4 Safira

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_o que vai fazer? – perguntei quando ele voltou a se aproximar – Draco...

Ele estancou na mesma hora e fez uma careta estranha. Mas antes que eu pudesse reagir, ele me prendeu com seu braço esquerdo, enquanto segurava o alicate na mão direita sua unha fez um corte fundo em minhas costelas, gritei pelo susto e pela dor, mas gritei ainda mais quando ele enfiou o alicate em mim.

_PARA!!! – gritei sentindo o sangue vir em minha boca, engasgando-me.

A porta foi posta a baixo, e a figura de Damon surgiu, pronta para atacar quem quer que fosse. Draco puxou o alicate, e eu senti algo sair de mim, senti um alivio momentâneo, antes da dor voltar.

_pensei que ia cuidar dos ferimentos dela... Não revirar as entranhas com um alicate! – debochou sentando-se no sofá.

_estou cuidando! – jogou o alicate num canto e pressionou o corte que tinha me feito – já vai fechar! – senti suas mãos esquentarem, e meu ferimento queimar.

Quando ele me soltou, minhas costelas doíam, minha boca estava com gosto de sangue, mas eu não tinha mais corte algum. Sentei no chão aturdia, sentindo-me fraca e nauseada.

_vejamos o que é isto... – Draco pegou o alicate e o olhou – uma chave?

_o que? – Damon levantou-se e foi até o outro – mas que porra isso estava
fazendo dentro dela?

_o mais interessante, que a julgar de onde eu tirei, ele já estava lá! – Damon o olhou confuso.

_falou tanto e não explicou nada! – resmungou.

_digo que está chave já estava dentro dela, antes do acidente, o mesmo só deve tê-lo movido de lugar e feito a lesão, relevando-se!

Eu entendia pouco do que eles falavam, mas conseguia ver perfeitamente aquele pedaço de metal banhado em sangue, e o formato era extremamente familiar...

Flash back on
Corria desesperada, não conseguia respirar direito, estava descalça, o que dificultava a corrida por aquele chão liso e escorregadio, mas o som dos passos atrás de mim, fazia-me correr com mais afinco. Eles não podiam me pegar. Ele não poderia me pegar. Jamais voltaria a ser refém daquele idolatra de lucífer.
Havia entrado numa porta pequena e corria por um corredor estreito, o ar
cheirava a aço enferrujado e sangue seco. Não havia luz ali, estava no completo escuro, usando apenas as mãos para tatear as paredes, que eram minhas únicas guias.
As vozes ficaram mais distantes e o som dos passos também, mas não me daria o luxo de desistir agora. Minutos antes tinha entrado no escritório de Alexus, e tinha visto alguns papeis velhos, pergaminhos como ele tanto falava, com rituais satânicos e entre outras coisas que me arrepiavam inteira só de lembrar, havia pego uma chave que estava atrás de um quadro, ela cumprida e chata.

A ponta tinha o formato de um sol dentro de um estrela que estava dentro de metade um arco, era parecida com uma estrela de Davi, o quadro que a escondia era o desenho rustico de uma porta, Alexus entrou no escritório no exato momento em que eu ti...

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A ponta tinha o formato de um sol dentro de um estrela que estava dentro de metade um arco, era parecida com uma estrela de Davi, o quadro que a escondia era o desenho rustico de uma porta, Alexus entrou no escritório no exato momento em que eu tinha pego a chave, assustando-me, gritou possesso e tentou avançar em mim. Tive que pular pela janela e correr rumo à casa dos fundos, onde achei a bendita porta estreita.
Quanto mais corria, mais parecia que eu estava descendo direto para o inferno, o caminho começou a parecer uma espiral, deixando-me enjoada. Não havia mais qualquer barulho atrás de mim, depois de muito andar, comecei a enxergar no fim do túnel uma luz, era estupidamente clichê, mas deu-me esperança.
Parei e escorei-me na porta, respirei fundo várias vezes, sentindo meu pulmão reclamar em busca de ar. Fiquei um tempo em silencio escutando o ambiente ao redor havia apenas uma pedra bonita em cima de um bastão, ela servia como espero e refletia uma frestinha de luz que vinha de algum lugar, e iluminava aquela parte da passagem, atentei-me mas não conseguia ouvir nada, porém eu não iria correr o risco. Olhei a porta, tinha uma fechadura estranha era o meio da porta, e tinha o mesmo desenho da ponta da chave. Iria forçar a fechadura até que a porta abrisse, mas ao colocar a chave na fechadura, a porta destrancou e com muita força, consegui empurrá-la. Era algum tipo de sala escura e fria.

