Chapter VII - Open Wounds

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11/07/2017 - Segunda

Louis nunca se viu como uma pessoa de fato talentosa. Cada vez que dizia isso, levava um tapa, de quem quer que fosse. Todos diziam que ele era incrível no piano e não era à toa que a Juilliard o queria, mas Louis nunca viu o instrumento como seu talento. O piano era sua paixão e ele o tocava sem nenhum esforço.

Então, quando acordou naquela manhã, tocou seu piano sem nenhuma restrição, sentindo-se leve ao fazê-lo. Tinha tocado poucas vezes o piano nas últimas três semanas, mas dessa vez foi diferente. Louis tocou até ser interrompido por uma batida na porta. O moreno foi tirado de uma espécie de transe e só se levantou do pequeno banco quando ouviu a voz rouca de Harry.

Certamente falar com o cacheado virou uma rotina agradavelmente planejada. Ele chegava mais ou menos no mesmo horário e Louis simplesmente amava conversar com ele, mesmo que poucas vezes de fato falava. Mas, com o avanço dos últimos dias, podia sentir uma ansiedade tomar conta de seu corpo cada vez que Harry batia em sua porta. Surpreendia até mesmo Louis a facilidade que ele tinha de conversar e o quão confortável ficava com ele.

Era extremamente difícil para o Tomlinson se sentir confortável com uma pessoa tão rapidamente. Sempre têm sido assim. Sua mãe sempre comenta como a infância de Louis tinha sido diferente da de Lottie. O pequeno Louis sempre gostou de brincar sozinho e dificilmente fazia amizades com as crianças no parque, mas isso nunca pareceu lhe incomodar. Diferente de Lottie que quando não estava arrumando encrenca, estava conversando com estranhos - o que enlouquecia a mãe quando a garota era pequena.

Louis gostava da proximidade que tinha com Harry, mesmo nunca tendo o visto no colégio. Todas as noites antes de dormir, pensava por 10 minutos em quem Harry Styles poderia ser. Várias pessoas passavam por sua mente, mas nenhuma parecia se encaixar no pouco que viu de seus cachos castanhos e olhos verdes.

Harry começou a falar sobre uma banda que descobriu a pouco tempo, chamada The Script. Segundo o cacheado, fazia anos que não encontrava uma banda tão boa com a composição de suas músicas quanto essa. Louis sorriu o tempo todo por ser sua banda favorita e apenas assentiu, para ele a banda de fato era perfeita.

Um miado alto chamou a atenção de Louis que acabou deixando Harry falar sozinho. Tesla esfregou seu rabo longo nas pernas de Louis e correu até a porta, arrastando suas garrinhas por ela. Louis franziu o cenho.

"O que foi seu gordinho? Sua água está ali, olha." Louis apontou para as tigelas no canto do quarto e olhou para os grandes olhos azuis de Tesla. O gato parecia o desafiar quando se sentou na frente da porta e permaneceu o encarando. "O que quer, Tesla?"

O gatinho branco, parecendo entender cada uma das palavras de Louis, virou-se e voltou a arranhar a porta. A essa altura, Harry já tinha parado de falar e ouvia atentamente as poucas palavras de Louis e o barulho estremecido das unhas do gato contra a madeira.

"Você quer sair, é isso?"

Tesla miou alto dessa vez, quase como se estivessem o machucando. Sem pensar duas vezes, assustado pelo barulho do animal, Louis abriu a porta rapidamente e viu o gatinho correr para fora do quarto. Tomlinson tirou seu corpo para fora do quarto inconscientemente, preocupado de que a porta de casa pudesse estar aberta e Tesla estivesse na verdade fugindo dele. Mas, o bichano apenas subiu no sofá e se esticou, olhando para Louis em seguida.

Bichinho esperto.

Louis olhou para frente e viu os retratos de sua família, só ali percebendo que estava fora de seu quarto. Viu uma figura um pouco maior que ele se levantar ao seu lado, chamando sua atenção. Louis virou-se e arqueou as sobrancelhas diante do sorriso mais branco que já havia visto em sua vida.

Let It All Go - L.SOnde histórias criam vida. Descubra agora