Let It All Go - L.S

Chapter IX - Bittersweet

16/07/2017 - Sexta-Feira

Louis acordou com uma pressão em seu braço, assustou-se ao acordar mais uma vez sem reconhecer o local em que estava. Tentou se levantar, mas sentiu seu braço doer, fazendo-o grunhir. Olhou para o fio que saia de seu braço e suspirou aliviado ao perceber que estava apenas tomando soro. Algum o barulho de uma porta abrir e passos rápidos virem até ele, com certa dificuldade, virou-se e viu sua mãe com um sorriso aliviado.

"Oi, filho. Como se sente?" Jay se aproximou mais, pegando a mão do filho e acariciando-a. Louis suspirou.

"Um pouco confuso. Porque estou aqui?"

O olhar surpreso que franziu a testa de sua mãe o assustou. O que poderia ter acontecido de tão ruim para ele estar em uma cama de hospital e sua mãe estar o encarando daquela forma? Teriam se envolvido em um acidente? Certamente explicaria o porquê de tudo não passar de um borrão em sua mente.

Johannah sentou-se na cama, ainda acariciando a mão gelada de Louis, encarando os lençóis da cama onde ele estava, procurando palavras para começar. "Você teve um pesadelo ontem... Acho que foi um pesadelo, não sei. Você acordou, foi para o quarto de sua irmã e começou a chorar em cima dela, acabou assustando-a."

Louis se sobressaltou. "Mas o que aconteceu? Se ela só se assustou porque estou aqui, mãe?"

Jay ergueu a mão levemente, pedindo para que o filho de acalmasse. "Não foi só isso, Lou. Você começou a gritar pedindo que Adam não te deixasse. Quando ouvi você gritar e sua irmã me chamar, tentei te tirar de cima dela porque você estava apertando-a muito forte. Você não parecia saber onde estava direito e depois de alguns minutos acabou desmaiando, querido, por isso está aqui."

O mais novo sentiu seus olhos arderem e seu peito se apertar, culpado por tudo o que sua mãe havia lhe dito. Tinha machucado sua irmãzinha, a pessoa que sempre estava ali por ele e o pior era que nem sequer lembrava o porquê. Aos poucos, imagens dele acordando na casa da família de Adam e vendo o garoto sangrar em sua própria cama fizeram sua respiração se desregular.

Louis levou a mão ao pescoço, sentindo novamente como se alguém tivesse o enforcando. Jay encarou assustado o filho, tentando tirar sua mão do pescoço quando a máquina que monitorava seus batimentos cardíacos disparou, um barulho irritante e constante ecoando pelo quarto. Antes que Louis pudesse sequer pedir por ajuda, dois médicos entraram no quarto e tentaram falar com ele, mas não conseguia ouvir nada.

Flashs dos braços ensanguentados de Adam piscavam em sua mente, seu sorriso quase feliz quando o viu e a sensação de abraça-lo novamente fez com que sua cabeça girasse. Sentiu pegarem em seu braço, mas não conseguiu identificar, sua mente o puxava para um lado escuro, onde Adam morria e Louis ficava sozinho. A última coisa que viu antes de apagar mais uma vez foi Adam sorrindo e dizendo que tudo iria ficar bem.

...

Louis sentiu mais dor quando acordou. Sentiu também a mão de sua mãe sobre a sua, confortando-o e lhe dando certeza de que estava na realidade e não em um sonho bizarro. Johannah sorriu ao ver os olhos azuis do filho piscarem para ela, forçando um sorriso pequeno.

"Vou chamar o médico, querido." Ela inclinou-se e deu um beijo demorado na testa suada de Louis, saindo logo em seguida.

Não se passou nem dois minutos antes que uma médica de cabelos grisalhos entrasse sorrindo levemente, sendo seguida por outro médico de jaleco, este mais jovens e de cabelos castanhos sedosos. Louis quis sorrir e parecer confortável, mas era velho o suficiente para saber que quando se está em um hospital e não é nada grave, as enfermeiras vem te ver e te atualizam sobre seu estado. Havia dois médios em sua frente, pareciam importantes e ocupados, então estaria mentindo se dissesse que não estava preocupado.