CONTOS DE FADAS e BRUXAS

Capítulo VIII - Uma Visita inesperada

- Senhora, Magestade, minha rainha, tem alguém se aproximando do portão do sítio, é uma Van com o símbolo da AECIA, sua concorrente. Dentro dela tem 6 pessoas com o motorista, e o Sr. Antonio Bandeiras, seu arquiinimigo e concorrente.

- Obrigada Verna. Vamos João, precisamos impedi-los de entrar na casa.

- Conta comigo Soso.

Saindo pela porta do castelo do Mal, Sonnia vestida com um terno de couro negro, blusa decotada e salto 12, João de terno Preto Armani, os dois intimidariam qualquer executivo que ousasse olhar para eles.

Mas Antonio Bandeiras não era qualquer executivo. Era um adversário barra pesada interessado na compra de terras no local para fazer espigões.

- Deixe que eu o enfrento Sonnia.

- João, querido, vejo Antonio toda semana em Miami, este come na minha mão. Espere só ver quando ele souber quem está aqui para proteger esta propriedade.

No momento em que a Van negra com o logotipo tão conhecido estacionou no pátio, João e Sonnia chegaram à porta da varanda.

Quem os olhasse veria uma dupla de executivos decididos a arrebentar quem viesse com conversa para o lado deles. A aura ao redor ficou pesada e enquanto Antonio Bandeiras descia do carro, João transmitia para Quincas o que estava acontecendo pedindo para que ele protegesse Estela e Helena.

- Ora ora ora, não esperava encontrá-la neste reino minha rainha - falou o empresário sorrindo

- Também não imaginei que alguém tão importante viria à minha humilde casa. O que veio fazer aqui Antonio? Ficou com saudades de mim?- disse Sonnia olhando suas unhas pintadas de vermelho sangue e colocando em seu rosto um sorriso de enfado.

- Sempre sentirei sua falta linda mulher, mas vim aqui conhecer dona Maria, a dona destas terras.

- Pois saiba que dona Maria não existe mais, e que estas terras foram herdadas por sua neta, que casualmente é minha sobrinha, senhor.

João ficou calado só observando a reação do executivo. Sabia que ali Sonnia dominava, e não deixaria nada no mundo sair fora do controle. Seu papel seria de apoio moral, pois com seus 1,90 fazia o executivo olhar para cima para lhe dirigir a palavra.

- Não sabia que precisava de guarda-costas, minha rainha. Desde quando?

- Não é da sua conta. Não lhe devo satisfações.

- Então vamos entrar e conversar? Tenho uma proposta irrecusável para uma grande mulher como você.

- Antonio, na minha casa você não coloca os pés. Nem tente. Aqui não tem a menor possibilidade de boas maneiras. Cai fora.

- Nossa rainha, você está muito agressiva. Quero conversar com você sobre lucros!

- Não precisamos de lucros, não do tipo que vem de você. Não me subestime Antonio.

João tremeu quando viu a cor dos olhos de Antonio mudarem para vermelho e preto. Estava vestindo sua proteção demoníaca para manipular a mulher, mas ele não ia permitir. Comandou ao seu interno a proteção para fazer frente e no mesmo instante seus olhos ficaram iguais ao do homem a sua frente.

- Veja só, seu guarda-costas conhece magia! Que pena que ele não é páreo para mim.

- Antonio, meu querido. Ficas irresistível com estes olhos negros, mas devo te lembrar que somos dois contra um. Nem tente chamar seus capangas pois façoexplodir esta van em mil pedaços no momento em que os chamar.

- Bingo! Desta vez você me venceu. Mas hoje a noite quero tomar um drinque com você na CRYPTA, a boate chulé que tem na cidade. Vinte e duas horas, nem um minuto a mais. E por favor, me poupe de olhar novamente para este armário do seu guarda-costas. Quero matar a saudade dos velhos tempos, darling.

- Espere sentado queridinho. Se quiser negociar comigo mande um e-mail. E saiba que vou enviar uma ordem para que sua entrada seja barrada na boate chulé que você quer conhecer, porque, casualmente, sou a dona dela.

- Dizendo isso, Sonnia se encaminhou para a porta da casa para entrar e João, boquiaberto, abre a porta para ela.

Antonio, soltando fumaça pelas orelhas, entra na van executiva e manda que o motorista retorne ao hotel imediatamente. O carro não quis pegar de primeira e saiu corcoviando como se tivesse engasgado.

Já de roupa normal, Sonnia se atira no sofá rindo.

- Isto foi você quem fez, eu jamais teria esta ideia. Ótima, por sinal, obrigada pelo apoio João.

- Somos uma família ¨darling¨.

- Ainda bem que somos uma família. Alguém pode me explicar o que foi isso? Que trocação de roupa foi aquela? Tinha necessidade? - aparece Quincas com uma jarra de suco de maracujá e dois copos na mão.

- Quase tive um enfarto, falou Estela aparecendo atrás de Quincas

- Somos a família mais louca que existe na face da terra - disse Sonnia rindo demais. E eu estou muito feliz em pertencer a ela. Contem comigo para o que precisar, eu amo fazer o papel de rainha má,ou bruxa, o que precisar para proteger meu sangue.