"EPÍLOGO..."

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Depois daquela noite, nunca mais se ouviu falar de Chloe, Caleby ou Rodrigo. Bem... Meus primeiros momentos como Demônio não foram muito bons... Aulas sobre como manter o controle eram constantes. O começo da vida de um Demônio é parecida com a de um Vampiro. A fome por carne Humana e a sede por sangue eram insaciáveis. Perdi as contas de quantas vezes Lúcifer me prendeu nas masmorras... Eu matei vilarejos inteiros.

Depois que aprendi a ter controle, me casei com Lúcifer. E tenho que admitir que a vida de casada com ele era muito melhor do que com Caleby. Bem... Não muito melhor. Tomei pose da antiga mansão da Chloe, e é claro de uma horda inteira de Demônios. Era legal mandar neles... Ter o controle da situação pelo menos uma vez na vida.

Você cresceu saudável... Só entendi o que Lord Supremo queria dizer com o fato de meu filho ser uma aberração quando você chegou à adolescência. O seu comportamento ficou diferente, agressivo, manipulador. Você matou muitos criados... Mas tudo se acalmou com o passar do tempo.

Falando em Lord Supremo, a tentativa dele de extinguir a Raça Humana falhou. Até hoje não se sabe bem o motivo... Alguns dizem que ele desistiu na última hora, já outros dizem que foi intervenção de Deus.

Uma história e tanto, não acha?

   - Acho... É uma história louca. - Henrik sorri.

   - E sabe por que eu te contei essa história louca?

   - Porque eu pedi que contasse.

   - Também. Mas contei essa história porque você é um homem agora... Vai tomar decisões importantes na vida.

   - É... Mas tenho você pra me ajudar.

Dou um abraço apertado em meu menininho... Que já cresceu.

   - E o Claus? - Ele pergunta quando se afasta.

   - O que tem ele?

   - O que aconteceu com ele?

   - A última vez que o vi foi no Castelo dos Lords... Depois disso, nunca mais tive notícias dele, e nem de ninguém.

   - Ainda sente falta dele?

   - Muita falta. Penso nele todos os dias... Ele foi e sempre será o amor da minha vida.

   - Então, o que sentia pelo Rodrigo?

   - Rodrigo foi um amor passageiro... Eu achava que amava ele. - Passo os dedos pelo rosto de Henrik.

   - Para mãe... Não sou mais criança. - Ele recua.

   - Eu sei... - Sorrio. - É melhor você ir. Seu pai deve estar te procurando.

   - Está bem. - Ele me abraça e desaparece pela porta.

Vou até a cabeceira da cama e abro a pequena caixinha que contém o anel que Claus me deu quando me pediu em casamento, pego e o envolvo em minha mão. Deito na cama e relaxo o corpo e a mente. Fecho os olhos.

   - Vamos, Ally. Você consegue. - Sussurro. - Você já fez isso antes...

Pouco a pouco a lembrança vem...

Quando conheci Claus...

O Sonho vem devagar...

Adormeço e o vejo novamente...

"Não consigo parar de olhar as asas. Negras como a noite..."

REALIDADE (TRILOGIA "SONHOS" PARTE III)Onde histórias criam vida. Descubra agora