.

   - E precisava matá-lo? Não podia esperar outro dia?

   - Não temos tempo...

Ele agarra os meus braços com força.

   - É você que não tem paciência... Onde está o Humano?

   - Preso.

   - Aonde?

Olho para baixo.

   - Onde ele está, Chloe? - Ele ergue a minha cabeça.

   - Ele está... - Me calo.

   - Chloe...

   - Na cela dos Bruxos...

   - Você é louca? Vão matá-lo lá dentro... - Ele sai bufando do quarto.

Me deito na cama... Tentando relaxar.

REALIDADE (TRILOGIA "SONHOS" PARTE III)Onde histórias criam vida. Descubra agora