_VOCÊ NÃO PODE SE ESCONDER PRA SEMPRE! – aquela voz ecoou pelo
corredor atrás de mim, deixando-me em pânico.

Era Alexus.

Entrei na sala desesperada e tentei a todo custo fechar a porta, mas a maldita porta só abria e fechava por fora, peguei a chave na esperança que não percebessem que a porta estava aberta, encostei a mesma. Fui para o outro extremo da sala, e dei de cara com algo que me deixou muda e sem qualquer reação.
Havia um homem acorrentado pelos braços na parede, extremamente magro e desnutrido, branco, com longos cabelo negros longos e lisos que lhe cobriam a face, a princípio achei estar morto, mas seu peito subia e descia bem devagar.

_ora, ora, Dante, parece que você tem visita! – Alexus gargalhou na porta.

Num piscar de olhos, fui lançada na parede e senti algo entrar dentro de mim, em minha mão havia sangue e a chave tinha desaparecido, e havia uma ponta de vergalhão me atravessando de fora a fora.

_onde está a chave? – puxou-me pelos cabelos e me lançou contra outra parede. Tudo em mim doía, e eu sequer sabia como ainda estava viva – você não deveria ter se metido onde não fora chamada... Ainda falta alguns meses para a colheita, mas posso resolver isso... – senti suas mãos agarrarem meu pescoço com força.
Tudo foi ficando borrado, mas eu ainda podia ver o olhar feroz e lunático de Alexus.
Flash back off

_eu não cai de moto! – foi a primeira coisa que consegui cuspir depois que mais uma alucinação.

_é o que coelhinho? Enlouqueceu? – Damon olhou-me zombeteiro.

_há alguns meses, eu acordei num hospital, Estela disse que eu tinha caído de moto, mas eu não cai! – levantei-me rapidamente sentindo a cabeça ferver – agora faz sentido!

_nada faz sentido coelhinho! – Damon rebateu e o olhei irritada.

_não sou coelhinho, me chamo Safira! – ele sorriu debochado – eu entrei numa espécie de corredor e essa chave abriu a porta! – apontei para a chave na mão de Draco – tinha um homem preso lá...

_um homem? – Draco aproximou-se – preso?

_Alexus tem uma coleção de pessoas presas, não é nenhuma novidade! –
Damon revirou os olhos parecendo entediado.

_esse era diferente, era alto e estava muito magro, os ossos apareciam e tudo mais! Ele tava preso na parede, tipo pendurado, com as correntes grossas e estranhas! A cabeça dele tava dobrada para baixo, o cabelo cobria o rosto... O nome que Alexus o chamou... Gange... Bandi... Mandi... Era uma merda dessas... – passei a mão na cabeça exasperada – eu não...

_Dante! – Damon interrompeu-me.

_isso... – num milésimo de segundo ele estava a centímetros de mim, olhando- me sério, sem qualquer vestígio de brincadeira – Dante está preso lá!

_escute uma coisa coelhinho... Se você estiver mentindo... – ele ameaçou-me.

_não tenho medo de você seu babaca! – rebati e ele ergueu uma sobrancelha – seu irmão caçula está preso naquela merda de casa! Essa chave, estava dentro de mim, porque quando Alexus me achou junto com Dante, jogou-me na parede ou um negócio assim, e a chave entrou em mim, só que ele não percebeu isso, já que eu tinha caído em cima de uns ferros que estavam no canto! Além do “mas”, minha alucinação de reflexo no espelho disse que ele está em algum tipo de feitiço, não pode ver, nem ouvir ou falar! – falei tudo de uma vez na cara dele.

_como você sabe sobre Dante? Como sabe que ele é nosso irmão? – Draco
perguntou colocando-se ao lado do irmão, intimidando-me.

Mesmo usando apenas roupas intimas, ainda suja de sangue e na frente de duas muralhas humanas, eu não me intimidaria, ou pelo menos, tentaria não me intimidar.

_já falei, foi a droga da alucinação, antes de eu acordar no carro! – resmunguei sentindo-me cansada.

_fique aqui! – Damon pegou-me pelo braço e jogou-me no sofá onde estivera sentado – Draco!

Ambos saíram sem dizer qualquer palavra, eu me sentia esgotada de todas as formas possíveis. Não senti quando meu corpo pesou e minhas pálpebras fecharam, e a inconsciência me levou.



Mais um pouquinho de suspense
Vamos resgatar Dante, meu amorzinho
Para grazielalins0 CM_AR123

Irmãos Valerian - Série IMORTAIS - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora