Capítulo 1: O Começo

4.4K 407 200
                                    

"Se esconda"

"Não, eu quero ficar com você"

"Você não pode! Sai daqui"

"Que?!"

"Corra!!"

Ofegante e suada, foi assim que S/n acordou naquela manhã. Ela já estava acostumada com aquilo. Pesadelos, ou melhor, o mesmo pesadelo a assombrando desde que se lembrava.

O quarto estava escuro, o que significa que lá fora as sombras reinavam, mas pouco isso significa, a plebe sempre levantava antes do proprio Sol.

Não sabendo se era 1 ou 4 horas da manhã S/n, e não quero arriscar perder a hora, ela se levanta lentamente. Dando alguns passos ela chega enfrente a porta e sem muito esforço a abre.

-Bom dia.

-Bom dia tia Emilly. -S/n fala atravessando o pequeno espaço entre seu quarto e a sala.

-Que horas são? - S/n perguntando vendo a tia esquentando um pouco de água.

-Falta pouco para as quatro. - Ela diz apressada. -Vá se lavar.

S/n sai da pequena casa e a contorna indo para a parte de trás onde tinha uma pequena bica de água.

Após voltar para casa limpa, na medida do possível, S/n se apressa para se trocar ao som dos gritos apressados da tia

-Anda menina, assim vamos perder a charrete.

E rapido ela foi e por pouco não perderam o transporte para o centro do reino.

A charrete era pequena, mas levava mais de vinte pessoas, todas que moravam nas margens do reino para o centro, onde ganhavam o dinheiro que era quase inteiro consumido pelos impostos.

Estava finalmente amanhacendo quando eles chegaram na area movimentada.

Elas desembarcaram e foram indo, meio que arrastadas pela multidão.

-Eu estou atrasada. - a tia exclama após pararem em frente ao relogio da praça principal. -Aqui esta seu almoço. Tome cuidado, te vejo em casa.

S/n assente e logo depois sua tia sai correndo pelas vielas.

Tia Emilly, a unica parente viva de S/n, ou melhor, a única que a aceitou.

S/n perdeu a memoria muito cedo e com oito anos foi encontrada andando sem rumo. Ela foi levada pela cavalaria até o posto deles e lá sua tia a encontrou.

Emilly trabalhava na cozinha do palácio, ganhava pouco e tinha ainda menos tempo, mas mesmo assim manejou criar e educar S/n.

Assim que fez dez anos, S/n começou a vender doces no centro do reino e agora com quase vinte e um já tinha sua própria barraquinha.

Mergulhada em seus proprios pensamentos e sono, S/n caminhou até seu costumeiro lugar. Era um pouco afastado do comércio principal, mas não era problema, os doces de S/n eram reconhecidos e mesmo que ficassem a milhas de distância ainda sim teria fregueses.

O dia foi tranquilo. Os fregueses costumeiros vieram e os que queriam apenas um docinho depois do almoço também e assim ela ganhou o suficiente para aquele dia.

Agora no final da tarde, S/n já começava a guardar os doces  e desmontar a barraca.

-Esta cedo para fechar não acha? -Uma voz autoritaria e até de certa forma raivosa disse.

S/n levanta os olhos para o novo freguês só para rapidamente os abaixar novamente.

-Não vai me responder? -Tornou a dizer a voz.

Three Crowns (Interativa)Onde histórias criam vida. Descubra agora