Chapter V - Baby Steps

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05/07/2017 - Quarta-Feira

Rebecca Graham era uma mulher bonita. Seus cabelos longos e ondulados caiam graciosamente sobre seu ombro e peito, dando-lhe um olhar jovial. Louis não daria mais de 30 anos para a mulher. O garoto percebeu também a forma como os raios do sol tocavam sua pele morena e a fazia brilhar como o próprio sol. Ela era linda.

"Como passou desde a última vez que nos vimos, Louis?" Ela perguntou, ajeitando-se na cadeira que ficava em frente a escrivaninha de Louis. Rebecca tinha um pequeno caderninho apoiado nas pernas cruzadas e uma caneta preta rodopiando nos dedos.

"Nenhuma mudança, acredito." Sussurrou. Mas, rapidamente um nome surgiu na mente de Louis. "Oh, um garoto está vindo me visitar. Harry."

Rebecca sorriu minimamente. "Seu amigo?"

Louis negou. "Não o conhecia até então. Ele é bem atencioso, gentil."

"É muito bom ouvir isso, Louis. É bom que você tenha alguém novo em sua vida." Ela disse enquanto escrevia algo em seu pequeno caderno.

"Tem Tesla também." Louis lembrou-se, apontando pro bichado que estava sentado sobre o parapeito da janela do quarto, observando a pouca movimentação da rua.

"Você o adotou?" Louis negou rapidamente. "Alguém te deu?"

"Era o gatinho de Adam... E-Eu fui adotá-lo com ele e ajudei no nome." Louis sorriu levemente, sendo acompanhado por Rebecca. "A mãe de Adam disse que ele não estava comendo e que talvez sentisse minha falta, então o trouxe."

Rebecca assentiu e olhou rapidamente para o gato. "Ele melhorou então? Era saudade?"

Louis assentiu, virando-se para olhar ternamente para o gato de pelos brancos. "Era saudade, mas não de mim."

Rebecca franziu o cenho. "De quem ele sente falta, Louis?"

O Tomlinson voltou a encarar os olhos castanhos claros da psicóloga e sorriu levemente. "O caso é que Tesla é um gato interesseiro. Ele gosta da ideia que vem comigo, da ideia de que talvez se ficar por perto, verá Adam novamente." Louis sorriu triste e abaixou o olhar para as próprias mãos. "Não me incomodo porque faço o mesmo."

O silêncio entre eles foi tão grande naquele momento que Louis foi capaz de ouvir o leve deslizar da caneta sobre o papel enquanto Rebecca escrevia rapidamente. A mulher ergueu o olhar e respirou fundo, olhando diretamente para os olhos azuis de seu mais novo paciente.

"O que acha que está acontecendo com você, Louis?" Perguntou suavemente, algo que Louis realmente apreciava porque o deixava confortável. "Acha que é saudade, tristeza? Tem alguma ideia?"

Louis deu de ombros. "Só estou de luto. Cada um lida da forma que pode, não é?" Louis soltou uma risada sem vida tentando convencer tanto a psicóloga quando a si. "Porque? Poderia ser outra coisa?"

Rebecca suspirou pesadamente e jogou seu corpo contra o encosto da cadeira, pensando por alguns instantes. Louis inclinou-se para frente, sentindo-se ansioso pela resposta. "Não seria correto te dar um diagnóstico com apenas duas conversas, mas já vi que você é um garoto um tanto metódico, então acho que o melhor para os dois seria te dar esta resposta." Louis assentiu. "De início, achei que você poderia estar com depressão severa. E, talvez, você realmente esteja com depressão, mas não é o principal. Acredito que você sofra de estresse pós-traumático, Louis." O garoto apenas piscou, tentando entender a informação.

"O-O que exatamente é isso? Pode me explicar, por favor?"

Com um sorriso carinhoso, a dra. Graham assentiu. "O TEPT é majoritariamente um distúrbio envolvendo um trauma, algo que marcou a vida da pessoa de uma forma violenta e quase permanente. É um distúrbio relacionado a ansiedade."

Let It All Go - L.SOnde histórias criam vida. Descubra agora