"LORD..."

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Acordo e encontro Caleby ao meu lado.

   - Oi, amor. - Ele sorri.

   - Oi... - Me ajeito na pequena cama de hospital. - O que houve?

   - Você passou mal... Mas não se preocupe, está tudo bem agora.

   - Passei mal?

   - Sim...

   - E o bebê? Ele está bem?

   - Desde quando se importa com o bebê?

   - Caleby, ele é meu filho. Bem... Ele pode ser um Monstro, mas ainda é o meu filho.

   - Monstro? - Caleby sorri.

   - Ele está bem?

   - Sim, ele está bem.

Ainda bem... Tirei um peso das costas.

   - Quando vou poder ir embora?

   - Por quê?

   - Quando?

   - Provavelmente ainda hoje.

   - Ótimo...

   - O que foi?

   - Não gosto de hospitais... Me trazem lembranças ruins.

   - Que tipo de lembranças?

   - O meu pai andando desesperado pelos corredores atrás de notícias da minha mãe, minha irmã me dizendo que mamãe ia ficar bem quando eu sabia que ela não ia...

   - Mas não foi a Chloe quem matou a sua mãe?

   - Foi... Mas é claro que ela deu um jeitinho de que parecesse que minha mãe tivesse sofrido um acidente de carro.

   - Ally Thompysom... - Uma enfermeira ruiva, com rugas espalhadas pelo rosto aparece na porta. - Pode ir para casa.

   - Ela é Humana... - Sussurro.

   - Alguns Humanos trabalham para nós.


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Assim que chegamos na mansão, somos recebidos por Chloe.

   - Que bom que você está melhor. - Ela me abraça e sinto o cheiro de sua colônia, a mesma que ela usava como Camilly. - Ficamos tão preocupados com você.

   - Ficamos? - Caleby ergue uma sobrancelha.

   - Sim... - Lúcifer surge da cozinha com um copo que parece ser de sangue nas mãos. - Você nos deu um grande susto, Ally.

   - Por que já voltou? - Caleby parece estar surpreso.

   - Resolvi ficar por aqui até o bebê nascer... Já que você não é capaz de cuidar disso sozinho.

   - Mas não foi culpa minha.

   - Claro. - Lúcifer revira os olhos e estende a mão para mim. - Venha comigo, Ally. Vamos dar uma volta. - Quando pego sua mão, Caleby dá um passo a frente. - Aonde pensa que vai? - Lúcifer o impede.

   - Com a Ally...

   - Não vai não.

   - Não vai ficar sozinho com ela.

Lúcifer o empurra com força contra a parede.

   - Não pense que pode me dizer o que eu devo ou não fazer. A Ally vem comigo e você fica. - Ele o solta e volta a pegar minha mão. - Vamos, querida. - Ele sorri e me leva para o andar de cima.

Entramos em um quarto amplo e de um tom roxo escuro. Há poucos móveis pelo quarto e os poucos que existem estão cobertos por lençóis. Mas o que chama mesmo a atenção é a cama... Uma enorme cama no fundo, com uma grande poça de sangue no centro.

   - Aceita alguma bebida? - Lúcifer pergunta.

   - Não, obrigada.

   - É claro, o bebê. Quase me esqueci.

   - Por que me trouxe aqui?

   - Há dois motivos... - Ele para na minha frente.

   - E quais são?

   - O primeiro... Eu sou o pai do bebê que você está carregando.

   - O quê?

   - Me passei pelo Caleby... Naquela noite em que você disse que ele estava estranho, se lembra?

   - Sim... - Fico com vergonha por ele ter lido os meus pensamentos. - Por que fez isso?

   -  Precisava que você engravidasse logo, e Caleby estava mais preocupado em te comer do que gerar Guerreiros. Foi por isso que você passou mal com o sangue do Caleby, porque ele não é o pai...

Meu mundo está de pernas para o ar...

Estou esperando um filho do Lúcifer.

O Lúcifer...

O Rei do Inferno.

   - Ally, eu sei que é complicado, mas...

   - E o segundo? - Pergunto.

   - O segundo o quê?

   - O segundo motivo por ter me trazido aqui...

   - Bem... A trouxe aqui para que conheça uma pessoa.

   - Quem?

Ele vai até a beira da grande cama e coloca as mãos sobre o sangue.

   - Lord... - Lúcifer começa a falar. - Ô Grande Lord, liberte-se de seu sono e venha me ajudar... Venha fazer justiça... Venha reinar sobre o sangue dos mortos... Venha triunfar sobre os ossos dos inocentes.

De repente, o quarto começa a tremer e Lúcifer para ao meu lado. Aos poucos, uma figura estranha e sombria se ergue do sangue, seu manto preto encharcado com o líquido vermelho.

É ele...

O Ser Sombrio do meu sonho...

   - Bem-vindo de volta ao lar. - Lúcifer sorri.

O Ser Sombrio pousa no chão.

   - Por que me chamas, Senhor? - O Ser Sombrio ergue a cabeça, mas não é possível ver seu rosto... É completamente escuro, é como se o capuz flutuasse sobre o seu pescoço.

   - Precisamos de sua ajuda. - Diz Lúcifer.

   - Quem é você? - Pergunto.

O Ser Sombrio dá um passo a frente.

   - Pode me chamar de Lord.

REALIDADE (TRILOGIA "SONHOS" PARTE III)Onde histórias criam vida. Descubra agora