Querida Princesinha

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POV Narrador

Aysha suspirou ao ver seu pai dormindo no sofá pela sexta vez naquele mês. Desde que sua mãe, simplesmente, se fora da Torre Stark, Tony não conseguia se manter muito tempo sóbrio. Por essa razão, a ruiva arrumar a as próprias malas e as de seu pai, e pedira ajuda à Jarvis para colocar o mais velho no carro. Antes de sair, deixou para o AI a tarefa de destruir tudo de conteúdo alcoólico que havia na casa, pegando a estrada para o Complexo dos Vingadores. Enquanto observava o pai babar no banco traseiro, a ruiva apenas podia deixar que finas lágrimas deixassem seus olhos. Tony ainda não tinha conquistado o posto de pai, mas era um amigo deveras querido da ruiva. O maior problema em se ter uma mente como a dos Stark, era a extrema solidão a qual eram condenados. E ter alguém com quem pudesse conversar sem ter de explicar algo a cada cinco minutos era um grande alívio.

Steve viu, ao longe, os típicos faróis avermelhados dos carros de Tony. E isso fez o loiro se levantar de supetão. Stark não podia ser tão louco de sair dirigindo acoolizado e largar Aysha na Torre, totalmente desprotegida e... Antes de completar a linha do raciocínio, Steve correu para o térreo do complexo, pedindo que Jarvis preparasse um dos cafés que Aysha gostava, antes de continuar correndo até a garagem.

A ruiva é quem conduzia o veículo.

A testa apertada contra o volante, que também sofria com apertões dos dedos finos. Foi até a porta, abrindo-a e ouvindo que a ruivinha respirava com dificuldade. Ela dirigira chorando. Tocou nos cabelos avermelhados, antes de ver a figura deplorável no banco traseiro do Impala.

—Vou levar seu pai lá pra cima.-Murmurou, vendo-a respirar um pouco mais forte.- Eu já venho buscar você e as malas, ok?

—Ok...

Steve pegou Tony com cuidado e o levou direto pra enfermaria, onde os robozinhos, controlados por JARVIS, começaram a examinar o castanho, aplicando-lhe um belo soro.

Depois de tudo feito, o loiro voltou para a garagem, encontrando a ruivinha largada no chão, com um pequeno tanque de oxigênio ao seu lado, enquanto segurava a máscara contra o rosto. Steve se ajoelhou ao lado dela, vendo como estava pálida, até mesmo os lábios, naturalmente mais avermelhados que o comum, estavam brancos.

—Aysha? Como está se sentindo?-A ruiva fez um sinal de "mais ou menos" com a mão, enquanto tentava respirar de forma profunda.-Quer que eu te leve até a enfermaria?-A ruiva negou.-Para a sala ou para o seu quarto?-Ela voltou a negar.-Quer que eu leve as malas e depois venha te buscar?

Ela acenou positivamente.

O loiro suspirou, antes de levar as malas para os quartos dos respectivos donos. Mas quando chegou no quarto de Aysha, depois de sair do de Anthony, encontrou Pietro sentado na cama da ruiva, com a cara amassada de sono. O som do chuveiro quente se fez presente. O loiro bateu na porta do banheiro, mas não fez menção de entrar, apenas aproveitou a porta entreaberta para não ter de falar alto.

—Steve?-A voz estava um pouco fraca.-Pietro ainda está aí?

—Sou eu, Aysha.-Respondeu o loiro, sem se zangar com a menina, apesar da ardência que sentia em seu peito.-Pietro e eu vamos espera-la na cozinha. Venha comer alguma coisa antes de dormir.

—Obrigada, Steve...

Com o olhar duro do Capitão, Pietro se ergueu, antes de dar uma desculpa esfarrapada e voltar para o próprio quarto.

Steve se sentou no sofá, decidindo que era melhor servir uma boa dose de chocolate quente com chantilly para Aysha, ao invés de café. Levou as duas cabeças generosas e uma porção dos biscoitos que aprendera a fazer com sua mãe, e que Aysha, aparentemente, era fã.

A-R-T-I-F-I-C-I-A-LOnde histórias criam vida. Descubra agora