1. Os Reis da Neve

5. Minhas Orelhas ✅

P.s: Caso você estivesse preocupada pois achou que não haveria romance, don't worry baby, o bonde vai começar a andar e não terá uma parada no meio do caminho ♥

Ps.2: Os capítulos revisados irão conter um ícone verde.

Ps.3: Exclui o grupo no whatsapp, por enquanto nos encontramos apenas aqui ♥

          *CAPÍTULO 5*
BELLE LHE ESFREGAVA AS COSTAS. Era algo estranho, e seria difícil esconder as orelhas e o rabo, mas graças a uma toalha vermelha, ele conseguia esconder bem sua cauda felpuda, uma que insistia em balançar pelo prazer que sentia, até mesmo um sorriso lhe pintava nos lábios.
    — O sangue está saindo. — Suspirou ela, mas parecia contente por sua voz, ele tentou virar o rosto para olhá-la, mas foi repreendido por um som que saíra de sua boca, um som pouco familiar. — Não se mova. Mantenha a toalha na cabeça. Dizem que assim você não desmaia na sauna.
    Ele assentiu.
    Sauna. Era a primeira vez que ouvia aquela palavra, mas gostava daquele lugar que ficava no andar inferior da casa velha.
    — Okay. — Ele sentiu necessidade em responde-la.
    — Fique quieto. — Murmurou ela irritada.

    Era óbvio que Lupino não entendia nada. Algumas horas antes daquele acontecimento ser realizado eles discutiram o que deveriam fazer com o garoto, o mesmo nem sabia ao certo o que era "se lavar", mas a palavra "banho" era de certa forma, familiar. Seu Alfa mencionara aquilo em uma das lições sobre o corpo humano e sua transformação. Mas infelizmente ele não ouvira tudo, afinal, ele não esperava que sua transformação viesse aos seus dezoito anos humanos, ele realmente não esperava, mas era como diziam, aquilo variava de lobo para lobo.
    A garota humana tinha o arrastado em direção ao banheiro, e o empurrara lá dentro esperando que ele fizesse algo, que nem mesmo ele sabia ao certo que devia fazer.
    Lupino entrou no banheiro e olhou em volta do cômodo. Seus olhos estreitaram para o local pequeno e apertado, o que ele deveria fazer? O que era aquela palavra? "Banho"?
    Rosnando baixo ele abriu um armário que ficava de frente para a porta em que fora obrigado a passar, ele olhou ali dentro e encontrou várias coisas que nunca vira e outras já vistas.
    Puxando de dentro do armário tudo o que havia ali, um barulho alto saiu das coisas e Belle abriu a porta com preocupação estampada em seu rosto.
    — Você está bem? — Arqueou a sobrancelha.
    Lupino encolheu os ombros, com medo.
    — O quê? — Mika riu da cozinha. Seus passos foram largos até que chegou em frente à porta do banheiro, onde Lupino estava. — Ele não sabe como tomar banho? — Gargalhou.
    Lupino queria rosnar, mas o filhote o fez por ele.
    Mika se afastou do filhote que se aproximou dele de forma selvagem e animal. Sim, aquele filhote se lembrava do que era ser um lobo branco, mas a pergunta que não calava era: "Por que ele está aqui? Por que ele não foi embora quando teve oportunidade?".
    Belle estapeou o braço de Mika e o encarou com uma expressão desagradável que ele mesmo não gostaria de receber. Lupino gostou de ter sido defendido.
    — Não zombe dele. Você que vai consertar uma porta e uma geladeira. — Revirou os olhos com um sorriso engraçado. — E pelo que eu me lembre, você nunca fez isso. — Seus ombros se mexeram conforme ela ria em seguida.
    Lupino não entendia o que estava acontecendo, eles brincavam, se zoavam, riam juntos, podiam até mesmo discutir alguma coisa, mas no final sempre estavam rindo novamente.
    — Vou ajudá-lo a lavar as costas, e depois venho verificar seu trabalho pesado. — Piscou para o ruivo que devolveu o sorriso para a loira.
    Ele assentiu devagar.
    Belle entrou no banheiro em que Lupino estava, pegou dois pedaços de pano vermelhos que estavam caídos no chão e lhe estendeu.
    — Esta você usa na cabeça, e esta na cintura. — Lhe entregou os dois tecidos que eram mais pesados do que uma blusa fina. — Entre no banheiro e os coloque, e depois o levarei na sauna que fica no porão. Okay? Acredito que lá será melhor, e então poderei te ajudar, mas não se preocupe com nada.
    — O-okay. — Sua voz saíra estranha, ele precisava se acostumar, caso contrário, ele faria uma careta a cada vez que falasse alguma coisa.
    Lupino entrou novamente no banheiro e tirou o casaco que ainda usava de Belle, seu corpo era completamente diferente do que imaginou que seria. Os músculos eram quase inexistentes, ele não poderia esperar muito, ele ainda era um ômega sob pele humana. Sua anatomia era engraçada, se não bizarra. Ele olhou para suas mãos e para seus pés, e se viu humano, e esperava que aquela transformação durasse um bom tempo, não por querer ser humano, mas por não querer passar por aquela dor novamente.
    Suas mãos passaram por seu corpo na intenção de entender como ele funcionava, e sua pele era macia e pouco musculosa, até que ele havia gostado da textura, embora adorasse o seu rabo felpudo. Seus dedos pegaram a ponta de seu rabo e o acariciaram, ele não poderia fazer isso se não fosse naquela forma, mas precisava descobrir como escondê-lo de Belle e Mika.
    Seus olhos pousaram em suas orelhas pontudas, elas se abaixariam se ele estivesse calmo, porém logo abaixo de seus cabelos brancos estavam um par de orelhas humanas.
    — O que é isso?
    Seus dedos puxaram aquele par estranho em sua cabeça, e ele chiou quando sentiu uma dor naquela região e em sua orelhas caninas.
    — Orelhas humanas? — Franziu a testa e inclinou sua cabeça para a direita. No espelho ele se via refletido e novamente se olhou.
    Seu corpo humano era abominável.
    Batidas suaves o fizeram despertar de seu transe.
    — Está tudo bem aí? — Sua voz soou preocupada.
    — O quê? Ele quer ajuda para pôr uma toalha também? — Mika riu.
    O garoto lobo pôs a toalha em volta de sua cintura e escondeu seu rabo entre as pernas, e a outra ele colocou na cabeça e escondeu suas orelhas de lobo. Abriu a porta e encontrou Belle encostada na mesma, o ouvido dela bateu contra o seu tórax , e Mika outra vez na cozinha sorrindo.
    Belle tropeçou para trás assim que batera contra o corpo de Lupino. Ela lhe deu um sorriso sem-graça e logo se desculpou.
    — Fiquei preocupada. — Disse antes mesmo que ele dissesse alguma coisa.
    — Tudo bem. — Franziu a testa ao ouvir se dizer.
    — Venha, irei te levar na sauna.
    — Qualquer coisa grite. — Mika lhe olhou de forma estranha, e Lupino o ignorou.