Pequenas Mentiras (Yuri on Ice)

6. Amizade Dolorida 😕

Acordo com o barulho do alarme do meu celular gritando... então desligo ele mesmo sem estar completamente acordado, rapidamente acabo cochilando novamente.

Entre meus pensamentos percebo que depois do aeroporto já faz alguns dias que estou sem noticias do meu amigo
Não que eu esteja com saudades... Só é estranho não ter ele por perto depois de tudo que aconteceu...

Sento na beira da cama, ainda sonolento tento levantar mas algo me pucha pra cama novamente, poderia ser a minha preguiça matinal, mas é o Haru...

- Se você te um quarto, porque insiste em dormir comigo?

- Aquele quarto é muito frio, eu prefiro dormir com você. - meu irmão justifica.

- hum.. - Resmungo.

- Seu celular estava tocando mais cedo, era o garoto do carro.

- Jura!? - Falo empolgado, mas me recomponho em seguida.

- Eu atendi. - Solta.

- Como?? Quem te deu permissão pra atender?

- É incrível como você consegue ser amável e um ogro em um espaço tão curto de tempo..

- É? - paro pra pensar por um tempo - enfim.. o que vocês falaram?

- Eu disse que você ainda estava dormindo, ele pediu pra avisar que viria te buscar hoje ás 7:30...

- Eeeh??? ele vem me buscar?? - Indago assustado.

- Sim, foi o que eu disse, as 7:30. - Ele repete

- E que horas são agora?? - Pergunto

Haru pega o celular dele em cima da cômoda lentamente, me olha e diz:
- 6:58.

Eu imediatamente me dirijo até o banheiro enquanto tiro a roupa.

- Tudo isso só pra não pegar ônibus? - Pergunta meu irmão gritando do quarto.

- Sim, é por isso, não aguento mais pegar ônibus!! - Digo escovando os dentes, mas não é só por isso.

ligo a ducha e tomo um banho super rápido, mas acidentalmente molho o cabelo sabendo que não terei tempo de seca-lo.

termino o banho e coloco a mão para apanhar minha toalha no pendurador fora do box, mas percebo que esqueci de trazer uma para o banheiro.

saio do Box pelado e vou até a porta... olho para a minha cama e não vejo ninguém, haru ja deve ter descido. Então corro rapidamente mantendo minha mão cobrindo minhas "intimidades". chego no guarda roupas e quandilo estou prestes a abrir a porta escuto:

- Se queria uma toalha era só pedir.- diz uma voz atrás de mim.

- Haru!! - Abro a porta do guarda roupas e me escondo atrás

- Seu irmão já esta tomando café. - Fala.

- Queeeeee!!!?!? - olho e vejo o Viktor na entrada do quarto.

- Você vai querer a carona? - Diz meu amigo.

- Sai daqui!! - Grito - Eu tô pelado.

- Não tem nada aí que eu já não tenha visto. - Ele diz entrando mais no quarto. - Precisa de ajuda? - Ele pergunta já detrás de porta na qual eu havia me escondido.

- Não!! não olhe pra mim! - digo enquanto fico na ponta dos pés para pegar uma toalha na parte de cima do guarda roupas, me enrolo com ela e saio detrás da porta.

- Você fica sexy assim só de toalha, está me provocando? - Ele pergunta pretenciosamente.

- Não, saia daqui - Digo pegando ele pelo braço e levando até a porta.

- Me espere lá na cozinha. - ponho ele para fora e fecho a porta.

Respiro fundo e volto para o guarda roupas visto uma cueca box, em seguida um moletom folgado e uma calça jeans. Abro uma das gavetas e pego um par de meias e calço no pés, logo vou até o armário de sapatos e pego meu all- star preto de sempre.

Volto até meu guarda roupas e abro a porta do meio, onde guardo produtos de pele, que quase nunca uso, e perfumes. Eu pego um frasco de perfume suavemente doce e esguicho varias vezes espalhando no meu corpo tudo. consequentemente inalo um pouco de perfume e começo a espirrar.

- Tô pronto - digo após abrir a porta e dar de cara com Viktor.

- Como estamos atrasado é melhor você deixar pra comer quando chegarmos lá. - Ele diz.

- Sim, me desculpe por acordar atrasado.

***

Enquanto saímos percebo que até agora o Viktor ainda não tocou naquele assunto, e agora sinto que estou preparado para falar sobre.
Depois de pensar um pouco, agora eu realmente percebi que Viktor talvez tenha um pouco de razão, eu nem estava tão bêbado naquela noite e consigo me lembrar claramente de tudo, e eu já duvidava de meus sentimentos por ele eram apenas se uma amigo.
Mas tudo isso ainda é muito repentino para mim e ainda não sei como lidar...

Entramos no carro e ele segue em direção a escola, após alguns minutos calados Viktor solta:

- Por que molhou o cabelo, está frio, você pode pegar um resfriado.

- Ah!! e quem você é? minha mãe? - digo - Eu molhei sem querer porque estava com pressa!

- Hum.. - ele resmunga insatisfeito.

- Enfim... O que você tem feito ultimamente? - Pergunto tentando puxar assunto.

- Só a mesma rotina que você já conhece. - Ele responde

- Realmente, você é terceiranista, como tem tempo para me buscar?

- Eu sempre mantenho minhas atividades em dia, então não tenho problemas com isso. - Ele responde formalmente - Além disso eu queria te ver, já faz mais de uma semana que não nos víamos.

'Pra ser sincero, eu também senti sua falta' pensei em dizer.

- Não é como se precisássemos nos ver com tanta frequência somos só amigos. - eu disse remotamente.

Meu amigo permaneceu calado.

Eu percebi que na verdade sinto inveja de como o Viktor é sincero com seus sentimentos, diferente de mim, que prefiro fugir de tudo isso a ter que lidar com a realidade.