Chapter XXII - The Law Of Cause and Effect

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17/08/2017 – Quinta-Feira

Nova York tinha sido uma experiência boa para Louis. Ele sentia-se mais confiante com si mesmo e sentia-se pela primeira vez que sua vida estava em suas mãos. Não havia sentimentos ruins puxando seus calcanhares e trazendo-o pra baixo, muito pelo contrário. Havia sentimentos e pessoas boas que o puxavam para cima cada dia mais e contribuíam para o sorriso estampado em seu rosto.

A vida parecia quase estar certa.

Quando pisou em sua casa e abraçou sua mãe e irmã, lembrou que havia mais uma coisa que precisava resolver consigo mesmo. Por isso, a semana que seguiu sua viagem para Nova York foi construída sobre seus nervos. Na quinta-feira, disse para sua mãe que iria para casa de Harry e comentou com Harry que passaria o dia inteiro com Lottie em uma "tarde de irmãos". O garoto pegou um ônibus, tentando relaxar diante da situação – que mal havia começado para falar a verdade.

Algo em seu coração lhe dizia que fazer aquilo sozinho era a melhor forma. Queria Harry ali, mas sentia que devia aquilo a si mesmo. Precisava dizer coisas em voz alta e suspeitava que não conseguiria dizer tudo se Harry estivesse ao seu lado, embora planeje contar tudo a ele em breve.

Louis caminhou pelo parque, sentindo seu coração acelerar e suas mãos suarem ao avistar o grupo de apoio espalhado pela grama. O primeiro que o avistou foi Doutor Paskim, sorrindo levemente e acenando em sua direção. Aos poucos, algumas pessoas viraram-se e viram Louis ali, algumas acenaram e outras simplesmente sorriram. Tomlinson reconheceu Penélope, a mulher que esteve na Tailândia durante o tsunami e Patrick, que perdeu seu filho em um acidente de carro.

Quando se sentou sobre a grama verdinha, Louis agradeceu que ninguém tentou falar com ele. Algo em si ainda gritava para que ele levantasse e fosse embora, mas uma parte maior, mais necessitada, mantinha-o ali.

"Boa tarde a todos! Fico muito feliz com os que compareceram." Theo, o psiquiatra, olhou para Louis rapidamente. "Vamos começar! Quem quer iniciar contando sobre sua semana?"

Todos do grupo franziram o cenho quando Louis ergueu a mão timidamente, talvez por ter fugido na última sessão. Patrick rapidamente desfez a expressão e sorriu, erguendo o polegar e sorrindo para o adolescente.

Theo sorriu. "Certo, comece se apresentando já que não o conhecemos direito."

Louis colocou a mão sobre os joelhos que estavam esticados na grama. Seus olhos azuis analisavam as pessoas ao seu redor, a procura de qualquer sinal de julgamento. Mas, todos ali o olhavam com certo carinho, apenas esperando pelo momento em que o garoto iria tirar um peso de suas costas.

"Meu nome é Louis, tenho 17 anos. Eu... Eu tenho estresse pós-traumático e tive um episódio durante uma viagem que fiz com amigos." Ele suspirou, olhando para o psiquiatra que apenas acenou com a cabeça, pedindo que ele continuasse. "Meu melhor amigo e namorado se suicidou em junho. Me tranquei em meu quarto por quase três semanas, porque só a ideia de sair por aquela porta e não o ver era demais pra mim."

"Como conseguiu sair?" Perguntou uma garota que não deveria ser muito mais velha que ele. "Digo... O que te fez sair?"

Louis sorriu. "Um garoto do meu colégio soube e começou a ir pra minha casa todos os dias, mas nunca me pediu diretamente pra sair. Chegou um dia que eu me senti confortável o suficiente pra sair por conta própria."

"Quer nos contar sobre seu episódio, Louis?" Perguntou Doutor Paskim suavemente.

"Não." Ele suspirou. "Preciso contar sobre algo que descobri por causa do episódio."

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