O que quer de mim, ser nefasto?
Por que insiste em me incomodar, esta hora da noite? No mínimo seus cães te deixaram, e aqui você está.
Bem, já que está, engula este chá com biscoitos, e depois beberemos esta vodka até o amanhecer! Aqui estão alguns pedaços de presunto, a lareira está formidável. Sente-se, sente-se! Agora quero que fique, e que me conte por onde andou.
Senti saudade... Não ria, seu brutamontes! Você sabe do meu jeito de ser.
Ande, me ajude com isto aqui.
Vista essas botas e prepare para dar umas boas machadadas em plena nevasca, porque a lenha não se corta sozinha, além do mais nesse frio do diabo! Você precisa saber, meu amigo, ando me sentindo um pouco desconfortável nesses últimos dias, faz muito frio, frio, frio... E eu só penso em beber, beber, beber, para espantar o frio, frio, frio...
Eu estava indo beber na taberna, certamente, até que você chegou para me importunar. Mas é verdade, um dia conseguirei sair daqui, meu amigo, e nunca mais sofrerei com a dor e sofrimento causado pela minha amada Angeline! Você sabe que ela se foi, não é? Ora, por isso faz tanto frio, frio, frio. Vou lhe contar. Eu estava prestes a pedi-la em casamento, e então flagrei-a aos amassos com o padeiro. Sim, o padeiro! Ah! A Angeline... Ela nunca me amou, meu amigo. Amor não acaba, amor não dói.
Diga-me, quando olhas para o céu, o que vês?
